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quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Magogue e Gogue, estudando a luz da bíblia

              Magogue e Gogue, estudando a luz da bíblia

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Amados irmãos em Cristo Jesus, que a graça e a paz esteja com todos. Amados, trago este estudo por ver que alguns analisa a seu bel interesse, direcionando para caminhos diferentes, aqui trago quem foi e o que fala as escrituras em seus livros e como aconteceu e vai acontecer, vejamos:  "O que são Gogue e Magogue?

 Historicamente falando, Magogue era um neto de Noé (Gênesis 10:2). Os descendentes de Magogue se estabeleceram no extremo norte de Israel, provavelmente na Europa e no norte da Ásia (Ezequiel 38:15). Magogue eventualmente se tornou o nome da terra onde os seus descendentes se estabeleceram. O povo de Magogue é descrito como guerreiros habilidosos (Ezequiel 38:15; 39:3-9). Gogue é o nome de um futuro líder em Magogue que irá liderar um exército para atacar Israel. O Senhor prediz a condenação de Gogue: "Filho do homem, volve o rosto contra Gogue, da terra de Magogue…profetiza contra ele" (Ezequiel 38:2).


Gogue e Magogue são mencionados em Ezequiel 38-39 e em Apocalipse 20:7-8. Embora essas duas passagens mencionem os mesmos nomes, um estudo detalhado das Escrituras demonstra que elas não se referem às mesmas pessoas e eventos. Na profecia de Ezequiel, Gogue será o líder de um grande exército que ataca a terra de Israel. Gogue é descrito como "da terra de Magogue, príncipe de Rôs, de Meseque e Tubal" (Ezequiel 38:2). A batalha descrita por Ezequiel que envolve Gogue e Magogue ocorre no período da tribulação, provavelmente nos primeiros três anos e meio. A evidência mais forte para este ponto de vista é que o ataque virá quando Israel estiver em paz (Ezequiel 38:8, 11) – quando a nação tiver diminuído suas defesas. Israel definitivamente não está em paz agora, e é inconcebível que a nação baixaria suas defesas, salvo algum evento extremamente importante. Quando a aliança de Israel com o Anticristo estiver em vigor no início da 70ª semana de Daniel (a tribulação de sete anos - Daniel 9:27a), Israel estará em paz. Possivelmente a batalha ocorrerá pouco antes da metade do período de sete anos. De acordo com Ezequiel, o próprio Deus derrotará Gogue nos montes de Israel. A matança será tão grande que levará sete meses para enterrar todos os mortos (Ezequiel 39:11-12).

Gogue e Magogue são mencionados novamente em Apocalipse 20:7-8. Esta é uma batalha diferente, mas a repetição dos nomes Gogue e Magogue mostra que a história se repetirá. A mesma rebelião contra Deus descrita em Ezequiel 38-39 será vista novamente.

O livro de Apocalipse alude à profecia de Ezequiel sobre Magogue para descrever um ataque final dos últimos tempos contra a nação de Israel (Apocalipse 20:8-9). O resultado dessa batalha é que todos os inimigos de Deus são destruídos, e Satanás encontrará seu lugar final no lago de fogo (Apocalipse 20:10). Apocalipse foi escrito por volta de 95 a 96 DC durante a última metade do reino do Imperador Domiciano, o último dos doze Césares Romanos.
Todos os comentaristas fundamentalistas modernos concordam com essa estrutura de tempo. Deixe-nos citar algumas evidências que dão suporte a esta visão.
A respeito da visão de que o livro de Apocalipse foi escrito pelo apóstolo João durante o governo de Domiciano, há duas fortes evidências – ambas de natureza externa e interna. Primeiro a evidência externa.

Abaixo estão algumas das razões mais óbvias por que Ezequiel 38-39 e Apocalipse 20:7-8 referem-se a pessoas e batalhas diferentes:

1. Na batalha de Ezequiel 38-39, os exércitos vêm principalmente do norte e envolvem apenas algumas nações da terra (Ezequiel 38:6, 15; 39:2). A batalha em Apocalipse 20:7-9 envolverá todas as nações, de modo que os exércitos virão de todas as direções, não apenas do norte.

2. Não há menção de Satanás no contexto de Ezequiel 38-39. Em Apocalipse 20:7, o contexto claramente coloca a batalha acontecendo no final do milênio, e apresenta Satanás como o principal instigador.

3. Ezequiel 39:11-12 afirma que os mortos serão sepultados por sete meses. Não haveria necessidade de enterrar os mortos se a batalha em Ezequiel 38-39 fosse a mesma descrita em Apocalipse 20:8-9, pois imediatamente após Apocalipse 20:8-9 é o grande julgamento do trono branco (20:11- 15), e então o céu ou a terra atuais são destruídos e substituídos por um novo céu e terra (Apocalipse 21:1). Obviamente, haverá necessidade de enterrar os mortos se a batalha ocorrer na primeira parte da tribulação, pois a terra de Israel será ocupada por mais 1.000 anos, o comprimento do reino milenar (Apocalipse 20:4-6).

4. A batalha em Ezequiel 38-39 é usada por Deus para trazer Israel de volta para Ele (Ezequiel 39:21-29). Em Apocalipse 20, Israel tem sido fiel a Deus por mil anos (o reino milenar). Os rebeldes em Apocalipse 20:7-10 são destruídos sem mais oportunidades de arrependimento.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Vendo O Casamento Pelos Olhos de Deus

Vendo O Casamento Pelos Olhos de Deus

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"Porque o Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade..." (Malaquias 2:14). "Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem" (Mateus 19:6). "Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento...para que não se interrompam as vossas orações" (1 Pedro 3:7).
O casamento não é invenção humana que pode ser definida e destruída conforme os caprichos egoístas dos homens. O casamento foi criado por Deus. Ele é testemunha dos nossos votos e está preparado para julgar a nossa desobediência. Desrespeito pelos compromissos do casamento destrói a nossa comunhão com o nosso Criador. É imprescindível que aprendamos a ver o casamento como Deus o vê.
"Cada um tenha a sua própria esposa"
Em 1 Coríntios 7:2, Paulo repete o princípio que Deus estabeleceu quando criou o primeiro casal. "Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne" (Gênesis 2:24).
As palavras de Jesus em Mateus 19:4-6 afirmam que a intenção de Deus desde a criação de Adão e Eva era que o homem fosse fiel a uma esposa legítima até a morte. As palavras que descrevem o primeiro casamento mostram que o Senhor pretendia que outros seguissem o mesmo padrão. Adão não tinha pais para deixar, mas os filhos de centenas de gerações posteriores têm cumprido este aspecto do princípio perpétuo estabelecido no Éden. Mesmo em sociedades corrompidas por anarquia e iniquidade, o casamento mantém uma posição honrada (Hebreus 13:4).
A relação do casamento: Dois se tornam um
Juntar duas pessoas numa união completa descreve vividamente a beleza do casamento que Deus planejou. Deus não pretendia deixar o homem sozinho; então ele lhe deu a companheira perfeitamente adequada. Quando um homem e uma mulher se casam, eles formam uma nova e única unidade. Eles dividem uma relação sexual especial que jamais deve ser compartilhada com outros (1 Coríntios 7:3-5). Quando a mulher segue a liderança de amor do marido (Efésios 5:22-33), os dois participam juntos de sonhos e sofrimento, de conquistas e calamidades, do vigor da juventude e da fragilidade da velhice. Para este par privilegiado, a vida não se define mais com a palavra eu, e sim com a palavra nós.
Ao longo dos anos, a fusão de duas mentes na busca da mesma meta eterna cria uma intimidade e compreensão sem igual em relações humanas. A faísca de admiração no olhar de uma jovem noiva é apenas uma sombra do brilho constante no olho de uma mulher que superou décadas de desafios da vida com o homem que ela ama. O prazer que o noivo sente quando toma a mão da sua noiva é meramente um presságio do carinho que sentirá anos depois quando toma a mão de sua mulher, então envelhecida, para firmar os seus passos incertos.
O perigo de desconsiderar os princípios divinos
Aqueles que desprezam a perfeição do plano divino sofrem as tristes conseqüências de lares quebrados, corações esmagados, e espíritos quebrantados. Uma sociedade que apóia divórcios pecaminosos e incentiva casamentos ilícitos ceifará o que semeia. O sacrifício necessário para casamentos bem-sucedidos é sufocado pelo egoísmo que os destrói. O amor que fornece segurança é substituído pela lascívia que deixa esposas e filhos inocentes abandonados e desprotegidos num mundo cruel. Nem leis humanas nem doutrinas engenhosas podem mudar o fato que Deus permite apenas dois motivos para contrair novas núpcias: morte do primeiro companheiro (Romanos 7:3; 1 Coríntios 7:8-9,39) ou divórcio porque o parceiro cometeu adultério (Mateus 19:9).
Outros abusos da vontade de Deus também causam destruição. O sexo antes do casamento, incluído no termo bíblico fornicação ou relações sexuais ilícitas, sempre está errado (1 Coríntios 6:9-11,18; 7:2; Gálatas 5:19; Hebreus 13:4). Mesmo quando perdoado pela graça de Deus, o sexo antes do casamento, muitas vezes, traz graves conseqüências. Além das possíveis conseqüências físicas, a fornicação pode roubar o casamento posterior da intimidade especial que Deus fez para ser dividida exclusivamente por pessoas casadas. Relações homossexuais são outra perversão do plano de Deus. Todas as tentativas de "autoridades" humanas a defender a conduta homossexual como algo "natural" não podem apagar as palavras nítidas de Romanos 1:26-27 e 1 Coríntios 6:9-11. Homossexuais, como fornicadores, adúlteros e todos os outros pecadores, precisam se arrepender para buscar o perdão de Deus (Lucas 13:3; Atos 2:38; 8:22; Mateus 3:8).
Abençoados por nosso Criador
O casamento é uma das ricas bênçãos preparadas para nós pelo benevolente Criador. Quando seguimos o plano dele, gozamos das maravilhas do amor e da segurança nesta vida, e a expectativa de um lar perfeito na eternidade.

casamento e solidão

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Talvez até noventa por cento daqueles que se divorciam confessam que um motivo para a ruptura de seu casamento era a insuportável solidão de viver juntos, mas distanciados.
A razão pela qual uma pessoa negligencia sua esposa ou família, contribuindo para a solidão dentro de um casamento, são numerosas. Não podemos traçar esses motivos; mas uma série de coisas acontecem como resultado dessa negligência, e podemos tentar rastrear algumas.
Muitos respondem à solidão que eles sentem em seu casamento por:
– Focando extremamente no trabalho de forma que não “sobra tempo” para a família;
– Envolve-se demasiadamente nas funções da igreja ou organizações comunitárias e voluntárias;
– Fazendo amizade com pessoas do sexo oposto fora do casamento – muitas vezes levando à infidelidade;
– Usando drogas ou álcool, ou focando a atenção em algum vício;
Essas respostas à solidão de um casamento que está fora de controle ocorrem em toda a nossa sociedade; e o fato de que eles podem ser cristãos não faz um casal imune.
Se você é um homem que quer amadurecer seu casamento, Deus tem algo a dizer-lhe. Um versículo-chave em Efésios 5 trata da responsabilidade do marido para dissipar a solidão em sua casa. Diz:
Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, Efésios 5:25

Primeiro, o amor de Cristo não é sentimentalismo romântico. Jesus Cristo ama a Igreja de maneira realista, e os maridos devem amar suas esposas de maneira realista.

