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quarta-feira, 30 de março de 2016

John Piper - Por que eu abomino o evangelho da prosperidade?

John Piper - Por que eu abomino o evangelho da prosperidade?

https://www.youtube.com/watch?v=th6uKnh5kck

As Curas de Hoje em Dia O Que a Bíblia Ensina?

As Curas de Hoje em Dia
O Que a Bíblia Ensina?


Muitas das diferentes religiões acreditam que Deus cura as pessoas hoje em dia de uma maneira especial. Tanto pelos espíritas quanto pelos católicos, pelos pentecostais, e pelas igrejas renovadas das denominações tradicionais, as pessoas estão sendo ensinadas que Deus as curará milagrosamente. Para alguns essa cura vem através da bênção especial de um ritual mágico; para outros, através da peregrinação a algum santuário; para outros ainda, através da imposição das mãos de alguém abençoado com um dom especial do Espírito Santo. O que a Bíblia ensina? Deus cura, hoje em dia? E se cura, como o faz?
Dois tipos de cura
Deus sempre se manifestou como aquele que cura seu povo. Através de Moisés, Deus prometeu curar os filhos de Israel e poupá-los das doenças dos egípcios (Êxodo 15:26; Deuteronômio 7:15). Davi louvou a Deus como aquele que cura todas as moléstias (Salmo 103:3). Provérbios ensina que a obediência ao Senhor dá saúde e longa vida (Provérbios 3:2,8; 4:22, etc.). No Novo Testamento também, João orou pela saúde e prosperidade de Gaio (3 João 2). Mas essas promessas tinham certas limitações: Essas promessas não imunizaram totalmente o povo de Deus contra a doença. Homens justos como Jó, Epafrodito e Trófimo adoeceram (Jó 2; Filipenses 2:25-30; 2 Timóteo 4:20). Não houve um tempo, desde o jardim do Éden, em que o povo de Deus teve completa liberdade das enfermidades. Tanto cristãos quanto incrédulos experimentam a doença e a morte. Essas promessas não foram garantias absolutas. Como regra geral, Deus abençoa os fiéis com uma vida mais prolongada e melhor saúde. Considere, por exemplo, a promessa de que aqueles que honram os pais viverão muito tempo (Êxodo 20:12; Efésios 6:1-3). Sabemos que, em geral, aqueles que honram os pais vivem mais. Mas isso não significa que todos que honram seus pais vivem até aos 80, nem que todos os que morrem cedo desonraram seus pais. Eclesiastes mostra claramente que a relação de um homem com Deus não pode ser determinada pela sua saúde ou pelas bênçãos físicas (Eclesiastes 9:1-3). Os amigos de Jó estavam certos de que a enfermidade dele fora causada por causa de sua desobediência; mas isto não era verdade. Os discípulos queriam saber quem teria pecado para causar a cegueira do homem. Jesus replicou que a cegueira não fora causada nem pelo seu pecado nem pelo de seus pais (João 9:1-4). A ênfase das Escrituras não está nas bênçãos físicas. O foco principal das promessas de Deus é espiritual. Estamos, freqüentemente, mais interessados nas promessas de bênçãos físicas, mas uma leitura séria do Novo Testamento nos mostra que o principal interesse de um cristão deve ser sua comunhão com Deus e seu lar eterno (veja Filipenses 3:20-21; Colossenses 3:1-4; Hebreus 11:13-16, 35-38).
Além do cuidado geral de Deus para com a saúde de seu povo, houve certas épocas nas quais Deus operou milagres especiais de curas. Através de Moisés, por exemplo, Deus tornou uma água amarga em doce, curou lepra e levantou uma serpente de bronze para curar mordeduras de cobras. Através de Elias e Eliseu, Deus curou lepra, ressuscitou mortos, etc. Através de Jesus e dos apóstolos, Deus curou os cegos, os coxos, os surdos e muitos outros. Os tempos extraordinários das curas milagrosas corresponderam às novas revelações que Deus estava dando ao povo. Os sinais que Moisés operou atestaram suas credenciais para apresentar a nova lei de Deus aos filhos de Israel. Os sinais de Elias e Eliseu deram o carimbo da aprovação de Deus ao trabalho dos profetas de revelar uma outra maior porção da palavra de Deus. Os sinais de Cristo e dos apóstolos mostram que a revelação do Novo Testamento foi enviada por Deus.
Deus cura hoje em dia?
Sim, Deus cura seu povo através da oração, da providência e da ação de sua vontade, como ele sempre fez. Muitas vezes as pessoas glorificam médicos e remédios, quando Deus é aquele que deve receber o crédito. Todas as boas dádivas vêm de Deus e devemos sempre lembrar de dar a ele a glória e o agradecimento (Tiago 1:17).
