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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Um cristão de verdade

 Um cristão de verdade



"Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica é como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces na rocha." (Mateus 7:24-25)

Em 1173, foi assentada a fundação de uma das mais famosas construções da Itália: uma torre que ficaria ao lado de uma catedral. Mas durante a obra descobriram que o solo era mais fraco do que se tinha previamente imaginado, e a torre começou a afundar. Hoje, o topo da torre está deslocado quase quatro metros. Gente do mundo inteiro vai ver a Torre Inclinada de Pisa, e cientistas viajam anualmente a Pisa para medir a sua lenta descida. Calculam que, com o movimento atual, um dia ela cairá.

Quando se constrói algo, nada é mais importante do que ter primeiro uma boa base. Se não se acertar isso, nada mais vai importar. Claro, a parte divertida é escolher de que cor você vai pintar, e como vai decorar. Mas a fundação é boa? Se não acertar isso, todo o resto será um problema.

Um cristão de verdade ergue sua vida sobre a fundação certa. Jesus ilustra isso com a história dos dois homens que ergueram casas. Aparentemente, os dois tinham o mesmo desejo: queriam uma casa para viver com suas famílias. Pensaram na mesma coisa, estavam interessados na mesma coisa. Parece que as casas eram próximas. Por fora, ambas pareciam ótimas, mas uma foi construída sobre a base certa; a outra não.

Às vezes uma fundação defeituosa na vida se torna evidente sob todos os aspectos. Outras vezes é mais sutil. O desabamento leva algum tempo. Uma vida que esteja meio inclinada hoje vai um dia desmoronar inteira, pois não foi erguida sobre a base certa.

Se você estiver construindo sua vida sobre a fundação certa, ela vai resistir ao tempo.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Revelação bombástica contra o preterismo


Revelação bombástica contra o preterismo




Recebi ontem um e-mail de um grande amigo meu, Alon (agrandecidade@yahoo.com), dono do site apologético cristão A Grande Cidade (agrandecidade.com), com uma informação detalhada que comprova biblicamente que João escreveu o Apocalipse depois que saiu da ilha de Patmos, e não enquanto ele esteve lá. Isso muda todo o paradigma da datação do Apocalipse e cai como uma bomba no colo daqueles que advogam que João escreveu o livro antes de 70 d.C. Irei primeiramente passar a argumentação dele, seguida de um comentário meu em torno disso.


A Escrita do Apocalipse

Observa  aqui em Apocalipse 1:3 onde  João deixa explícito que toda revelação de Apocalipse já havia sido dada a ele, pois ele cita no início do Livro que quem lesse deveria  guardar toda a profecia contida no livro. Que livro se ele ainda está no verso três?

“Bem aventurado aquele que lê e bem-aventurados os que ouvem as palavras desta profecia e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo” (Apocalipse 1:3)

Ele fala no singular quando diz “desta  profecia”.

Isso indica que João escreveu o Apocalipse depois que saiu da ilha. Veja o que ele diz no momento da escrita:

“Eu, João, que também sou vosso irmão, e companheiro na aflição, e no reino, e paciência de Jesus Cristo, estava na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus, e pelo testemunho de Jesus Cristo” (Apocalipse 1:9)

Estava?

Isso significa que enquanto ele escrevia ele não mais estava na ilha!

Evidente que ele não escreveu as revelações enquanto as recebia. Isso é óbvio por vários motivos, e o principal deles é que ele foi ali exilado por causa do testemunho de Jesus, como ele mesmo atesta. Dentro desse contexto, podemos inferir que ele não pode ter tido facilidades dentro da ilha para escrever as revelações e ainda por cima enviá-las por todo o império que o tinha aprisionado ali, o romano.