Se o amor de Cristo fosse condicional, onde estaríamos? Ele nos ama apesar de quem somos. Esse é o aspecto mais irresistível de Seu amor por nós.
Ele me amava sabendo tudo o que jamais faria para violar esse amor. E Ele continua a amar-me e a você, o suficiente para morrer na cruz por nós.
O amor de um marido cristão deve espelhar esse amor de Cristo por nós, você sabe dos defeitos, sabe das falhas, mas simplesmente ama, mostrando esse amor através de atitudes.

Em segundo lugar, o amor de Cristo é sacrificial. A Bíblia diz que Jesus Cristo contou o custo e se entregou por nós. Seu amor custou-lhe a vida.

Muitas pessoas hoje estão tentando encontrar um relacionamento que não custa nada. Eles querem receber, mas nunca estão dispostos a dar. Muitos adoram quando alguém prega sobre o assunto da “submissão” de uma esposa ao marido como se encontra em Efésios 5:21 .
Mas esta passagem claramente ensina a submissão mútua de cada um para o outro. O amor entre um homem e sua esposa é um constante dar um para o outro.
Há um sentido em que uma “cadeia de comando” na casa é refletida nas palavras de Paulo, mas também é verdade e está presente nesta passagem que devemos submeter-nos constantemente. Os casamentos bem sucedidos ocorrem quando a submissão mútua é um processo contínuo constante.
Eles são o resultado da mistura e doação de nós mesmos, a determinação de que sacrificaremos o que quer que possamos para o bem de nossos entes queridos e nossos relacionamentos.

Cristo ama a Igreja propositalmente.

Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. Efésios 5:27
O propósito de Seu amor é o desenvolvimento da Igreja, para que seja tudo o que Ele pretende que seja. O propósito e a motivação por trás do amor de um homem por sua esposa devem ser que ela pode se tornar tudo o que pode ser como pessoa.
Isso se opõe à atitude do homem que tenta impedir algum envolvimento ou crescimento por parte de sua esposa.
Muitos maridos quando ameaçados por qualquer um de seus dons ou habilidades, fazem de tudo o que pode para sufocá-la. Interrompem esse processo como pessoa até que ela comece a duvidar de seu próprio valor.

Cristo ama a Igreja de bom grado.

Deus nos ama porque somos adoráveis? Absolutamente não. Ele nos ama porque, em Sua prerrogativa divina, Ele quer nos amar. Nos tempos passados, no passado da eternidade, Deus disse: “Eu amarei” – e Ele faz.
Hoje, a ideia comummente aceita sobre o amor é esta: se você não se “sente” dessa forma, não pode fazê-lo. Mas isso é totalmente contrário à verdade. A verdade é que o sentimento segue a ação; O sentimento segue a vontade. Se eu quiser, eu vou. Quando eu faço, meus sentimentos me seguem.
Então, deixe-me repetir. A Bíblia nos diz que Cristo ama a Igreja porque Ele quer, porque Ele quer. Se os maridos devem amar como Cristo ama a Igreja, devemos amar nossas esposas porque queremos, porque preferimos escolher o tipo de coisas que nossas esposas consideram amorosas.
Devemos realizar as ações que vão com amor. Quando eu estava lendo as cartas para as igrejas em Apocalipse recentemente, algo me saltou, provavelmente porque estava pensando no amor de Cristo pela Igreja e como ela se aplica ao amor de um marido por sua esposa.
A igreja em Éfeso é informada de que deixou seu primeiro amor. Você lembra a receita médica que eles recebem para corrigir o que está errado? Volte e “faça as primeiras obras” (ver Apocalipse 2:1-7).
Por fim, Cristo ama absolutamente a Igreja. É-nos dito para amar nossas esposas como nós amamos nossos próprios corpos (veja Efésios 5:28 ).
Por muitos anos, quando estudei esta passagem da Escritura e falei sobre o assunto para casais e jovens, pensei que este verso significava que devemos amar nossas esposas, assim como amamos ou nos preocupamos com nossos próprios corpos.
Mas esse não é o seu pleno significado. Paulo está me dizendo que eu devo amar minha esposa porque ela é meu corpo. Ela é parte de mim. Quando você se casou, você se torna uma só carne. Assim como eu não negligenciarei nenhuma parte de mim que dói, não vou negligenciar minha esposa quando ela dói. Juntos compartilhamos unidade e unicidade.
Quando tentamos amar o nosso parceiro matrimonial de maneira realista, sacrificial, propositalmente, voluntariamente e absolutamente, começamos a entrar no plano de Deus; e sem pensar nisso ou planejar isso, achamos que nossas próprias necessidades também são atendidas.
Nosso amor realista, sacrificial, proposital, disposto e absoluto nos vem de nossos parceiros, e essa é a recompensa. Embora Cristo não tenha nos prometido vida sem facilidade, sem luta ou dor, Ele nos prometeu alegria.
Marido, ame a sua esposa como Cristo amou a Igreja, e conte toda alegria.

sábado, 19 de agosto de 2017

UM CRISTÃO PODE PERDER A SALVAÇÃO??

UM CRISTÃO PODE PERDER A SALVAÇÃO??



Esta pergunta tem resposta e explicação, porém, vemos lideres falar que UMA VEZ SALVO, SEMPRE SALVO, hoje trago uma explicação dentro do texto e contexto bíblico, e espero em nome de Jesus ser entendido e que este ensinamento possa entrar em vários lares e igrejas, para que saibam o que é e como continuar merecedor da salvação. Pr. Itamar França.

  Antes de responder a essa pergunta, o termo “cristão” precisa ser definido. Um “cristão” não é uma pessoa que fez uma oração, foi para a frente do santuário ou cresceu em uma família cristã. Embora cada uma dessas coisas possa fazer parte da experiência cristã, não é isso o que “faz” um cristão. Um cristão é alguém que recebeu a Cristo através da fé e confiou nEle como o seu único Salvador (João 3:16; Atos 16:31; Efésios 2:8-9).
Então, com essa definição em mente, pode um cristão perder a salvação? Talvez o melhor jeito de responder a essa pergunta tão crucial seja examinar o que a Bíblia diz que acontece no momento da salvação e estudar o que perder a salvação significaria. Aqui são alguns exemplos:
Um cristão é uma nova criação. “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; {criatura; ou criação} as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Coríntios 5:17). Esse versículo está falando de uma pessoa se tornando uma criatura completamente nova como resultado de estar “em Cristo”. Para um cristão perder salvação, a nova criação teria que ser cancelada e revertida.
Um cristão é redimido. “sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula” (1 Pedro 1:18-19). A palavra “redimido” (resgatado) se refere a uma compra sendo feita, um preço sendo pago. Para um cristão perder a salvação, Deus mesmo teria que revocar a Sua compra pela qual pagou com o precioso sangue de Cristo.
Um cristão é justificado. “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Romanos 5:1). “Justificar” significa “declarar justo”. Todo aquele que recebe a Jesus como Salvador é “declarado justo” por Deus. Para um cristão perder salvação, Deus teria que voltar com a Sua palavra e “des-declarar” o que tinha previamente declarado.
Um cristão tem a promessa da vida eterna. “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16). A vida eterna é uma promessa de eternidade (para sempre) com Deus no Céu. Deus promete: “acredite e você terá vida eterna”. Para um cristão perder salvação, a vida eterna teria que ser retirada. Se um cristão tem a promessa de que viverá para sempre, como então Deus pode quebrar essa promessa e retirar a vida eterna?
Um cristão tem a garantia da glorificação. “E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou” (Romanos 8:30). Como aprendemos em Romanos 5:1, a justificação é declarada no momento de fé. De acordo com Romanos 8:30, a glorificação é garantida a todos que Deus justifica. Esse termo se refere a um cristão recebendo um corpo de ressurreição perfeito no Céu. Se um cristão puder perder a salvação, então Romanos 8:30 está errado porque Deus não pode garantir a glorificação para todo aquele que Ele predestinou, chamou e justificou.
Muitas outras ilustrações do que ocorre no momento de salvação podem ser compartilhadas. Até essas poucas que compartilhamos, no entanto, deixam bem claro que um cristão não pode perder a sua salvação. A maioria, se não tudo, do que a Bíblia diz que acontece com uma pessoa quando ela recebe a Jesus Cristo como Salvador seria eliminado se a salvação pudesse ser perdida. A salvação não pode ser revertida. Um cristão não pode deixar de ser uma nova criatura. A redenção não pode ser desfeita. A vida eterna não pode ser perdida e ainda ser considerada eterna. Se um cristão pudesse perder a salvação, Deus teria que voltar com Sua palavra e mudar de ideia – duas coisas que a Bíblia diz que Deus nunca faz.
As objeções mais frequentes à crença de que um cristão não pode perder a salvação são as seguintes: (1) o que dizer sobre aqueles que são cristãos e estão vivendo continuamente em um estilo de vida imoral? – e – (2) o que dizer daqueles que são cristãos mas no futuro chegam a rejeitar a fé e negar a Cristo? O problema com essas duas objeções é a suposição “são cristãos”. (1) A Bíblia diz que um cristão verdadeiro não vai viver continuamente em um estilo de vida imoral (1 João 3:6). (2) A Bíblia declara que qualquer um que abandone a fé está demonstrando que ele/ela nunca foi um cristão verdadeiro (1 João 2:19).
Não, um cristão não pode perder a salvação. Nada pode separar um cristão do amor de Deus (Romanos 8:38-39). Nada pode remover um cristão da mão de Deus (João 10:28-29). Deus está disposto e é capaz de garantir e manter a salvação que nos prometeu. Judas 24-25: “Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação, imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso, glória, majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os séculos. Amém!”