Mas será que Deus ainda cura da maneira especial e miraculosa como antigamente o fez? Será que ele ainda dá poderes especiais de curas aos homens, como o fez a Moisés, a Elias e Eliseu, e a Jesus e aos apóstolos? Alguns responderão sim. Muitas igrejas e religiões reivindicam o poder de curar dessa maneira especial. Essas abrangem de diversas igrejas pentecostais (Deus é Amor, Assembléia de Deus, Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja da Graça, Igreja do Evangelho Quadrangular, Congregação Cristã no Brasil, etc.) aos ramos carismáticos das igrejas tradicionais, tais como a Católica e a Batista, e seitas como a de Cientista Cristão, até aos diversos grupos que compõem o espiritismo. Parece haver um impressionante arranjo de "evidência" para as supostas curas milagrosas nos dias atuais. A própria diversidade dessa evidência, contudo, deve levar-nos a reconsiderar. Estará, realmente, Deus operando sinais especiais e maravilhas em tantas diferentes, e mesmo contraditórias, igrejas e religiões? Na Bíblia, as curas especiais foram a maneira de Deus confirmar a nova revelação que ele estava dando através dos que curavam. É claro que Deus, que não se contradiz, não está confirmando todas estas mensagens conflitantes.
As muitas advertências contra os falsos sinais e maravilhas precisam ser examinadas. O diabo sempre simula as obras de Deus (examine Deuteronômio 13:1-5; 2 Coríntios 11:13-15; 2 Tessalonicenses 2:9-12; 2 Timóteo 3:13; Apocalipse 13:13-14; 16:13-14). E, também, o diabo é muito hábil em trabalhar através da religião (Mateus 7:15-23; 2 Coríntios 11:13-15; Colossenses 2). Portanto, a presença das supostas curas miraculosas na atualidade, as quais são totalmente diferentes das curas na Bíblia, não deve nos surpreender.
Diferenças entre as curas de hoje e as na Bíblia
Tipo. As curas especiais na Bíblia incluíam todos os tipos de moléstias. Jesus e os apóstolos podiam curar qualquer pessoa de qualquer doença ou enfermidade (Atos 5:15-16; Marcos 1:32-34; Mateus 4:23-24; 9:35). Cegos de nascença recebiam a visão imediatamente; coxos de nascença começavam a andar e saltar; lepra, mãos definhadas, orelhas cortadas e outros males perfeitamente visíveis eram curados diante dos próprios olhos daqueles que observavam (Atos 3:1-10; 4:22; João 9; Marcos 3:1-6; Mateus 8:1-4; Lucas 22:50-51). Ainda mais admirável era a ressurreição dos mortos (Lucas 7; João 11; Atos 9; 20). As curas de agora são diferentes. Os que fazem curas hoje em dia se especializam em dores de cabeça, dores lombares e outras enfermidades invisíveis. Sim! Algumas vezes ouvimos falar de um cego que recebeu sua vista ou de mortos sendo ressuscitados, mas nunca, ninguém, parece testemunhar esses eventos. Eles sempre ocorreram em outro tempo ou lugar e ninguém parece se lembrar exatamente de quando e onde. Sem dúvida, as "curas milagrosas" que você e eu vemos hoje são de uma natureza muito diferente dos milagres na Bíblia.
ManeiraAs curas na Bíblia eram instantâneasNão havia reação retardada. Os cegos recebiam sua vista na hora; os coxos começavam a andar, correr e saltar; a pele dos leprosos era purificada instantaneamente (Mateus 8:3; 12:13; Atos 3:7-8; João 9:7). As curas miraculosas foram sempre completasNão havia curas parciais (Atos 3:16). A maneira de Jesus e dos apóstolos era simplesNão havia fanfarras; não havia nada encenado. Aqueles com a verdadeira capacidade de curar faziam seu trabalho calmamente, simples e completamente. Poderá alguém que testemunhou "curas", hoje, dizer que elas são feitas da mesma forma?
Freqüência. Nenhum dos que, hoje em dia, "curam" sempre têm êxito. Geralmente, atribuem a culpa pelos insucessos à falta de fé por parte dos que querem ser curados. Mas na Bíblia, aqueles que realmente tinham o poder de curar conseguiam seu intento. Há uma única exceção registrada (Mateus 17) e, nesse caso, o problema foi uma falta de fé por parte dos que pretendiam curar. Nem todos aqueles que recebiam as curas tinham fé; de fato, alguns que nem esperavam ser curados o foram (João 5; Atos 3). Deus nunca falha. Se houvesse, nestes dias, pessoas que verdadeiramente tivessem poderes especiais de Deus para curar, eles também não falhariam.