Isso refuta aqueles que afirmam que João escreveu o Apocalipse em duas partes, uma delas, a segunda, 25 anos depois da primeira. E tem mais, se João escreveu mesmo depois que saiu do exílio, então temos aqui um fortíssimo argumento contra a escola preterista. Isso prova que ele escreveu após a morte de Domiciano, pois a história atesta que ele só foi liberto depois que o Tirano morreu, o  que só ocorreu depois da década de 80!


Meu Comentário

Confesso que fiquei surpreso quando li tal argumentação, pois sempre pensei que João havia escrito o Apocalipse enquanto estava na ilha de Patmos, não atentando para o verso 9 no início do livro, que coloca o tempo claramente no passado, nos indicando que João obteve as revelações enquanto esteve em Patmos, mas somente escreveu sobre essas revelações, passando-as para o livro que hoje chamamos de Apocalipse, depois que saiu de lá, razão pela qual ele diz que estava em Patmos – porque não está mais!

E como a escola preterista é derrubada com um só versículo?

Simples. Os preteristas afirmam que João escreveu o Apocalipse enquanto esteve na ilha de Patmos, e que ele ficou preso lá desde antes de 70 d.C, quando escreveu o Apocalipse, sendo solto apenas em 96 d.C, como a história cristã atesta, no final do reinado de Domiciano. Assim, argumentam eles que o fato de João ter saído da ilha de Patmos em 96 d.C  não significa que ele escreveu o Apocalipse nesta época, pois ele estaria preso desde antes de 70 d.C, escrito o Apocalipse nesta época e o espalhado por todas as partes do Império, prevendo a queda de Jerusalém em 70 d.C, e somente muitos anos depois ter sido solto de lá, em 96 d.C (quando o livro já teria sido escrito pelo menos vinte e cinco anos antes!).

Sendo assim, na visão deles, não teria problema deixar João preso durante aproximadamente 30 anos em Patmos e tendo escrito o Apocalipse enquanto lá esteve bem no começo, antes de 70 d.C, sendo solto somente muito tempo depois. Mas o que o verso 9 do próprio João atesta liquida com todas as pretensões preteristas, pois, como ele disse, estava na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus, e pelo testemunho de Jesus Cristo” (Ap.1:9).

Ou seja: João obteve as revelações do Apocalipse enquanto esteve em Patmos, mas somente as passou por escrito em um livro depois que já havia sido solto.

E quando que João foi solto?

A história cristã atesta em uma só voz: no final do reinado de Domiciano, que reinou até de 81 d.C até 96 d.C:


-Eusébio de Cesareia:

“Escuta uma historieta, que não é uma historieta, mas uma tradição existente sobre o apóstolo João, transmitida e guardada na memória. Efetivamente, depois que morreu o tirano, João mudou-se da ilha de Patmos a Éfeso. Daqui costumava partir, quando o chamavam, até as regiões pagãs vizinhas, com o fim de, em alguns lugares, estabelecer bispos; em outros, erguer igrejas inteiras, e em outros ainda, ordenar a algum dos que haviam sido designados pelo Espírito” (História Eclesiástica, Livro III, 23:6) 

“É tradição que, neste tempo, o apóstolo e evangelista João, que ainda vivia, foi condenado a habitar a ilha de Patmos por ter dado testemunho do Verbo de Deus. Pelo menos Irineu, quando escreve acerca do número do nome aplicado ao anticristo no chamado Apocalipse de João, diz no livro V Contra as heresias, textualmente sobre João o que segue: ‘Mas se fosse necessário atualmente proclamar abertamente seu nome, seria feito por meio daquele que também viu o Apocalipse, já que não faz muito tempo que foi visto, mas quase em nossa geração, ao final do império de Domiciano (História Eclesiástica, Livro III, 18:1-3) 

“E um pouco mais abaixo segue dizendo sobre o mesmo: "Nós pois, não nos arrisquemos a manifestarmo-nos de maneira segura sobre o nome do anticristo, porque, se houvesse sido necessário na presente ocasião proclamar abertamente seu nome, ter-se-ia feito por meio daquele que também tinha visto o Apocalipse, já que não faz muito tempo que foi visto, mas quase em nossa geração, ao final do império de Domiciano" (História Eclesiástica, Livro V, 8:6) 