quarta-feira, 28 de junho de 2017

PREDESTINAÇÃO

                    PREDESTINAÇÃO
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“Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou.” (Romanos 8.29,30)
(Nota do tradutor: O Pr Charles Simeon era da denominação Batista, mas tinha uma visão interdenominacional. Ele apresenta a doutrina da predestinação de modo bíblico, equilibrado, sábio e sem os erros, invenções ou omissões que é comum se encontrar nos escritos de muitos que discorrem sobre a citada doutrina.)

O assunto da predestinação é reconhecidamente muito profundo e misterioso; não deve ser introduzido sem cuidado extremo, tanto quanto ao modo de afirmá-la, quanto às pessoas diante das quais se afirma.
É muito lamentável, que haja na mente de muitos um forte preconceito contra ela, de sorte que a simples menção da mesma é considerado por eles como se fosse uma heresia ou blasfêmia.
Mas isso certamente não é uma maneira pela qual qualquer parte da vontade revelada de Deus deve ser tratada.
Por isso não devemos descartar esta doutrina, com medo de ofender qualquer um que possa ser hostil a ela, embora, por outro lado, não deveríamos insistir nisto com tanta frequência ou com tanta força, de modo que venhamos desnecessariamente a feri-los e magoá-los.
Julgamos indigno de um servo fiel de Cristo omitir completamente esta doutrina.
O Apóstolo tendo designado aqueles que amam a Deus, como pessoas que foram chamadas de acordo com o propósito de Deus, passa a mostrar, do início ao fim, Deus como o autor de sua salvação; ele os conheceu e os predestinou desde a eternidade para os privilégios de que gozam, e infalivelmente completar seu propósito em relação a eles, em sua eficaz chamada, justificação livre de todos os seus pecados, e sua glorificação final à sua mão direita para sempre.
Na afirmação do apóstolo podemos ver,
I. Os principais fins da predestinação.
Deus age em todas as coisas de acordo com sua própria soberania e vontade; ainda que estas sejam reguladas pelos conselhos de sua sabedoria eterna e infalível. E em tudo isto o grande fim é o de promover a Sua glória.
Os fins que Ele tem proposto na predestinação dos homens para a vida eterna, possuem duas vertentes: o fim imediato relativo a nós; e o fim último que se relaciona ao seu Filho amado, pelo qual todos os seus propósitos devem ser cumpridos.
1. O fim imediato relativo a nós
Ele decretou que todos os objetos de sua escolha devem ser conformes à imagem de seu Filho. Mas como eles deveriam ser conformados a ele? Nós respondemos: em santidade, em sofrimento, e em glória.
Estamos sendo conformados a Cristo em santidade. Nosso bendito Senhor era completamente sem defeito ou mancha, um exemplo perfeito da santidade universal; os seus piores inimigos não puderam encontrar qualquer imperfeição nele, e João testemunha que “Nele não havia pecado”, I Jo 3.5. Assim, de acordo com o medida do dom de Cristo”, devemos ser também. Como ele, devemos viver, não para nós mesmos, mas para o nosso Deus somente, fazendo disto a nossa comida e a nossa bebida: fazer sua santa vontade. Embora no mundo, não devemos ser do mundo, assim como ele não foi, Jo 17.14,16, devemos ser superiores a tudo o que concerne ao mundo, devemos resistir às suas tentações, mortificar todas as suas concupiscências, e andar em todas as coisas como Cristo andou. A mesma mente que estava nele, deve estar em nós também. E, para isso, somos predestinados.
Nós não somos escolhidos porque éramos santos, ou porque Deus previu que nós deveríamos ser santos, (por algo que existisse previamente em nós e que nos desse isto como merecimento – nota do tradutor), mas para que pudéssemos ser santos; somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus desde antes ordenou para que andássemos nelas, Ef 2.10.
Nós somos conformados a Cristo nos sofrimentos. Por toda a sua vida nosso Salvador foi um homem de dores, e familiarizado com o sofrimento. Ainda que fosse Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu; e ele foi aperfeiçoado por meio de sofrimentos. Da mesma forma, também devemos ser um povo pobre e aflito. Devemos “tomar nossa cruz diariamente e segui-lo; devemos ser odiados de todos os homens por causa dele. Se eles chamaram o dono da casa de Belzebu, muito mais o farão com os da sua família. O servo não pode esperar estar acima de seu Mestre. Nós devemos segui-lo fora do arraial, levando o seu opróbrio. Para isso também fomos predestinados. Então Paulo expressamente afirmou se referindo a isto: “Todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus padecerão perseguição”, II Tim 3.12.
Somos também conformados a Cristo na glória. Ele está agora sentado à direita da Majestade no céu, e nós também, no devido tempo, estaremos sentados. Sim, se sofrermos com ele, também reinaremos com ele, e seremos glorificados. Devemos ser como ele na glória; o nosso corpo abatido será tornado semelhante ao seu corpo glorioso; a nossa alma também será transformada à sua imagem perfeita, e nossa bem-aventurança será completamente como a sua. E tudo isto também a nossa predestinação abrange. Ela não é somente o meio de graça pelo qual somos escolhidos, mas a designação da própria salvação e da obtenção da glória de nosso Senhor Jesus Cristo.
2. O fim último que se relaciona ao seu Filho amado, pelo qual todos os seus propósitos devem ser cumpridos.
Os primogênitos tinham direito a muitos privilégios: a eles pertencia o governo, o sacerdócio, e uma porção dupla da herança. Em relação a todo o resto da criação, não se excetuando até os anjos, nós podemos ser considerados primogênitos. Toda a família de crentes são “reis e sacerdotes para Deus”, e têm o direito de herdar o reino de nosso Pai celestial, Mt 25.21. Mas em relação a nós, Cristo é o Primogênito, pois Ele em todas as coisas deve ter a preeminência.
Ele é a cabeça de toda a sua Igreja e a esta ele está predestinado, sim, a fim de que estes também sejam predestinados para a realização da sua glória. Foi decretado no eterno conselhos de seu pai, que se quisesse fazer da sua alma uma oferta pelo pecado, ele deveria ter uma semente para servi-lo, e deveria seguramente ficar satisfeito com o trabalho penoso de sua alma. Se isto não fosse absolutamente decretado, poderia ter acontecido, que nunca poderíamos ser salvos, e que, portanto, Cristo poderia ter seu sangue derramado em vão.
Pois, se cada coisa tivesse ficado totalmente dependente do livre arbítrio do homem, todos poderiam ter usado seu livre arbítrio exatamente da mesma maneira, e cada filho do homem poderia ter rejeitado a Cristo, exatamente como a grande massa da humanidade está realmente fazendo. Mas podemos conceber que Deus teria dado o seu Filho para carregar as iniquidades de um mundo em ruínas, e teria deixado ao mero acaso, se qualquer indivíduo devesse alcançar misericórdia através dele, ou se tornar uma jóia em sua coroa?
Não podemos conceber isto, na verdade, sabemos que não foi deixado assim ao acaso, pois temos a certeza, de que existe um povo escolhido, que foi desde a eternidade dado a Cristo, para ser resgatado pelo seu sangue, e ser salvo pela sua graça, e daqueles que foram dados assim a ele, ele não perdeu, nem nunca perderá nem um sequer. Quantos eles são, somente Deus sabe; mas temos a certeza de que são muitos, até mesmo uma multidão, que ninguém pode contar, de toda tribo, língua, povo e nação.
Provavelmente vai ser objetado que, se houver alguém que está assim predestinado para a vida, o restante tem necessidade de ser ordenado para a morte. Mas isso, de nenhuma forma deve ser admitido. Nós concordamos que é uma dificuldade que não somos capazes de explicar; e estamos contentes de sermos ignorantes das coisas que agradou a Deus não nos revelar; e, se os homens afirmam ou negam a doutrina em questão, eles vão se encontrar igualmente em uma perda para tornar cada coisa inteligível para as nossas capacidades finitas.
É a Escritura, e somente a Escritura, que deve determinar o que é a verdade, e, contanto que Deus declara com juramento que ele não tem prazer na morte do pecador, mas sim que ele se converta da sua impiedade e viva, podemos ter a certeza que, não obstante ele predestinou muitos para a vida, ele não tem predestinado uma única alma para a morte, nem é a doutrina da reprovação absoluta consequência justa e necessária da predestinação. Para traçar a linha, mais uma vez reconhecemos estar além do poder de qualquer capacidade finita; nem estamos muito preocupados para defini-lo, como alguns podem imaginar, porque, se admitimos, ou rejeitamos a doutrina da predestinação, o mesmo número será salvo no fim.
O homem que nega esta doutrina, admitirá que todos os que se arrependem e creem em Cristo, serão salvos, e que todos os impenitentes e incrédulos perecerão, e o mesmo é admitido por aqueles que mantêm a doutrina da predestinação, de modo que um número igual é salvo em qualquer plano. A única diferença reside nisto: Aqueles que sustentam esta doutrina atribuindo toda a glória da salvação do homem somente a Deus, como o Autor e Consumador dela, do início ao fim; enquanto aqueles que negam a doutrina, dão uma grande medida da glória à criatura, pois, como sempre, podem reconhecer que a salvação através de Cristo é um dom para a humanidade em geral, eles fazem de cada indivíduo a primeira causa de sua própria salvação, e eles atribuem a salvação ou ao mérito humano, ou à ação humana, como sendo independente da graça de Deus, na medida em que eles dão ao homem um motivo de glória diante de Deus.
Seja como for eles podem dizer que é o homem que faz em si mesmo a diferença e que a sua salvação deve finalmente ser atribuída a ele como se isto fosse verdadeiro e apropriado. É sobre este ponto de vista que estamos ansiosos para apresentar a doutrina da predestinação de forma a ser corretamente compreendida. Como nela está envolvida a honra de Deus, não podemos deixar de considerá-la como merecendo a nossa mais séria atenção. Não obstante, se alguém não pode recebê-lo, não estamos dispostos a lutar com ele, mas estamos contentes em poder levar à sua consideração tais questões que são de fundamental importância.