Propósito. Na Bíblia, os milagres e as curas eram sinais para confirmar a mensagem do homem que os operava. Deus autenticou cada nova mensagem com sinais (Hebreus 2:3-4; Marcos 16:20). Gerações posteriores tinham que confiar na mensagem escrita daqueles que demonstravam as credenciais para revelá-la (João 20:30-31). Há muitos textos que mostram que a mensagem do evangelho foi completamente revelada no primeiro século (João 16:13; Judas 3) e que não haveria revelação adicional (Gálatas 1:6-9). Considere esta ilustração: O Cristo ressuscitado foi visto por várias testemunhas que escreveram sobre o que viram. Hoje, não vemos Cristo; confiamos na evidência registrada por aqueles que o viram. Os aparecimentos de Cristo depois de sua ressurreição serviram precisamente ao mesmo propósito que as curas e milagres: para provar que ele é o Filho de Deus e que devemos confiar na mensagem do Novo Testamento. Não há mais razão para esperar que alguém terá poder para curar hoje em dia, do que pensar que Cristo reaparecerá nestes dias.
É também digno de nota que o propósito das curas na Bíblia nunca foi financeiro. Pura e simplesmente, nunca lemos sobre Jesus ou os apóstolos ou outros cristãos primitivos com capacidade para curar fazendo coletas daqueles que eles estavam curando. De fato, em relação a estas próprias coisas (curar os doentes, ressuscitar os mortos, limpar os leprosos e expelir demônios) Jesus disse que as dessem gratuitamente (Mateus 10:8). Somos também advertidos sobre os que "movidos por avareza, farão comércio de vós, com palavras fictícias" (2 Pedro 2:3).
Efeito. Quando homens tinham, verdadeiramente, poderes para curar, todos se maravilhavam e ficavam admirados com os resultados (Atos 3:9-11; Lucas 7:16-17). Até mesmo os inimigos do evangelho tinham que admitir que as curas realmente aconteciam (João 11:48; Atos 4:16). Afinal, como poderiam negá-las? Havia os mortos que Jesus tinha ressuscitado, os coxos que ele havia curado e os cegos que agora viam, dando testemunho visível do seu poder. Os inimigos do evangelho sempre tentaram se opor e desacreditar o ensinamento, mas nunca tentaram negar que as curas e os milagres realmente aconteceram. Às vezes, questionavam quando Jesus curava (por exemplo, no sábado) ou pelo poder de quem (por exemplo, do diabo, diziam eles) o fazia, mas nunca negavam a autenticidade dos milagres. Os que curam, atualmente, experimentam resultados que são muitíssimo diferentes. Porque as curas não são imediatas, nem completas, nem visíveis, muitos reconhecem que eles realmente não têm qualquer poder especial. Onde está o milagreiro de hoje que tenha entrado numa cidade e curado todos os doentes? Os efeitos são diferentes.
O Que Podemos Concluir?
Houve dois meios básicos pelos quais Deus curou: o meio normal, através da oração e da providência, e o meio miraculoso, para confirmar as novas revelações. Deus continua a curar pelo meio normal e, por esta razão, devemos orar pelos doentes e agradecer a Deus pela recuperação deles. Mas não há evidência de que alguém tenha, hoje, as aptidões especiais, que Jesus e os apóstolos tinham para curar os enfermos. Nem devemos esperar que tenha. A intenção de Deus era confirmar sua nova revelação, através dos seus mensageiros, dando a eles especiais poderes de cura; sua revelação está completa; portanto, ele não continuou a dar poderes especiais. Tais curas especiais não ocorrem em nossos dias.
Objeções
Hebreus 13:8. Aqueles que crêem que Deus continua dando, hoje, poderes especiais de cura aos homens usam vários argumentos para apoiar essa idéia. Por exemplo, Hebreus 13:8 afirma que Jesus é o mesmo ontem, hoje e sempre. Há pessoas que usam esse texto para dizer que, se curas especiais e maravilhas aconteceram no primeiro século, o mesmo deve acontecer hoje em dia. Mas esse texto não diz que Jesus faz exatamente as mesmas coisas em todas as eras, nem que sua vontade é sempre a mesma. Hoje, os homens confessam pecados, enlutam-se, casam-se. Mas não farão assim para sempre. No céu não há confissão de pecados, luto ou casamento. No Velho Testamento não havia batismo pelo Espírito Santo ou o falar em línguas. Jesus é o mesmo. Mas sua obra mudou. No primeiro século, livros foram acrescentados à Bíblia, houve apóstolos vivos e Cristo apareceu na terra em forma humana. Hoje não. O fato de que Jesus nunca muda não significa que ele sempre dê aos homens os mesmos poderes ou aja sempre do mesmo modo. Há um certo progresso no procedimento de Deus para com os homens. Passo a passo ele executa seu plano. Conforme o plano é cumprido e a maturidade é atingida, certas coisas necessariamente mudam (1 Coríntios 13:11).