-Jerônimo:

“Mas Pedro é somente um Apóstolo, enquanto João é um Apóstolo, um Evangelista, e um Profeta. Um Apóstolo, porque escreveu às Igrejas como mestre; um Evangelista, porque compôs um Evangelho, coisa que nenhum outro Apóstolo, exceto Mateus, fez; um profeta, porque viu na ilha de Patmos, onde tinha sido desterrado pelo imperador Domiciano como um mártir do Senhor, um Apocalipse contendo os ilimitados mistérios do futuro (Contra Joviniano, Livro I) 

“No décimo quarto ano depois de Nero, Domiciano, tendo levantado uma segunda perseguição, baniu João para a ilha de Patmos, onde ele escreveu o Apocalipse, em que Justino Mártir e Irineu depois escreveram comentários. Mas Domiciano tendo sido condenado à morte e seus atos, por conta de sua excessiva crueldade, foram anulados pelo Senado, e João voltou a Éfeso” (Homens Ilustres, IX) 

"João era um profeta. Ele viu o Apocalipse na ilha de Patmos, onde foi banido por Domiciano(Trabalhos, vol. 6, p. 446)


-Sulpício Severo:

"João, o apóstolo e evangelista, foi exilado por Domiciano para a ilha de Patmos, onde teve visões, e onde escreveu o Apocalipse" (Trabalhos, vol. 4, Cap 120) 

“Então, depois de um intervalo, Domiciano, filho de Vespasiano, perseguiu os cristãos. Nesta data, ele baniu João Apóstolo e Evangelista para a ilha de Patmos (História Sagrada, Livro II, Cap.31) 


-Hipólito de Roma:

“João, de novo na Ásia, foi banido por Domiciano para a ilha de Patmos, na qual escreveu a visão apocalíptica, e no tempo de Trajano ele adormeceu em Éfeso, onde seus restos mortais foram procurados, mas não foram jamais encontrados” (Doze Apóstolos, Cap.3, v.3) 


-Vitorino:

“João estava na ilha de Patmos, condenado ao trabalho das minas por César Domiciano… ele viu o Apocalipse, e quando envelheceu, ele pensou que ele deveria finalmente receber sua quitação pelo sofrimento. Domiciano foi morto e todas as decisões dele estavam descarregadas. João foi liberto das minas” (Vitorino, Comentário sobre o Apocalipse, XI)


-Tertuliano:

“Tertuliano também mencionou Domiciano nas seguintes palavras: ‘Domiciano também, que possuía uma parcela da crueldade de Nero, tentou uma vez fazer a mesma coisa que este último fez… sequer se lembrou daqueles a quem ele tinha banido… Mas depois que Domiciano reinou 15 anos, e Nerva tinha sucedido ao império, o Senado romano, de acordo com os escritores que registram a história daqueles dias, votaram que os horrores de Domiciano deveriam ser cancelados, e que aqueles que tinham sido injustamente banidos devem retornar para suas casas e ter suas propriedades restauradas a eles. Foi nessa época que o apóstolo João retornou de seu exílio na ilha ao seu domicílio em Éfeso” (História Eclesiástica, Livro III, Cap.20) 


-Clemente de Alexandria:

Quando da morte do tirano [Domiciano], ele retornou a Éfeso da ilha de Patmos, ele foi embora, sendo convidado aos territórios contíguos das nações, aqui a nomear bispos, lá para pôr em ordem Igrejas para ordenar tais como foram marcados pelo Espírito” (Quem é o homem rico que será salvo, XLII) 


-Irineu:

