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domingo, 15 de novembro de 2015

O que significa oferecer a outra face?


O que significa oferecer a outra face?

EM SEU famoso Sermão do Monte, Jesus Cristo disse: “Não resistais àquele que é iníquo; mas, a quem te esbofetear a face direita, oferece-lhe também a outra.” — Mateus 5:39.
O que ele quis dizer? Estava aconselhando os cristãos a serem vítimas passivas? Será que os cristãos devem sofrer em silêncio e se recusar a recorrer à justiça?
O que Jesus quis dizer
Para entender as palavras de Jesus, precisamos levar em conta o contexto e com quem ele estava falando. Antes de dar esse conselho, Jesus mencionou o que seus ouvintes já sabiam das Escrituras Sagradas. Ele disse: “Ouvistes que se disse: ‘Olho por olho e dente por dente.’” — Mateus 5:38.
Os trechos a que Jesus se referiu estão em Êxodo 21:24 e Levítico 24:20. É interessante notar que, em harmonia com a lei de Deus, a punição “olho por olho” mencionada nesses versículos era devidamente aplicada apenas depois que o infrator fosse julgado pelos sacerdotes e juízes, que avaliavam as circunstâncias e até que ponto a infração tinha sido intencional. — Deuteronômio 19:15-21.
Com o tempo, os judeus distorceram a aplicação dessa lei. Adam Clarke, erudito bíblico do século 19, comentou: “Parece que os judeus usavam essa lei [olho por olho, dente por dente] para justificar ressentimentos pessoais e todos os excessos motivados por vingança. Atos de vingança eram levados a extremos e acabavam sendo mais severos do que o erro cometido.” As Escrituras, porém, não aprovam vinganças pessoais.
O que Jesus disse no Sermão do Monte sobre ‘oferecer a outra face’ reflete o verdadeiro sentido da lei de Deus dada a Israel. Jesus não quis dizer que, se alguém batesse no rosto de seus seguidores, eles deveriam oferecer o outro lado. Assim como acontece muitas vezes hoje, nos tempos bíblicos, um tapa não tinha a intenção de machucar, mas era um insulto para provocar uma briga.
Então, pelo visto, Jesus quis dizer que se alguém quisesse provocar uma briga com um tapa literal — ou com um comentário sarcástico — a pessoa esbofeteada não deveria revidar, evitando assim um círculo vicioso de pagar o mal com o mal. — Romanos 12:17.
As palavras de Jesus são muito parecidas às do Rei Salomão: “Não digas: ‘Assim como ele me fez, assim vou fazer a ele. Pagarei de volta a cada um segundo a sua atuação.’” (Provérbios 24:29) Um seguidor de Jesus ofereceria a outra face no sentido de não deixar que os outros o levassem a uma “confrontação”. — Gálatas 5:26, nota.
O que dizer da autodefesa?
Jesus não estava dizendo que dar a outra face significa que um cristão não pode se defender de agressores violentos. O ponto é que não devemos tomar a iniciativa de agredir alguém nem deixar que o desejo de vingança nos domine. Embora seja sábio recuar sempre que possível para evitar uma briga, é apropriado tomar medidas para nos proteger e procurar ajuda da polícia caso sejamos vítimas de um crime.
Os primeiros seguidores de Jesus aplicaram corretamente esse princípio quando defenderam seus direitos legais. Por exemplo, o apóstolo Paulo recorreu ao sistema judiciário de sua época para proteger seu direito de pregar. Assim, ele pôde cumprir a comissão dada por Jesus a seus discípulos. (Mateus 28:19, 20) Na cidade de Filipos, durante uma viagem de pregação, Paulo e seu companheiro missionário, Silas, foram presos por autoridades civis, acusados de violar a lei.
Os dois foram publicamente açoitados e jogados na prisão sem sequer um julgamento. Quando teve a oportunidade, Paulo usou seus direitos de cidadão romano. Ao saberem de sua cidadania romana, as autoridades temeram as consequências e imploraram que Paulo e Silas fossem embora sem causar problemas. Assim, Paulo deixou um precedente em “defender e estabelecer legalmente as boas novas”. — Atos 16:19-24,35-40; Filipenses 1:7.
Como Paulo, as Testemunhas de Jeová muitas vezes são obrigadas a travar batalhas judiciais em tribunais para proteger suas atividades cristãs. Isso tem acontecido até mesmo em países que afirmam garantir a liberdade religiosa de seus cidadãos. Em casos envolvendo crime e segurança pessoal, não se espera que as Testemunhas de Jeová ofereçam a outra face, sofrendo maus-tratos sem se proteger. Elas tomam ação legal para se defender.
Então, como cristãos, as Testemunhas de Jeová corretamente tomam medidas para garantir alguns direitos legais mesmo sabendo que essas medidas costumam trazer resultados limitados. Daí, como Jesus, elas deixam esses assuntos nas mãos de Deus, confiantes de que Ele agirá com pleno conhecimento dos fatos e que qualquer retribuição da parte dele refletirá perfeita justiça. (Mateus 26:51-53; Judas 9) Os cristãos verdadeiros se lembram de que a vingança pertence a Jeová. — Romanos 12:17-19.
JÁ SE PERGUNTOU?
● O que os cristãos não devem fazer? — Romanos 12:17.
● Será que a Bíblia proíbe recorrer a recursos legais para se defender? — Filipenses 1:7.
● Que confiança Jesus tinha em seu Pai? — Mateus 26:51-53.

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