Marcos 16:17-18. Marcos 16:17-18 é usado, às vezes, para ensinar que todos os crentes serão capazes de operar curas, expelir demônios e falar em línguas. É interessante que poucos são os que afirmam, que todos os crentes podem beber veneno ou pegar em serpentes, ainda que essas coisas sejam mencionadas na mesma passagem. É importante analisar cuidadosamente o contexto desta promessa. Jesus estava falando aos apóstolos e prometeu que esses sinais acompanhariam os crentes. Ele não disse que todos os crentes, nem mesmo naquela época, poderiam operar sinais. Marcos 16:20 afirma que essa promessa já havia sido cumprida: "E eles, tendo partido, pregaram em toda parte, cooperando com eles o Senhor e confirmando a palavra por meio de sinais, que se seguiam." A pregação, mencionada em Marcos 16, com os sinais que a confirmariam já aconteceu. Se há mais sinais, hoje, pelo menos esse texto não está afirmando nada a respeito.
João 14:12Alguns se valem de João 14:12 para tentar provar que as curas milagrosas continuam ainda hoje. Essa passagem ensina que discípulos de Cristo farão obras maiores do que ele fez. O significado é que, depois da morte e da ressurreição de Jesus, seus seguidores pregariam a mensagem da salvação e ofereceriam, realmente, o perdão dos pecados pelo sangue de Cristo. Eles fariam uma obra maior por causa da expiação proporcionada pela morte de Jesus. Muitos deturpam esse texto para dizer que os crentes operarão milagres maiores. Mas como? Eles mudarão mais água em vinho, alimentarão uma multidão maior com menos pães e peixes, acalmarão tempestades mais violentas, ressuscitarão mais pessoas mortas? Seria difícil realizar maiores milagres do que Jesus. Esse texto está falando da salvação que poderia ser proporcionada depois da morte e ressurreição de Cristo.
Testemunhos. Finalmente, alguns se voltam para o testemunho das "curas" especiais nos dias atuais. Ou foram curados ou viram alguém curado, ou ouviram sobre alguém que foi curado. Mas há problemas com isso. Deus cura hoje. Ele não cura da maneira miraculosa como o fez no primeiro século, mas cura. Ele não dá aos homens, nos dias atuais, poderes especiais de cura. Deus pode curar através de sua providência e ao mesmo tempo um dos que "curam" pode começar a exercer sua arte. As pessoas dão o crédito ao "milagreiro", quando na realidade foi a providência de Deus que curou. Muitas enfermidades são grandemente afetadas pela mente. Se alguém pensa que foi curado, muitas vezes se sentirá melhor. Por essa razão, diversas "curas" ocorrem numa atmosfera emocionalmente carregada, com muitos na expectativa de receber uma cura. Raramente os que dizem que curam, hoje em dia, vão a lugares públicos e realizam tal ato; a maioria das "curas" ocorre em edifícios de igrejas ou lares. Jesus, ao contrário, curava em qualquer situação, até mesmo enquanto caminhava rua abaixo. Não há evidência de homens, hoje, curando como Jesus e os apóstolos curavam. Todos ouviram falar de algum lugar afastado onde uma pessoa morta foi ressuscitada, um leproso limpo, ou uma pessoa cega recebeu sua visão. Mas quem realmente experimentou esses fenômenos? Se Deus ainda cura hoje em dia do mesmo modo que no passado, por que são quase todas as curas invisíveis? Por que os milagres notáveis sempre ocorrem em algum lugar distante?
Conclusão
Deus continua a curar em nosso tempo, porém não mais concede aos homens capacidade especial para curar. Há diferenças radicais entre as curas verdadeiramente milagrosas do primeiro século e as alegações de curas hoje. Temos a revelação completa e confirmada do evangelho; portanto, Deus descontinuou seu uso das curas especiais. As curas de Deus, agora, são através da oração e da providência, e não através de sinais miraculosos.
-por Gary Fisher