II. A maneira pela qual esses fins são alcançados
A ordem e o método das dispensações Deus, de eternidade a eternidade, são aqui claramente marcados, no texto de Rom 8.29,30.
1. Ele conhece de antemão as pessoas como objeto de seu amor.
Tanto quanto se relaciona com a mera presciência , todas as coisas estão igualmente expostas à vista do Deus onipresente, e os que devem finalmente perecer, são tão conhecidos por ele, quanto que devem ser salvos. Muitos, nesse sentido, são conhecido de antemão por ele, que não são predestinados, ou chamados, ou justificados, nem nunca serão glorificados. Mas a palavra aqui usada implica mais do que a mera presciência, e inclui uma relação pessoal afetuosa e conhecida de antemão. Neste sentido, ela é usado em outros lugares; e, assim deve ser entendida na passagem diante nós. Isto é equivalente à expressão do profeta Jeremias, “Ele nos amou com um amor eterno”, Jer 31.3. E se inquirimos a razão desse amor, não podemos atribuir nenhuma outra senão a que nosso bendito Senhor atribuiu, “Sim, ó Pai, por que isso foi do teu agrado.”, Mat 11.26.
2. Ele, então, os predestinou para a vida.
Nós falamos disto, como se tivesse ocorrido num dado ponto do tempo, mas com Deus, não há intervalo entre a sua presciência e a pré-ordenação. A afeição interior, e o decreto consequente da mesma, são perfeitamente co-existentes.
Mas na predestinação de Deus, ela se refere tanto ao fim quanto aos meios, ou melhor, para o fim dos meios. Ele não ordena os homens para a vida eterna por um caminho de pecado, mas, como temos já mostrado, por um caminho de santidade. Isto é fortemente afirmado por Paulo, numa passagem antes citada, “porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade,” II Tes 2.13. E Pedro para o mesmo efeito, diz que nós somos “eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo,”, I Pe 1.2.
3. No devido tempo, ele os chama pela sua Palavra e Espírito.
A chamada falada aqui, não é a mera chamada externa do Evangelho, porque muitos são chamados, que, rejeitando a chamada, nunca são justificados ou glorificados. Esta chamada é interna, em que eles são “apresentados voluntariamente no dia do poder de Deus.” A palavra lhes vem em demonstração de Espírito e de poder, e são transportados das trevas para a luz, e do poder de Satanás a Deus, At 26.18. Este é o apelo que eles experimentam, e que é o resultado combinado do propósito eterno de Deus e a sua efetiva graça, II Tim 1.9.
4. Estes, que assim creem, ele justifica.
Quaisquer que tenham sido os pecados que um homem possa ter cometido, todos eles são riscados do livro de recordação de Deus, no mesmo instante que ele obedece ao chamado do Evangelho: “Todo aquele que crê”, diz o apóstolo, “é justificado de todas as coisas.”, Atos 13.39. Nenhum dos seus pecados e iniquidades será jamais lembrado contra ele em juízo.
5. A estes, no devido tempo, ele glorifica.
Sim, bendito seja Deus, a corrente dos propósitos Deus alcança de eternidade a eternidade, e nem um elo será quebrado.
A glorificação dos santos é, em parte realizada, mesmo nesta vida, na medida em que o Espírito da glória e de Deus repousa sobre eles, e eles são transformados à imagem de Cristo, de glória em glória, pelo Espírito do Senhor, II Cor 3.18.
Mas, no céu a sua felicidade será perfeita. Lá, tudo o que era em parte será aniquilado: eles conhecerão como são conhecidos, e serão como o seu Deus, para todo o sempre.
Aqui, no texto de Rom 8.29,30, pode ser observado, que não é feito menção à santificação, e isso pode ser suposto por algum contendor que imagina que a santificação é desnecessária para nossa salvação final. Mas a santificação não é omitida aqui; pelo contrário, ela está entrelaçada com toda a instrução.
Para quem são todas essas coisas faladas? Para aqueles que amam a Deus. Agora, o amor a Deus é a raiz e o cume de toda a santidade, e, portanto, é claro, que as pessoas mencionadas como tendo sido chamadas, e justificadas, e glorificadas, devem ser santas. Além disso, aquilo a que estão predestinados é, “para serem conformes à imagem de Cristo.” Mas como pode ser isto se eles não forem santos? Mais uma vez, a santificação está ainda mais implícita em sua justificação, a qual necessita de uma fonte, como um efeito de uma causa, como também na sua glorificação, para a qual é necessário um meio para este fim, pois sem uma idoneidade para sua herança, esta não poderia ser desfrutada. Vemos, portanto, que a omissão no texto é apenas em aparência, e não na realidade, e que não há qualquer motivo oferecido para a licenciosidade antinomiana (viver contrário à lei de Deus).
Muitos não desaprovam esta doutrina divina e bíblica em seus corações, mas pensam nela apenas como um assunto para mera especulação, e como sendo de pouca importância prática.
Mas, na verdade , é uma doutrina de grande importância prática, pois coloca o machado à raiz:
1. De Toda Auto-glorificação
Se alguém estiver disposto a se vangloriar, ele deve, em sua própria opinião, pelo menos, ou ter merecido a salvação em alguma medida de sua própria bondade, ou tê-la realizado pelo seu próprio poder.
Aqueles que negam a doutrina da predestinação dão inevitavelmente alguma ocasião para os homens se gabarem; porque seja pelo que for, fazem a predestinação de Deus ser influenciada por alguma obra, ou algo previsto, e ainda é a inerente e independente bondade do homem que é feita o fundamento da determinação da escolha de Deus, e a causa original da salvação do homem. Mas a doutrina da predestinação arranca todos esses conceitos pela raiz; ela faz a escolha soberana de Deus ser a fonte primária de felicidade do homem, e o imutável propósito de Deus é o meio de sua consumação final. Se for perguntado, por que Deus o amou? Isto deve ser respondido: “Porque ele me amou primeiro.” Se isto for ainda perguntado: Quem “tem feito todas as suas obras nele?”, isto deve ser respondido: Deus, 2 Cor 5.5. Foi Deus quem colocou o fundamento, e que suporta o edifício espiritual, para o mesmo fim, e quando a pedra de esquina é trazida, cada pecador no universo deve clamar: “Graça, graça a ela”, Zac 4.7.
2. De toda presunção.
A doutrina da predestinação é contestada por muitos, sob a ideia de que autoriza e incentiva as pessoas a dizerem: “Eu sou eleito, e, portanto, não tenho motivo para temer ou até mesmo para tomar cuidado com os meus caminhos. Mas, se alguém fosse assim abusar da doutrina, teríamos imediatamente que fazer-lhe esta pergunta: Você está conformado à imagem de Cristo? Porque foi para isto que somos predestinados. Aqui está um teste para por à prova as nossas pretensões, e ele irá imediatamente descobrir o valor que eles têm à vista de Deus. Se um homem tem uma prova em sua própria alma, que uma obra de graça foi começada dentro dele, e que ele tem sido habilitado num considerável grau, para “jogar fora o velho e colocar o novo”, então, na proporção em que a mudança se manifesta, ele pode inferir que esta eleição é de Deus, mas, se essa mudança não aparecer em sua vida e conversação, então ele pode saber infalivelmente, que, falar de si mesmo como alguém a quem Deus predestinou para a vida, engana a sua própria alma, e dá vantagem ao seu grande adversário para destruí-lo. Deixe isto então, ser bem conhecido, que devemos provar a nós mesmos se estamos na fé; e devemos determinar o assunto, não por quaisquer presunções infundadas de nossa própria imaginação, mas pela nossa proficiência em verdadeira justiça e santidade, em conformidade com o testemunho das Escrituras.
3. De todo desânimo.
A doutrina da predestinação, se abusada, pode gerar tanto presunção quanto desespero. Mas isso não milita contra a doutrina em si, porque do mesmo modo, podemos desacreditar todas as outras doutrinas do cristianismo. Que assim seja: o homem não tem no momento nenhuma evidência de que ele é um dos eleitos de Deus; deve então concluir que está entregue a um estado de reprovação? Certamente que não, pois, se ele olhar para as Escrituras, ele vai descobrir que até mesmo os próprios apóstolos estiveram uma vez num carnal estado de não convertidos, sim, eram filhos da ira, como os demais. Mas, como os apóstolos foram no próprio tempo de Deus livrados desse estado, assim também nós podemos ser, não obstante estejamos neste momento num estado que seja mais promissor. Deus não escolheu os apóstolos por causa de qualquer bem que estivesse neles, ou que ele tivesse previsto que estaria neles, e portanto, ele pode engrandecer a sua graça para nós, como ele mesmo fez em relação a eles.
Tradução e adaptação feitas pelo Pr Silvio Dutra, de um texto de Charles Simeon, em domínio público.

terça-feira, 9 de maio de 2017

O batismo é um assunto importante nas Escrituras

O Batismo e a Salvação

O batismo é um assunto importante nas Escrituras. Muitos textos mostram que o batismo está intimamente relacionado com outros temas fundamentais do evangelho. Quando Jesus encarregou os apóstolos da Grande Comissão, ele fez o batismo ser um elemento central da mensagem que eles deveriam pregar ao mundo: "Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas cousas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos as dias até à consumação do século" (Mateus 28:18-20). Quando Paulo apresentou os sete fundamentos da unidade cristã, o batismo era um deles: "Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos" (Efésios 4:4-6). Você pode perceber a importância do batismo por causa da sua ligação com aqueles outros elementos vitais do cristianismo. Infelizmente, poucos entendem o que a Bíblia afirma acerca da relação entre batismo e salvação. O objetivo deste artigo é mostrar que o batismo é um requisito para a salvação.