“Não vamos, no entanto, incorrer no risco de se pronunciar de forma positiva quanto ao nome do Anticristo, pois se fosse necessário que seu nome deve ser claramente revelado neste momento, teria sido anunciado por aquele que viu a visão apocalíptica. Por que foi visto num tempo não muito longo desde então, mas quase em nossos dias, para o fim do reinado de Domiciano (Contra Heresias V, 20) 

Como vemos, a história cristã atesta e confirma que João foi exilado para a ilha de Patmos por Domiciano e solto no final do reinado deste mesmo imperador romano, que reinou de 81 a 96 d.C. Portanto, o apóstolo João recebeu as revelações apocalípticas em algum momento entre 81 e 96 d.C. Mas, como ele diz no verso 9 do primeiro capítulo de seu livro que “estava” em Patmos (o que significa que não está mais no momento em que ele escreve), isso significa que o livro do Apocalipse em si foi escrito depois que ele já havia saído de Patmos, ou seja, depois de 96 d.C, no finalzinho do primeiro século d.C.

Isso cai como uma bomba atômica naqueles que creem e ensinam que o Apocalipse foi escrito antes de 70 d.C, prevendo a guerra entre Jerusalém e Roma que aconteceu nessa época, sendo conhecidos como “preteristas”. Se João escreveu antes de 70 d.C, então ele foi preso antes do imperador Domiciano, contrariando os Pais da Igreja que disseram claramente o contrário, e foi solto também antes de 70 d.C quando escreveu o livro, ou seja, teria sido solto sob o reinado de Nero, e não de Domiciano.

Mas qual dos Pais da Igreja que alguma vez escreveu que João foi solto sob o reinado de Nero? Absolutamente ninguém. A história cristã é simplesmente unânime e esmagadora em afirmar que João foi liberto de Patmos no final do reinado de Domiciano, conforme vimos em dezenas de citações de dezenas de Pais da Igreja, ou seja, de todos os que falaram sobre este assunto. Portanto, se João escreveu o Apocalipse depois que foi liberto de Patmos e ele só foi liberto de Patmos no final do reinado de Domiciano (96 d.C), isso significa que ele só pode ter escrito o livro de 96 d.C em diante, e não antes disso. Jogar para uma data anterior a mais de 30 anos de distância é simplesmente pisar e cuspir em cima da história.

Ademais, temos que ressaltar também que o apóstolo João não foi para Patmos de passeio, ele foi enviadopara lá pelas autoridades romanas como uma prisão. A ilha de Patmos era uma prisão sem muros, onde os prisioneiros eram obrigados a trabalhar nas minas de carvão. Era uma ilha isolada do continente e se localizava no mar Egeu. Simplesmente era impossível que João escrevesse o livro do Apocalipse e suas inúmeras cópias, e depois enviá-las para as mais diversas regiões do Império Romano, inclusive às sete igrejas da Ásia mencionadas nos capítulos 2 e 3, estando preso e submetido a trabalhos forçados em uma ilha completamente isolada do continente. Portanto, não há como João ter escrito o Apocalipse em Patmos e ter enviado as cópias às igrejas da Ásia e aos demais cristãos. Ele recebeu as revelações em Patmos, mas somente pôde escrever sobre elas, fazer cópias e distribui-las pelo Império após ter sido solto, já depois de 96 d.C, como nos atesta a história cristã e Ap.1:9.

Seria melhor que tais preteristas aproveitassem para jogar de uma vez também todos os seus livros de história cristã ou secular no lixo, pois se cegarem diante de tamanhas evidências históricas esmagadoras significa ser condizente com um estado de completa ignorância que eu creio que ninguém aqui estaria realmente disposto a estar. De fato, a única coisa que sustenta a visão preterista do Apocalipse é a cegueira e o fanatismo de seus defensores, que o defendem com unhas e dentes, ainda que para isso seja necessário desprezar e ignorar todo um fundo histórico que abrange a escrita apocalíptica do livro de João.

E aqui morrem as últimas pretensões preteristas.

Que descanse em paz.

Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (apologiacrista.com)