sábado, 26 de março de 2016

SOBRE A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS

Amados irmãos em cristo Jesus, trago este estudo sobre a RESSURREIÇÃO, um estudo com respaldo bíblico de como acontecerá a ressurreição para aqueles que morrerem em Cristo Jesus, realmente e verdadeiramente cristãos, “isto que é corruptível se revista de incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade”. [1 Cor. 15.53].(1) Que nossos corpos ressuscitarão imortais e incorruptíveis;
(2) Que eles ressuscitarão na glória;
(3) Que eles ressuscitarão no poder;
(4) Que eles ressuscitarão em corpos espirituais.    Pr. Itamar França.



SERMÕES DE JOHN WESLEY
(1703 – 1791)
SOBRE A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS
“Mas alguém dirá: como ressuscitarão os mortos? E com que corpo virão?”.
(1 Co 15.35)
O Apóstolo tendo, no início deste capítulo, estabelecido firmemente a verdade da
ressurreição de nosso Salvador, acrescenta: “Agora, se Cristo ser pregado que ele ressuscito dos mortos, como alguns entre vocês dizem que não existe ressurreição dos mortos?”. Não pode mais parecer impossível a vocês que Deus poderia ressuscitar dos  mortos; desde que vocês têm exemplo tão claro disto em nosso Senhor, que estava morto e está vivo; e o mesmo poder que ressuscitou Cristo deve também ser capaz de vivificar
nossos corpos mortais. “Mas alguns homens irão dizer: Como os mortos ressuscitam? E com que corpo eles vêm?”. Como essas coisas podem ser? Como é possível que esses corpos possam ressuscitar novamente, e se unirem às suas diversas almas que por muitos milhares de anos foram enterradas, ou tragadas pelo mar, ou devoradas pelo fogo? – que se emolduraram no mais fino pó, — aquele pó espalhado por sobre a face da terra, disperso, na mesma amplitude dos céus; — além disso, que tem submetido-se a dez mil mudanças, tem avolumado a terra, se tornado alimento de outras criaturas, e essas, novamente, alimento de outros homens? Como é possível que todas aquelas pequenas partes, que construíram o corpo de Abraão, possam ser novamente agrupadas, sem misturar com a poeira de outros corpos, serem todas colocadas na mesma ordem e postura que estavam antes, de maneira a construírem o mesmo corpo que sua alma, por ocasião de sua morte, abandonou? Ezequiel tinha de fato uma visão de um vale cheio de ossos secos, “e ele ouviu um barulho, eobservou um estremecimento, e os ossos se juntaram, osso a seu osso; os tendões e a carne vieram até eles, e a pele os cobriu, e o fôlego entrou neles, e eles reviveram e se puseram de pé”. Isto poderia ser na visão. Mas que tudo isto, e muito mais, poderia, a tempo, ocorrer; que nossos ossos, depois de estarem esfarelados no pó, poderiam realmente se tornar homens viventes; que todas as pequenas partes das quais nossos corpos foram feitos, poderiam imediatamente, por uma exigência geral, se reunirem novamente, e cada uma reclamando e possuindo sua própria parte, até que, por fim, o todo estivesse perfeitamente reconstruído; que isto, eu diria, poderia ser feito, é uma coisa tão inacreditável, que nós não podemos ter qualquer noção a respeito. E podemos observar que os gentios estavam, ainda mais descontentes com este artigo da fé cristã; esta foi a última coisa que os gentios acreditaram; e é até hoje a principal objeção ao Cristianismo: “Como são os mortos ressuscitados? Com que corpos virão?”. Em minha pregação sobre essas palavras, eu devo fazer três coisas:
I. Devo mostrar que a ressurreição do mesmo corpo que morrer e foi enterrado, contem nada inacreditável ou impossível nela.
II. Devo descrever a diferença que as Escrituras fazem entre as qualidades do corpo glorificado e mortal.
III. Devo traçar algumas inferências do todo.