As Escrituras ensinam que há vários requisitos para a salvação: a graça de Deus, o amor de Deus, o sangue de Cristo, o ouvir a palavra, o arrependimento, a confissão, a fé, a obediência, etc. Nenhum dos elementos acima salva sozinho; todos são, no entanto, imprescindíveis. Em meio a tudo o que o homem tem que fazer para ser salvo está o batismo. Ninguém pode ser salvo sem fé, sem a graça de Deus, sem o sangue de Cristo, sem o arrependimento, etc., mas também não pode ser salvo sem o batismo. O batismo é um dos vários requisitos indispensáveis para a salvação.
O Batismo é Necessário para a Salvação

Marcos 16:16­ "Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado." O texto é claro. É necessário que creiamos e sejamos batizados. Alguns acreditam que o batismo não é essencial porque na segunda metade do versículo Jesus não disse que aquele que não crê e não é batizado será condenado. A questão obviamente é se queremos ser salvos ou condenados. Para sermos salvos duas coisas são necessárias: a crença e o batismo. Para sermos condenados basta uma: a descrença. Examine este paralelo: quem for contratado pela fábrica e trabalhar esforçadamente receberá a promoção; quem não for contratado não receberá a promoção. Na verdade, não importa quão arduamente um homem trabalhe, se nunca for contratado, certamente não receberá a promoção.

João 3:5­ "Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus." Não é possível entrarmos no reino do céu sem nascermos de novo da água e do espírito. O único nascimento pela água de que falam as Escrituras é o batismo (veja Romanos 6:3-4). Nascer do espírito diz respeito à transformação espiritual que devemos experimentar. Sem o batismo das águas e sem a mudança espiritual, é impossível entrarmos no reino.

Atos 2:38­ "Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo." O contexto aqui é muito importante. Pedro tinha acabado de pregar um sermão no qual acusava os que o ouviam de haverem assassinado ao Senhor. Seus ouvintes perguntaram o que tinham que fazer então para serem salvos. Pedro mandou que se arrependessem e fossem batizados para receber o perdão dos pecados e o dom do Espírito Santo. Sem arrependimento e sem batismo, permanecemos perdidos, sem perdão.

Atos 22:16­ "E agora, porque te demoras? Levanta-te, recebe o batismo e lava os teus pecados, invocando o nome dele." Esse texto nos mostra como invocar o nome do Senhor e ser salvo. Certamente devemos invocar o nome do Senhor para sermos salvos (Romanos 10:13; Atos 2:21). Mas isso significa mais que simplesmente gritar "Jesus" (Mateus 7:21-23; Lucas 6:46; Atos 19:13-16; Romanos 10:1-3). Invocar o nome do Senhor significa voltar-se para ele e submeter-se a ele para receber a salvação. O modo pelo qual fazemos isso é para ser batizados e lavar os pecados. Uma vez que não é possível sermos salvos tendo ainda o pecado e uma vez que o batismo é exigido para ser lavado dos pecados, fica claro que o batismo é necessário para a salvação.

Romanos 6:3,4­ "Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida." Essa passagem compara o batismo do cristão com a morte, o sepultamento e a ressurreição de Cristo. Jesus morreu. Nós temos que morrer com respeito ao pecado. Jesus ressuscitou; devemos também ressurgir do nosso sepulcro do batismo para vivermos uma vida nova. Está claro que a nossa nova vida segue o nosso batismo. Como não se enterra ninguém vivo, mas sim os mortos, assim também os batizados são aqueles que estão mortos no pecado e não os que já estão vivos em Cristo. A vida nova é recebida após o batismo.

1 Pedro 3:21: "A qual, figurando o batismo, agora também vos salva, não sendo a remoção da imundícia da carne, mas a indagação de um boa consciência para com Deus, por meio da ressurreição de Jesus Cristo." O batismo compara-se ao dilúvio dos dias de Noé. O dilúvio salvou a Noé da corrupção e da perversidade do velho mundo. O batismo nos salva da corrupção e do pecado de nossa velha vida. Uma vez que o texto afirma que o batismo nos salva, a questão é indiscutível.
Objeções

"O batismo não é batismo de fato." Algumas pessoas tomam os textos acima e tentam desidratá-los, dizendo que não se referem ao batismo nas águas. Isso é difícil fazer de forma convincente. João 3:5, por exemplo, afirma claramente: "nascer da água e do espírito". As pessoas tentaram dar toda sorte de significados à água nesse texto. Algumas dizem que Jesus estava falando do nascimento físico e que a água é o líquido amniótico de que tratamos quando dizemos que rompeu a bolsa d'água de uma grávida. Mas seria um pouco estranho que Jesus dissesse a homens vivos que eles tinham de nascer de novo fisicamente para entrar no reino dos céus. Informar Nicodemos que precisava nascer fisicamente para entrar nos céus era visivelmente desnecessário; isso obviamente já havia ocorrido! No contexto, Jesus mostrou categoricamente que estava falando de um nascimento espiritual e não físico. Foi Nicodemos, não Jesus, que imaginou entrar de novo no ventre da mãe para nascer. Alguns dizem que água em João 3:5 significa a palavra. Mas isso é arbitrário. Podemos dizer que água significa qualquer coisa ­ iogurte, por exemplo ­ e ensinar que as pessoas devem ser batizadas no iogurte para ser salvas! Mas Jesus disse água, e não há por que mudar isso.

Deve ficar claro que 1 Pedro 3:21 se refere ao batismo nas águas. No contexto, ele estava falando sobre como o mundo dos dias de Noé se encheu de água. Alguns defendem a idéia de que Noé foi salvo das águas e não pelas águas. O ponto do contexto, entretanto, não é a preservação de Noé na arca, mas sua salvação pela água do pecado do mundo.

Alguns tentam interpretar essas passagens como se fosse uma referência ao batismo com Espírito Santo. É verdade que a Bíblia menciona o batismo do Espírito Santo. Há, no entanto, diferenças significativas entre o batismo nas águas e o batismo do Espírito Santo que devem deixar claro a qualquer estudioso qual é qual. O batismo do Espírito Santo era uma promessa, nunca uma ordem (observe Atos 1:4-5,8). Se um batismo é ordenado, sabemos que não se trata do batismo do Espírito Santo. Com base nisso, Atos 2:38 e Atos 22:16 têm que referir-se ao batismo nas águas. Cristo é quem batizava com o Espírito Santo, não o homem. Se o batismo tratado é um batismo feito por homens, sabemos tratar-se do batismo nas águas. Por essa razão, Marcos 16:16 deve referir-se ao batismo nas águas (veja Mateus 28:18-20; Marcos 16:15-16). Romanos 6:3-4 é o batismo nas águas porque implica um sepultamento e uma ressurreição para uma nova vida.

"A salvação não é salvação de fato." Às vezes as pessoas negam que esses textos realmente ensinem que o batismo é essencial para a salvação. Com muita freqüência, fazem-no com Atos 2:38: "Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo". Dizem que a expressão "para remissão dos pecados", no grego, significa ser batizado porque os seus pecados já foram perdoados e não para receber o perdão dos pecados. O interessante é que a mesma expressão, tanto em português quanto em grego, é usada em Mateus 26:28: "Porque isto é meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão dos pecados". O sangue de Jesus foi vertido para remissão dos pecados. Teria seu sangue sido derramado porque os nossos pecados já haviam sido perdoados ou para recebermos o perdão? Sem dúvida, para recebermos. Atos 2 já em si afirma que devemos arrepender-nos e ser batizados para o perdão. Se devíamos ser batizados porque os nossos pecados já foram perdoados, então o arrependimento também se daria porque já recebemos a remissão dos pecados. Sabemos, porém, que o arrependimento é um requisito para recebermos o perdão; também o batismo.

"Salvos pela fé." Muitas pessoas fazem vistas grossas a todos os textos que tratam do batismo ao tentarem decidir se o batismo é ou não imprescindível para a salvação. Elas ressaltam os versículos bíblicos que ensinam que somos salvos pela fé (João 3:16; 5:24; Atos 16:31; Romanos 5:1; 10:9-10, etc.). Sem dúvida somos salvos pela fé. A Bíblia deixa isso bem claro. Mas esse fato nada fala sobre o batismo ser ou não também necessário para a salvação. Somos salvos por Cristo (Romanos 5:9-10), mas isso não significa que a fé seja dispensável. Somos salvos pelo arrependimento (Atos 3:19), mas isso não invalida a graça de Deus. Mateus 5:9 ensina que somos salvos por sermos pacificadores, mas isso não nos autoriza a descartar a fé, o arrependimento e o batismo, crendo que o fato de sermos pacificadores seja em si o que nos vai salvar. Se desejo saber sobre a relação que há entre o batismo e a salvação, devo estudar os textos que tratam do assunto do batismo e da salvação. Os textos que abordam a relação entre a fé e a salvação não responderão à pergunta.

Conquanto a Bíblia inequivocamente ensina que somos salvos pela fé, ela também nos mostra que nem todo tipo de fé salva. Tiago 2:14-26 sustenta com convicção que a fé sem a obediência é uma fé morta incapaz de salvar. João 12:42,43 apresenta algumas pessoas que creram, mas não professaram a Cristo: "Contudo, muitos dentre as próprias autoridades creram nele, mas, por causa dos fariseus, não o confessavam, para não serem expulsos da sinagoga; porque amaram mais a glória dos homens do que a glória de Deus". Será que foram salvas? Certamente, nem todo tipo de fé salva, apenas a fé que obedece ao que as Escrituras ensinam (Gálatas 5:6; Hebreus 5:9).