I

Eu devo mostrar que a ressurreição do mesmo corpo que morreu, contém nada de
inacreditável ou impossível nela. Mas, antes de fazer isto, pode ser apropriado mencionar algumas razões nas quais este artigo de nossa fé está construído.
1. A clara noção de uma ressurreição requer que o mesmo corpo que morreu deva ressuscitar. Nada pode ser dito que ressuscitou novamente, a não ser o próprio corpo que morreu. Se Deus fornece a nossas almas, no último dia, um novo corpo, isto não pode ser chamado de ressurreição de nossos corpos; porque aquela palavra implica na recente
produção do que havia antes.
2. Existem muitos lugares das Escrituras, que claramente declaram isto. São Paulo, no versículo 53 deste capítulo nos diz que “isto que é corruptível se revista de incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade”. [1 Cor. 15.53].
Agora, por este corpo mortal, e este corpo corruptível, pode apenas ser dito que aquele corpo que agora carregamos conosco, e que um dia se tornará em pó. A menção que as Escrituras fazem dos lugares em que os mortos ressuscitarão, mostra, mais além, que o mesmo corpo que morreu deverá ressuscitar. Assim, lemos em Daniel: “Aqueles quedormem no pó da terra deverão despertar; alguns para a vida eterna, e alguns para aovergonha e desprezo eterno”. E nós podemos também observar que a mesma frase, do dormir e acordar, implica que, quando ressuscitarmos novamente dos mortos, nossos corpos serão os mesmos que eles são, quando despertamos do sono. Assim, novamente, nosso Senhor afirma, em (João 5.28-29) “Porque vem a hora em que todos os que estãonos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição davida, e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação”. Agora, se o mesmo corpo não ressuscitasse, que necessidade haveria de abrir as sepulturas, quando do fim do mundo? As sepulturas podem entregar nenhum corpo mas aqueles que jazem nela. Se não era para ressuscitarmos com os mesmos corpos com os quais morremos, então, eles poderiam descansar para sempre. A isto precisamos apenas acrescentar aquela palavra de São Paulo: “O Senhor mudará este vil corpo, para que ele possa ser moldado como seu glorioso corpo. Agora, este corpo vil pode ser nenhum outro do que aquele com o qual estamos completamente cobertos, e que deverá ser restaurado novamente para a vida.
Que em tudo isto, não existe coisa alguma inacreditável ou impossível, eu mostrarei, provando estas três coisas:
(1) Que é possível para Deus manter e preservar sem mistura, de todos os outros corpos, a poeira específica, na qual nossos diversos corpos são dissolvidos, e pode reuni-la, e juntá-la novamente, por mais que esteja dispersa separadamente.
(2) Que Deus pode formar daquela poeira assim reunida, no mesmo corpo em que estava anteriormente.
(3) Que, quando ele tiver formado este corpo, ele pode vivificá-lo com a mesma alma que antes o habitou.
(4) 1. Deus pode distinguir e manter sem se misturar com todos os outros corpos a poeira específica em que nossos diversos corpos são dissolvidos, e pode reuni-la e juntá-la novamente, por mais que esteja dispersa separadamente. Deus é infinito, tanto em seu conhecimento, quanto em seu poder. Ele sabe o número de estrelas, e a chama todas por seus nomes; ele pode numerar as areias a beira-mar. E é, isto de modo algum inacreditável, que Ele pudesse conhecer distintamente as diversas partículas do pó do qual os corpos dos homens são moldurados, e discernido plenamente, a quem elas pertencem, e as várias mudanças que elas sofreram? Por que seria estranho que Ele, que a princípio nos formou, cujos olhos viu nossa essência, ainda sendo imperfeita, de quem não fomos ocultos quando fomos feitos em secreto, e curiosamente forjados nas partes mais inferiores da terra, pudesse conhecer cada parte de nossos corpos, e cada partícula de poeira da qual fomos compostos. O artista conhece cada parte do relógio que ele estruturou; e se ele se quebrasse, e as várias partes repousasse na maior desordem e confusão, ainda assim, ele poderia logo reuni-las, e tão facilmente distingui-las umas das outras, como se cada uma tivesse uma marca particular. Ele sabe o uso de cada uma, e pode rapidamente dar a ela seu lugar apropriado, e colocá-las todas, exatamente na mesma forma e ordem que estavam antes. E nós podemos pensar que o Altíssimo Construtor do mundo, de cuja obra somos, não sabe do que fomos feitos, ou não está familiarizado com as diversas partes, das quais este tabernáculo é composto?
Todas essas estavam depositadas em uma imensa quantidade, quando da criação, até que ele as separou umas das outras, e estruturou-as nos corpos distintos, dos quais este belo mundo consiste. E por que o mesmo Poder não pode coletar as ruínas de nossos corpos corrompidos, e restaurá-los à sua condição anterior? Todas as partes nas quais os corpos humanos estão dissolvidos, embora nos pareçam negligentemente espalhadas sobre a face da terra, estão ainda assim cuidadosamente colocada pela disposição sábia de Deus, até o dia da restauração de todas as coisas. Elas estão preservadas nas águas e fogos, nos pássaros e bestas, até que a última trombeta os chamam para suas habitações anteriores. “Mas”, eles argumentam, “pode acontecer, algumas vezes, que os diversos corpos humanos possam consistir da mesma matéria. Porque os corpos dos homens são freqüentemente devorados por outros animais que são comidos por outros homens. Não, existem nações que se alimentam de carne humana; conseqüentemente, eles emprestamuma grande parte de seus corpos de outros homens. E se esta era parte do corpo humanose tornar, mais tarde, parte de outro homem, como podem ambos ressuscitar, no últimodia, com o mesmo corpo que tinham anteriormente?”. A isto pode facilmente ser respondido, que uma parte muito pequena do que é comido se torna alimento, a maior parte segue a ordem da natureza. De maneira que não é impossível, afinal, para Deus, que observa e governa tudo isto, assim ordenar as coisas; que o que é parte de um corpo humano, embora comido por outro, nunca se torne seu alimento; ou, se isto acontecer, que ele possa se desprender novamente, e, algum tempo depois de sua morte, separado dele, para que permaneça na capacidade de ser restaurado para o último dia ao seu primeiro dono.
2. Deus pode formar este pó, tão ligado juntos, no mesmo corpo que havia antes. E que é possível que devam possuí-lo todos que crêem que Deus criou Adão do pó da terra.
Portanto, os corpos dos homens, se tornando pó, depois da morte, não é outro do que aquele que foi anteriormente; e o mesmo poder que a princípio o criou do pó, pode, tão facilmente reconstruí-lo, quando ele voltar ao pó novamente. Não isto, não é mais surpreendente do que formar um corpo humano no ventre, que é uma coisa que temos diariamente experimentado, e é, sem dúvida, tanto um exemplo tão singular do poder divino, quanto à ressurreição dele pode, possivelmente, ser. E não fosse uma coisa tão comum, dificilmente pensaríamos que fosse possível, que tal tecido maravilhoso como o corpo humano, com nervos e ossos, carne e veias, sangue e diversas outras partes que o consiste, pudesse ser formado; como agora somos, que, futuramente ele poderia ser reconstruído, depois de ser reduzido a pó. Tivéssemos apenas ouvido da produção maravilhosa dos corpos dos homens, estaríamos pronto para perguntar: “Como os homens são feitos, e com quais corpos eles nascem?”, como o fazemos agora, quando ouvimos sobre a ressurreição: “Como os mortosressuscitam, e com que corpos eles vêm?”.
3. Quando Deus ressuscitar este corpo, ele poderá avivá-lo com a mesma alma que o habitou antes. E isto nós não podemos dizer que seja impossível de ser feito; porque já foi feito. Nosso Salvador estava morto, ressuscitou, e apareceu vivo aos seus discípulos e outros, que viveram com ele, muitos anos, e foram, então, completamente convencidos de que ele era a mesma pessoa que eles tinham visto morrer na cruz. Assim, eu mostrei que a ressurreição do mesmo corpo é, de modo algum, impossível a Deus; que o que ele prometeu, ele é também capaz de executar, através daquele “poder altíssimo, através doqual, ele pode subjugar todas as coisas para si mesmo”. Embora não possamos dizer exatamente a maneira como ele seria feito, ainda assim, isto, de maneira alguma, deveria
enfraquecer nossa crença neste importante artigo de nossa fé. É suficiente que Ele, a quem todas as coisas são possíveis tenha dado sua palavra de que nos ressuscitará novamente. Que aqueles que ousam zombar da gloriosa esperança de todos os homens bons, e que levantam constantemente objeções contra ela, primeiro, experimentem sua habilidade nos vários aspectos da natureza. Deixe que eles expliquem tudo que eles vêem acontecer neste mundo, antes que falem das dificuldades de explicar a ressurreição. Eles podem me dizer como seus próprios corpos foram moldados e curiosamente forjados? Eles podem me dar um relato claro, através de quais passos ordenados, esta gloriosa estrutura majestosa, que revela tanta habilidade e plano raro, foi primeiramente criada? Qual foi a primeira gota de sangue feita; e como o coração, e veia e artérias a receberam? Do que, e através de que meios, os nervos e fibras foram feitos? O que fixou as pequenas articulações em seus lugares devidos, e as adequou para os diversos usos para os quais elas agora servem? Como o cérebro distinguiu-se das outras partes do corpo, e foi preenchido com vigor para mover e animar o todo? Como o corpo veio a ser protegido pelos ossos e nervos, revestido com pele e carne, e diferenciado em vários músculos? Que eles respondam a essas poucas questões a respeito do mecanismo de nossos próprios corpos, e eu responderei a todas as dificuldades concernentes à ressurreição deles. Mas, se eles não puderem fazer isto, sem recorrerem ao poder e sabedoria infinita da CAUSA PRIMEIRA, que eles saibam que o mesmo poder e sabedoria podem reanimá-los, depois que tornaram ao pó; e que não existe razão para duvidarmos disto, porque existem algumas circunstâncias pertencentes a ele que não podemos compreender perfeitamente ou dar um relato distinto dela.