O que realmente importa perguntar é: quando é que a fé salva? A fé de Josué e dos homens de Israel causaram a ruína dos muros de Jericó quando obedeceram ao Senhor e marcharam ao redor dos muros 13 vezes (Hebreus 11:30). A nossa fé salva quando obedecemos ao Senhor (Romanos 6:17-18) e somos batizados (Gálatas 3:26-27).

"Não salvo pelas obras." As Escrituras ensinam que não somos salvos pelas obras (Efésios 2:8-9; Romanos 4:1-5), mas também que somos salvos pelas obras (Tiago 2:24). Não há dúvida de que esses textos falam de diferentes tipos de obra. A Bíblia, aliás, aborda muitos tipos diferentes de obras. Há as obras da carne (Gálatas 5:19-21). É claro que não somos salvos por estas obras. A Bíblia trata de obras para ganhar ou merecer a salvação. Com estas obras, a salvação seria uma questão de salário e aquele que a recebesse poderia gabar-se de ter merecido a salvação porque trabalhou para conquistá-la. Esse tipo de obra não salva (Romanos 4:1-5). Mas as obras de uma fé obediente são imprescindíveis para a salvação (Tiago 2:14-26). Devemos sempre analisar o tipo de obra que se acha em discussão no contexto. Tito 3:5 ensina que não somos salvos pelas obras, mas pelo batismo: "Não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo". Paulo estava aqui usando obras no sentido de Efésios 2 e de Romanos 4, afirmando que o batismo não é uma obra de merecimento, pela qual não somos salvos. O batismo é um ato de obediência pelo qual somos salvos.

A confusão surge do nosso uso da palavra obra. Suponhamos que eu lhe prometa dar um milhão de reais sob certas condições. Você tem de limpar toda a minha casa. Minha casa não é muito grande, nem está muito suja, então está claro que o pagamento se trata de um presente e não um salário. Você fez obras suficientes para merecer um milhão? Claro que não. Seria absolutamente impossível você ganhar um milhão de reais limpando uma casa. Você fez obras para cumprir as condições e receber um milhão de presente? Sem dúvida. Você o recebeu só depois de limpar a casa. Nossa palavra obra às vezes só faz referência a algo feito. Outras vezes, refere-se a algo feito para merecer salário. Precisamos fazer algo para ser salvos, mas não podemos ganhar a nossa salvação como um pagamento.

"O ladrão na cruz." Às vezes, ouvimos a objeção de que o ladrão da cruz não foi batizado, mas foi salvo. O ladrão foi salvo antes de Jesus morrer. Ninguém podia ser batizado na morte de Jesus antes que ele mesmo tivesse morrido. Portanto, nem Abraão, nem Moisés, nem Davi, nem ninguém antes de Jesus foi batizado para ser salvo. Os requisitos bíblicos para a salvação mudaram com a morte de Cristo. Nem Abraão, nem Moisés, nem Davi, nem o ladrão acreditaram que Jesus tinha ressuscitado dentre os mortos. Mas ninguém pode ser salvo hoje sem crer que Jesus ressuscitou dos mortos.

Hebreus 9:15-18 afirma que o testamento de uma pessoa passa a vigorar após sua morte. Antes de eu morrer, posso distribuir os meus bens da maneira que eu bem entender. Após minha morte, minhas propriedades serão distribuídas de acordo com as disposições do meu testamento. Antes da morte de Jesus, ele deu a salvação àqueles que quis. Mas, após morrer, a salvação é dada de acordo com as condições de seu testamento. Após sua morte, Jesus claramente afirmou que aquele que crê e se batiza será salvo (Marcos 16:15-16).
Conclusão

Muitas vezes Deus fez uso da água como linha divisória. Nos dias de Noé, a água do dilúvio separava o mundo pecaminoso da nova vida num mundo purificado (Gênesis 6-8). No êxodo, a água do mar Vermelho era a linha divisória entre a escravidão e a liberdade (Êxodo 12-15). Nos dias de Naamã, a água do rio Jordão era a linha divisória entre a lepra e a purificação (2 Reis 5). Nos dias do cego, a água do Tanque de Siloé era a linha divisória entre a cegueira e a capacidade de ver (João 9). Por que Deus usou a água nesses casos, eu não sei. Mas, sem dúvida, não nos deve parecer estranho que Deus tenha feito a água no Novo Testamento ser a linha divisória entre a velha vida de pecado e a nova vida em Cristo.

O batismo não é o único requisito para a salvação hoje, mas não podemos ser salvos sem ele. "Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade te digo: Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus" (João 3:5).

por Gary Fisher

sábado, 1 de abril de 2017

POR QUE DEVEMOS OBEDECER AOS NOSSOS PASTORES? E ENTENDAMOS A NECESSIDADE DA HIERARQUIA NA IGREJA.

CAJADO E A VARA ........ USAR NO MOMENTO CORRETO E NECESSÁRIO
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Amados irmãos em Cristo Jesus, que Deus em sua infinita bondade me abençoe e capacite neste momento, venho estudando, lendo, buscando a maneira correta para levar este tema POR QUE DEVEMOS OBEDECER AOS NOSSOS PASTORES? E ENTENDAMOS A NECESSIDADE DA HIERARQUIA NA IGREJA.
Tenho escutado, visto, em muitas igrejas a rebeldia de membros, desrespeito ao seu pastor (líder), deixdevidamente preparado, ungido e consagrado, me deixa triste e entristecido com esta falta de respeito e hierarquia, muitos confundem AMIZADE COM LIBERDADE, por algum motivo muitas vezes o pastor é maleável, não usa devidamente a DISCIPLINA, sabemos que temos o CAJADO e a VARA, e temos que usar no momento correto, e deixamos passar, não podemos nos deixar parecer IMPOTENTE, a VARA é para este momento, não podemos permitir que RESSURJA A IGREJA DE TIATIRA, vejamos:   Conquanto a Palavra de Deus ordene: “Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas” (Hb 13.17), aumenta a cada dia o número de cristãos rebeldes, que não se sujeitam aos líderes eclesiásticos chamados verdadeiramente por Deus e pensam que estão certos. Não respeitam pastores, verberam contra a liderança e afirmam que só devem obediência a Deus. “Igreja não é quartel general”, afirmam. E, generalizando, chamam qualquer liderança firme e segura de coronelista. Na Bíblia, a Palavra de Deus, vemos que o próprio Deus prioriza e hierarquiza. Ele — que podia ter formado todas as coisas com uma única palavra — fez questão de formar tudo a seu tempo, dia após dia (Gn 1). O Senhor também pôs em ordem as tribos de Israel (Nm 2). Nosso Deus é um Deus de ordem (1 Co 14.40).

De acordo com 1 Coríntios 12.28, vemos que Deus hierarquiza dons e ministérios. A hierarquia, nesse caso, existe, não para que o portador de certo dom e ministério se considere superior aos outros, e sim para que haja ordem. Deus pôs na igreja “primeiramente apóstolos” (1 Co 12.28; Ef 4.11). Os apóstolos são homens de Deus, enviados por Ele, com grande autoridade, e não autoritarismo, que formam a liderança maior da igreja — independentemente dos títulos empregados pelas denominações (pastores-presidentes, bispos, reverendos, pastores, presbíteros, etc.). Mas não se deve confundir títulos com ministérios e dons. Estes vêm do Espírito Santo, enquanto os títulos são conferidos pelos homens. Na Assembleia de Deus fiel ao seu perfil teológico-eclesiástico-consuetudinário original, por exemplo, não existe o título de apóstolo. Mas isso não significa que não exista o ministério apostólico. Este, segundo a Bíblia, perdurará “até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” (Ef 4.13).

O texto de 1 Coríntios 12.28 afirma, também, que Deus pôs na igreja “em segundo lugar, profetas”, mencionados em Efésios 4.11 na mesma posição, depois dos apóstolos. Os profetas que receberam, de fato, o ministério profético, não devem ser confundidos com os crentes que falam em profecia nos cultos, também chamados de profetas em 1 Coríntios 14.29. O ministério profético neotestamentário é formado por pregadores (pregadores, mesmo!) da Palavra de Deus, portadores de mensagens proféticas. Em seguida, a Palavra do Senhor, ainda em 1 Coríntios 12.28, assevera: “em terceiro, doutores”. Veja como essa hierarquização ocorria na igreja de Antioquia da Síria: “havia alguns profetas e doutores, a saber: Barnabé, e Simeão, chamado Níger, e Lúcio, cireneu, e Manaém, que fora criado com Herodes, o tetrarca, e Saulo” (At 13.1). Nesse caso, os doutores, que atuam juntamente com os profetas, são ensinadores da Palavra de Deus. Há casos, como o de Paulo, em que três ou dois dos ministérios mencionados (apóstolo, profeta e doutor) estão presentes (1 Tm 2.7). Os ministérios de pastor e evangelista certamente fazem parte dos três escalões mencionados em 1 Coríntios 12.28, posto que são títulos relacionados com a liderança maior da igreja.

Em 1 Coríntios 12.28, também está escrito: “depois, milagres, depois, dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas”. Milagres só vêm depois de apóstolos, profetas e doutores? Isso mesmo. Na hierarquização feita por Deus, o ministério da Palavra é mais prioritário que os milagres, haja vista serem estes o efeito da pregação do Evangelho (Mc 16.17). Observe que João Batista foi considerado por Jesus o maior profeta dentre os nascidos de mulher, mesmo sem ter realizado sinal algum (Jo 10.41). Se não houver hierarquia nas igrejas, para que servirão os cargos e funções? Qualquer pessoa, dizendo-se usada por Deus, poderá mandar no pastor. Aliás, isso estava acontecendo na igreja de Tiatira, e o próprio Senhor Jesus repreendeu aquele obreiro frouxo que não estava exercendo a liderança que recebera do Senhor (Ap 2.20).

Deus é Deus de ordem! Os princípios divinos da priorização e da hierarquização aparecem em várias outras passagens neotestamentárias. Em 1 Coríntios 14.26, vemos que, no culto coletivo a Deus, deve haver ordem. Quanto à ressurreição, está escrito: “cada um por sua ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda” (1 Co 15.23). E, na Vinda de Jesus, tal princípio também será aplicado: “os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens” (1 Ts 4.17). Em 1 Tessalonicenses 5.23, vemos que Deus prioriza o espírito, na santificação: “e todo o vosso espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”. Essa ordem mostra que a obra santificadora do Espírito Santo ocorre de dentro para fora, e não de fora para dentro.

Finalmente, o apóstolo Paulo parabenizou os crentes da cidade de Colossos porque naquela igreja havia ordem (Cl 2.5). E ordem também significa respeitar a hierarquia! Afinal, os ministérios e dons não são invenção humana. Eles foram dados por Deus para edificação do Corpo de Cristo (Ef 4.11-15).

Pr. Itamar França.

quarta-feira, 1 de março de 2017

PARA QUE FAÇAMOS UM ESTUDO SOBRE PREDESTINAÇÃO

PARA QUE FAÇAMOS UM ESTUDO SOBRE PREDESTINAÇÃO temos que estar atentos e capacitados, é um assunto misterioso e de uma profundidade gigantesca, e tenho assistido muitos falar sobre este tema sem os devidos conhecimentos, vejamos: “Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou.” (Romanos 8.29,30)

(Nota do tradutor: O Pr Charles Simeon era da denominação Batista, mas tinha uma visão interdenominacional. Ele apresenta a doutrina da predestinação de modo bíblico, equilibrado, sábio e sem os erros, invenções ou omissões que é comum se encontrar nos escritos de muitos que discorrem sobre a citada doutrina.)
O assunto da predestinação é reconhecidamente muito profundo e misterioso; não deve ser introduzido sem cuidado extremo, tanto quanto ao modo de afirmá-la, quanto às pessoas diante das quais se afirma.
É muito lamentável, que haja na mente de muitos um forte preconceito contra ela, de sorte que a simples menção da mesma é considerado por eles como se fosse uma heresia ou blasfêmia.
Mas isso certamente não é uma maneira pela qual qualquer parte da vontade revelada de Deus deve ser tratada.
Por isso não devemos descartar esta doutrina, com medo de ofender qualquer um que possa ser hostil a ela, embora, por outro lado, não deveríamos insistir nisto com tanta frequência ou com tanta força, de modo que venhamos desnecessariamente a feri-los e magoá-los.
Julgamos indigno de um servo fiel de Cristo omitir completamente esta doutrina.
O Apóstolo tendo designado aqueles que amam a Deus, como pessoas que foram chamadas de acordo com o propósito de Deus, passa a mostrar, do início ao fim, Deus como o autor de sua salvação; ele os conheceu e os predestinou desde a eternidade para os privilégios de que gozam, e infalivelmente completar seu propósito em relação a eles, em sua eficaz chamada, justificação livre de todos os seus pecados, e sua glorificação final à sua mão direita para sempre.

Na afirmação do apóstolo podemos ver,

I. Os principais fins da predestinação.

Deus age em todas as coisas de acordo com sua própria soberania e vontade; ainda que estas sejam reguladas pelos conselhos de sua sabedoria eterna e infalível. E em tudo isto o grande fim é o de promover a Sua glória.
Os fins que Ele tem proposto na predestinação dos homens para a vida eterna, possuem duas vertentes: o fim imediato relativo a nós; e o fim último que se relaciona ao seu Filho amado, pelo qual todos os seus propósitos devem ser cumpridos.

1. O fim imediato relativo a nós

Ele decretou que todos os objetos de sua escolha devem ser conformes à imagem de seu Filho. Mas como eles deveriam ser conformados a ele? Nós respondemos: em santidade, em sofrimento, e em glória.
Estamos sendo conformados a Cristo em santidade. Nosso bendito Senhor era completamente sem defeito ou mancha, um exemplo perfeito da santidade universal; os seus piores inimigos não puderam encontrar qualquer imperfeição nele, e João testemunha que “Nele não havia pecado”, I Jo 3.5. Assim, de acordo com o medida do dom de Cristo”, devemos ser também. Como ele, devemos viver, não para nós mesmos, mas para o nosso Deus somente, fazendo disto a nossa comida e a nossa bebida: fazer sua santa vontade. Embora no mundo, não devemos ser do mundo, assim como ele não foi, Jo 17.14,16, devemos ser superiores a tudo o que concerne ao mundo, devemos resistir às suas tentações, mortificar todas as suas concupiscências, e andar em todas as coisas como Cristo andou. A mesma mente que estava nele, deve estar em nós também. E, para isso, somos predestinados.

Nós não somos escolhidos porque éramos santos, ou porque Deus previu que nós deveríamos ser santos, (por algo que existisse previamente em nós e que nos desse isto como merecimento – nota do tradutor), mas para que pudéssemos ser santos; somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus desde antes ordenou para que andássemos nelas, Ef 2.10.
Nós somos conformados a Cristo nos sofrimentos. Por toda a sua vida nosso Salvador foi um homem de dores, e familiarizado com o sofrimento. Ainda que fosse Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu; e ele foi aperfeiçoado por meio de sofrimentos. Da mesma forma, também devemos ser um povo pobre e aflito. Devemos “tomar nossa cruz diariamente e segui-lo; devemos ser odiados de todos os homens por causa dele. Se eles chamaram o dono da casa de Belzebu, muito mais o farão com os da sua família. O servo não pode esperar estar acima de seu Mestre. Nós devemos segui-lo fora do arraial, levando o seu opróbrio. Para isso também fomos predestinados. Então Paulo expressamente afirmou se referindo a isto: “Todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus padecerão perseguição”, II Tim 3.12.

Somos também conformados a Cristo na glória. Ele está agora sentado à direita da Majestade no céu, e nós também, no devido tempo, estaremos sentados. Sim, se sofrermos com ele, também reinaremos com ele, e seremos glorificados. Devemos ser como ele na glória; o nosso corpo abatido será tornado semelhante ao seu corpo glorioso; a nossa alma também será transformada à sua imagem perfeita, e nossa bem-aventurança será completamente como a sua. E tudo isto também a nossa predestinação abrange. Ela não é somente o meio de graça pelo qual somos escolhidos, mas a designação da própria salvação e da obtenção da glória de nosso Senhor Jesus Cristo.

2. O fim último que se relaciona ao seu Filho amado, pelo qual todos os seus propósitos devem ser cumpridos.

Os primogênitos tinham direito a muitos privilégios: a eles pertencia o governo, o sacerdócio, e uma porção dupla da herança. Em relação a todo o resto da criação, não se excetuando até os anjos, nós podemos ser considerados primogênitos. Toda a família de crentes são “reis e sacerdotes para Deus”, e têm o direito de herdar o reino de nosso Pai celestial, Mt 25.21. Mas em relação a nós, Cristo é o Primogênito, pois Ele em todas as coisas deve ter a preeminência. Ele é a cabeça de toda a sua Igreja e a esta ele está predestinado, sim, a fim de que estes também sejam predestinados para a realização da sua glória.

Foi decretado no eterno conselhos de seu pai, que se quisesse fazer da sua alma uma oferta pelo pecado, ele deveria ter uma semente para servi-lo, e deveria seguramente ficar satisfeito com o trabalho penoso de sua alma. Se isto não fosse absolutamente decretado, poderia ter acontecido, que nunca poderíamos ser salvos, e que, portanto, Cristo poderia ter seu sangue derramado em vão. Pois, se cada coisa tivesse ficado totalmente dependente do livre arbítrio do homem, todos poderiam ter usado seu livre arbítrio exatamente da mesma maneira, e cada filho do homem poderia ter rejeitado a Cristo, exatamente como a grande massa da humanidade está realmente fazendo. Mas podemos conceber que Deus teria dado o seu Filho para carregar as iniquidades de um mundo em ruínas, e teria deixado ao mero acaso, se qualquer indivíduo devesse alcançar misericórdia através dele, ou se tornar uma jóia em sua coroa?

Não podemos conceber isto, na verdade, sabemos que não foi deixado assim ao acaso, pois temos a certeza, de que existe um povo escolhido, que foi desde a eternidade dado a Cristo, para ser resgatado pelo seu sangue, e ser salvo pela sua graça, e daqueles que foram dados assim a ele, ele não perdeu, nem nunca perderá nem um sequer. Quantos eles são, somente Deus sabe; mas temos a certeza de que são muitos, até mesmo uma multidão, que ninguém pode contar, de toda tribo, língua, povo e nação.
Provavelmente vai ser objetado que, se houver alguém que está assim predestinado para a vida, o restante tem necessidade de ser ordenado para a morte. Mas isso, de nenhuma forma deve ser admitido. Nós concordamos que é uma dificuldade que não somos capazes de explicar; e estamos contentes de sermos ignorantes das coisas que agradou a Deus não nos revelar; e, se os homens afirmam ou negam a doutrina em questão, eles vão se encontrar igualmente em uma perda para tornar cada coisa inteligível para as nossas capacidades finitas.

É a Escritura, e somente a Escritura, que deve determinar o que é a verdade, e, contanto que Deus declara com juramento que ele não tem prazer na morte do pecador, mas sim que ele se converta da sua impiedade e viva, podemos ter a certeza que, não obstante ele predestinou muitos para a vida, ele não tem predestinado uma única alma para a morte, nem é a doutrina da reprovação absoluta consequência justa e necessária da predestinação. Para traçar a linha, mais uma vez reconhecemos estar além do poder de qualquer capacidade finita; nem estamos muito preocupados para defini-lo, como alguns podem imaginar, porque, se admitimos, ou rejeitamos a doutrina da predestinação, o mesmo número será salvo no fim.

O homem que nega esta doutrina, admitirá que todos os que se arrependem e creem em Cristo, serão salvos, e que todos os impenitentes e incrédulos perecerão, e o mesmo é admitido por aqueles que mantêm a doutrina da predestinação, de modo que um número igual é salvo em qualquer plano. A única diferença reside nisto: Aqueles que sustentam esta doutrina atribuindo toda a glória da salvação do homem somente a Deus, como o Autor e Consumador dela, do início ao fim; enquanto aqueles que negam a doutrina, dão uma grande medida da glória à criatura, pois, como sempre, podem reconhecer que a salvação através de Cristo é um dom para a humanidade em geral, eles fazem de cada indivíduo a primeira causa de sua própria salvação, e eles atribuem a salvação ou ao mérito humano, ou à ação humana, como sendo independente da graça de Deus, na medida em que eles dão ao homem um motivo de glória diante de Deus.

Seja como for eles podem dizer que é o homem que faz em si mesmo a diferença e que a sua salvação deve finalmente ser atribuída a ele como se isto fosse verdadeiro e apropriado. É sobre este ponto de vista que estamos ansiosos para apresentar a doutrina da predestinação de forma a ser corretamente compreendida. Como nela está envolvida a honra de Deus, não podemos deixar de considerá-la como merecendo a nossa mais séria atenção. Não obstante, se alguém não pode recebê-lo, não estamos dispostos a lutar com ele, mas estamos contentes em poder levar à sua consideração tais questões que são de fundamental importância.

II. A maneira pela qual esses fins são alcançados

A ordem e o método das dispensações Deus, de eternidade a eternidade, são aqui claramente marcados, no texto de Rom 8.29,30.

1. Ele conhece de antemão as pessoas como objeto de seu amor.

Tanto quanto se relaciona com a mera presciência , todas as coisas estão igualmente expostas à vista do Deus onipresente, e os que devem finalmente perecer, são tão conhecidos por ele, quanto que devem ser salvos. Muitos, nesse sentido, são conhecido de antemão por ele, que não são predestinados, ou chamados, ou justificados, nem nunca serão glorificados. Mas a palavra aqui usada implica mais do que a mera presciência, e inclui uma relação pessoal afetuosa e conhecida de antemão. Neste sentido, ela é usado em outros lugares; e, assim deve ser entendida na passagem diante nós. Isto é equivalente à expressão do profeta Jeremias, “Ele nos amou com um amor eterno”, Jer 31.3. E se inquirimos a razão desse amor, não podemos atribuir nenhuma outra senão a que nosso bendito Senhor atribuiu, “Sim, ó Pai, por que isso foi do teu agrado.”, Mat 11.26.

2. Ele, então, os predestinou para a vida.

Nós falamos disto, como se tivesse ocorrido num dado ponto do tempo, mas com Deus, não há intervalo entre a sua presciência e a pré-ordenação. A afeição interior, e o decreto consequente da mesma, são perfeitamente co-existentes.
Mas na predestinação de Deus, ela se refere tanto ao fim quanto aos meios, ou melhor, para o fim dos meios. Ele não ordena os homens para a vida eterna por um caminho de pecado, mas, como temos já mostrado, por um caminho de santidade. Isto é fortemente afirmado por Paulo, numa passagem antes citada, “porque Deus vos escolheu desde o princípio para a salvação, pela santificação do Espírito e fé na verdade,” II Tes 2.13. E Pedro para o mesmo efeito, diz que nós somos “eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo,”, I Pe 1.2.

3. No devido tempo, ele os chama pela sua Palavra e Espírito.

A chamada falada aqui, não é a mera chamada externa do Evangelho, porque muitos são chamados, que, rejeitando a chamada, nunca são justificados ou glorificados. Esta chamada é interna, em que eles são “apresentados voluntariamente no dia do poder de Deus.” A palavra lhes vem em demonstração de Espírito e de poder, e são transportados das trevas para a luz, e do poder de Satanás a Deus, At 26.18. Este é o apelo que eles experimentam, e que é o resultado combinado do propósito eterno de Deus e a sua efetiva graça, II Tim 1.9.

4. Estes, que assim creem, ele justifica.

Quaisquer que tenham sido os pecados que um homem possa ter cometido, todos eles são riscados do livro de recordação de Deus, no mesmo instante que ele obedece ao chamado do Evangelho: “Todo aquele que crê”, diz o apóstolo, “é justificado de todas as coisas.”, Atos 13.39. Nenhum dos seus pecados e iniquidades será jamais lembrado contra ele em juízo.

5. A estes, no devido tempo, ele glorifica.

Sim, bendito seja Deus, a corrente dos propósitos Deus alcança de eternidade a eternidade, e nem um elo será quebrado.
A glorificação dos santos é, em parte realizada, mesmo nesta vida, na medida em que o Espírito da glória e de Deus repousa sobre eles, e eles são transformados à imagem de Cristo, de glória em glória, pelo Espírito do Senhor, II Cor 3.18.
Mas, no céu a sua felicidade será perfeita. Lá, tudo o que era em parte será aniquilado: eles conhecerão como são conhecidos, e serão como o seu Deus, para todo o sempre.
Aqui, no texto de Rom 8.29,30, pode ser observado, que não é feito menção à santificação, e isso pode ser suposto por algum contendor que imagina que a santificação é desnecessária para nossa salvação final. Mas a santificação não é omitida aqui; pelo contrário, ela está entrelaçada com toda a instrução.

Para quem são todas essas coisas faladas? Para aqueles que amam a Deus. Agora, o amor a Deus é a raiz e o cume de toda a santidade, e, portanto, é claro, que as pessoas mencionadas como tendo sido chamadas, e justificadas, e glorificadas, devem ser santas. Além disso, aquilo a que estão predestinados é, “para serem conformes à imagem de Cristo.” Mas como pode ser isto se eles não forem santos? Mais uma vez, a santificação está ainda mais implícita em sua justificação, a qual necessita de uma fonte, como um efeito de uma causa, como também na sua glorificação, para a qual é necessário um meio para este fim, pois sem uma idoneidade para sua herança, esta não poderia ser desfrutada. Vemos, portanto, que a omissão no texto é apenas em aparência, e não na realidade, e que não há qualquer motivo oferecido para a licenciosidade antinomiana (viver contrário à lei de Deus).
Muitos não desaprovam esta doutrina divina e bíblica em seus corações, mas pensam nela apenas como um assunto para mera especulação, e como sendo de pouca importância prática.
Mas, na verdade , é uma doutrina de grande importância prática, pois coloca o machado à raiz:

1. De Toda Auto-glorificação

Se alguém estiver disposto a se vangloriar, ele deve, em sua própria opinião, pelo menos, ou ter merecido a salvação em alguma medida de sua própria bondade, ou tê-la realizado pelo seu próprio poder.
Aqueles que negam a doutrina da predestinação dão inevitavelmente alguma ocasião para os homens se gabarem; porque seja pelo que for, fazem a predestinação de Deus ser influenciada por alguma obra, ou algo previsto, e ainda é a inerente e independente bondade do homem que é feita o fundamento da determinação da escolha de Deus, e a causa original da salvação do homem. Mas a doutrina da predestinação arranca todos esses conceitos pela raiz; ela faz a escolha soberana de Deus ser a fonte primária de felicidade do homem, e o imutável propósito de Deus é o meio de sua consumação final. Se for perguntado, por que Deus o amou? Isto deve ser respondido: “Porque ele me amou primeiro.” Se isto for ainda perguntado: Quem “tem feito todas as suas obras nele?”, isto deve ser respondido: Deus, 2 Cor 5.5. Foi Deus quem colocou o fundamento, e que suporta o edifício espiritual, para o mesmo fim, e quando a pedra de esquina é trazida, cada pecador no universo deve clamar: “Graça, graça a ela”, Zac 4.7.

2. De toda presunção.

A doutrina da predestinação é contestada por muitos, sob a ideia de que autoriza e incentiva as pessoas a dizerem: “Eu sou eleito, e, portanto, não tenho motivo para temer ou até mesmo para tomar cuidado com os meus caminhos. Mas, se alguém fosse assim abusar da doutrina, teríamos imediatamente que fazer-lhe esta pergunta: Você está conformado à imagem de Cristo? Porque foi para isto que somos predestinados. Aqui está um teste para por à prova as nossas pretensões, e ele irá imediatamente descobrir o valor que eles têm à vista de Deus. Se um homem tem uma prova em sua própria alma, que uma obra de graça foi começada dentro dele, e que ele tem sido habilitado num considerável grau, para “jogar fora o velho e colocar o novo”, então, na proporção em que a mudança se manifesta, ele pode inferir que esta eleição é de Deus, mas, se essa mudança não aparecer em sua vida e conversação, então ele pode saber infalivelmente, que, falar de si mesmo como alguém a quem Deus predestinou para a vida, engana a sua própria alma, e dá vantagem ao seu grande adversário para destruí-lo. Deixe isto então, ser bem conhecido, que devemos provar a nós mesmos se estamos na fé; e devemos determinar o assunto, não por quaisquer presunções infundadas de nossa própria imaginação, mas pela nossa proficiência em verdadeira justiça e santidade, em conformidade com o testemunho das Escrituras.

3. De todo desânimo.

A doutrina da predestinação, se abusada, pode gerar tanto presunção quanto desespero. Mas isso não milita contra a doutrina em si, porque do mesmo modo, podemos desacreditar todas as outras doutrinas do cristianismo. Que assim seja: o homem não tem no momento nenhuma evidência de que ele é um dos eleitos de Deus; deve então concluir que está entregue a um estado de reprovação? Certamente que não, pois, se ele olhar para as Escrituras, ele vai descobrir que até mesmo os próprios apóstolos estiveram uma vez num carnal estado de não convertidos, sim, eram filhos da ira, como os demais. Mas, como os apóstolos foram no próprio tempo de Deus livrados desse estado, assim também nós podemos ser, não obstante estejamos neste momento num estado que seja mais promissor. Deus não escolheu os apóstolos por causa de qualquer bem que estivesse neles, ou que ele tivesse previsto que estaria neles, e portanto, ele pode engrandecer a sua graça para nós, como ele mesmo fez em relação a eles.
Estudado por Itamar FrançaPr.
Tradução e adaptação feitas pelo Pr Silvio Dutra, de um texto de Charles Simeon, em domínio público.