II

Eu agora prossigo para a Segunda coisa que eu propus; que foi descrever a diferença que as Escrituras fazem, entre as qualidades de um corpo mortal e um corpo glorificado. A mudança que será feita em nossos corpos, quando da ressurreição, de acordo com o relato bíblico, consistirá principalmente nestas quatro coisas:
(1) Que nossos corpos ressuscitarão imortais e incorruptíveis;
(2) Que eles ressuscitarão na glória;
(3) Que eles ressuscitarão no poder;
(4) Que eles ressuscitarão em corpos espirituais.
1. O corpo que teremos, na ressurreição, deverá ser imortal e incorruptível:
“Porque este corpo corruptível se tornará incorruptível; e este corpo mortal revistade imortalidade”. Agora, essas palavras, imortal e incorruptível, não apenas significam que não morremos mais (porque neste sentido o condenado é imortal e incorruptível), mas que estaremos perfeitamente livres de todos os males corpóreos que o pecado trouxe ao mundo; que nossos corpos não estarão sujeitos às enfermidades, ou dor, ou quaisquer outras inconveniências que possamos estar expostos diariamente. Isto as Escrituras chamam de “a redenção de nossos corpos”; — o livrá-los de todas as suas enfermidades. Se fôssemos recebê-los novamente, sujeitos a todas as fraquezas e misérias que somos forçados a combater, eu duvidaria que um homem sábio, se deixado a sua escolha, estaria disposto a utilizar-se do seu, novamente; — se ele não escolheria deixá-lo ainda podre na sepultura, preferivelmente a ser acorrentado a tal incômodo torrão de terra. Tal ressurreição seria, como um sábio gentio a chama, “a ressurreição para um outro carneiro”. Pareceria mais como a redenção para a morte novamente do que uma ressurreição à vida. A melhor coisa que podemos dizer desta casa de argila, é que ela é uma construção em ruína, e não durará muito antes que caia ao solo; que ela não é nosso lar, — que buscamos por uma outra “casa eterna nos céus”; que não estaremos sempre confinados aqui, mas que, em pouco tempo, estaremos livres da escravidão da corrupção deste fardo de carne, para a liberdade gloriosa dos filhos de Deus. Como nossos corpos são frágeis! Quão rapidamente eles ficam desordenados! A que série de doenças, dores, e outras enfermidades, eles estão sujeitos! E como a menor indisposição perturba nossas mentes, torna a própria vida um peso! De quantas partes consistem nossos corpos! Se uma delas estiver desordenada, todo o homem sofre. Mas, se um desses filamentos fracos dos quais nossa carne é feita, for esticado além de suas devidas proporções, ou corroído por algum temperamento afiado, ou destruído, que tormento ele cria! Além disso, quando nossos corpos estão em melhores condições, quantas dores temos para responder às suas necessidades; para prover seu sustento; para preservá-los na saúde, e mantê-los adequados, a algumas adaptações toleráveis para o uso de nossas almas! E o tempo que podemos gastar do nosso trabalho é tomado no descanso, e na renovação de nossos corpos cansados, e adequando-os novamente para o trabalho. Quanto, nós somos forçados, até mesmo naturalmente, nos confins da morte; até mesmo, a cessar de existir; — pelo menos, a passar tantas horas sem quaisquer pensamentos úteis ou racionais, meramente para mantê-los em reparo! Mas nossa esperança e conforto são que possamos brevemente nos livrarmos deste fardo da carne: Quando “Deus enxugará todas as lágrimas de nossos olhos, e não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem haverá mais alguma dor; porque as primeirascoisas já se passaram”. Ó, quando alcançaremos aquela fonte venturosa, onde nunca queixas foram, algumavez, ouvidas; onde todos nós desfrutaremos de saúde ininterrupta, tanto do corpo quanto damente, e nunca mais sermos expostos a algumas dessas inconveniências que perturbamnossa presente peregrinação. Quando tivermos passado, uma vez, da morte para a vida,estaremos livres de todos os cuidados preocupantes de nossos corpos, que agora tomamtanto de nosso tempo e pensamentos. Estaremos preparados, agora submetidos a suportarnossas vidas. Aqueles mantos de luz, com os quais seremos revestidos na ressurreição dosjusto não permanecerá na necessidade daquelas provisões cuidadosas que são tãopreocupantes para nós aqui, quer para obtê-las, ou ficarmos sem elas. Mas, como nossoSenhor nos diz, aqueles que serão considerados merecedores de alcançar aquele mundo, “nem se casarão ou serão dados em casamento; nem poderão morrer mais, mas serão semelhantes aos anjos”. Seus corpos não são nem objetos de doenças, nem necessitamdaquele sustento diário que esses corpos mortais não podem ficar sem. “Carne para o ventre e o ventre para carnes; mas Deus destruirá tanto um quanto o outro”.Esta é aquelafelicidade perfeita que todos os homens desfrutarão no outro mundo, — uma mente livre detoda a perturbação e culpa, em um corpo livre de todas as dores e enfermidades. Assimnossos corpos mortais ressuscitarão imortais. Eles não apenas serão preservados da morte(porque assim esses deveriam ser, se Deus se agradasse), mas a natureza deles mudarátotalmente, de maneira a não reter as mesmas sementes da mortalidade; — eles não podemmorrer mais.
2. Nossos corpos ressuscitarão naglória.
“Então, o justo brilhará como o sol no reino de seu Pai”. Uma semelhança disto,
nós temos no brilho da face de Moisés, quando ele conversou com Deus sobre o monte. Sua face brilhou tanto, que os filhos de Israel ficaram com medo de aproximarem-se dele, até que ele a cobrisse com um véu. E aquela extraordinária majestade na face de Estevão
pareceu uma garantia de sua glória. “Todos os que estavam assentados no conselho,fixando os olhos nele, viram o seu rosto como o rosto de um anjo”.Como assim, se ele brilhou tão gloriosamente até na terra, quanto mais brilhará no outro mundo, quando seu corpo, e os corpos de todos os santos se tornarem como o glorioso corpo de Cristo! Quão glorioso é o corpo de Cristo, nós podemos supor de sua transfiguração. São Pedro, quando viu isto; quando a face de nosso Senhor brilhou como o sol, e sua vestimenta tornou-se resplandecente e branca como a neve, elevou-se com alegria e admiração, de maneira que não soube o que dizer. Quando nosso Salvador revelou apenas um pouco daquela glória que ele agora possuía, e que, no devido tempo, ele concederá aos seus seguidores, ainda que pouco dela, fez com que o lugar parecesse um paraíso; e os discípulos, poderiam desejar nada melhor do que sempre viver semelhante a uma luz pura, e alegrar tão belo olhar. “É bom para nós estarmos aqui: Vamos construir três tabernáculos”; — aqui vamos fixar nossa moradia para sempre. E, se eles estavam felizes em apenas estar presentes com tais corpos celestiais, e contemplá-los com seus olhos, quão mais felizes será habitar em tais mansões gloriosas e serem revestidos com tal esplendor! Esta excelência de nossos corpos celestes provavelmente surgirá, em grande medida, da felicidade de nossas almas. A alegria inexplicável que nós sentiremos abrirá caminho em nossos corpos, e brilhará em nossos semblantes, como a alegria da alma até nesta vida tem alguma influência sobre o semblante rendendo mais livre e alegre. Assim Salomão nos diz: “A sabedoria do homem faz sua face brilhar”. A virtude, assim como ela refina o coração do homem, torna sua própria aparência mais alegre e cheia de vida.
3. Nossos corpos ressuscitarão nopoder.
Isto expressa a vivacidade de nossos corpos celestes, a agilidade de seu movimento,
através do qual eles serão instrumentos obedientes e capazes da alma. Neste estado, nossos corpos não são melhores do que pedaços de madeira e algemas, que confinam e restringem a liberdade da alma. O corpo corruptível pressiona a alma, e o tabernáculo terreno oprime mente. Nossos corpos indolentes, inativos são freqüentemente incapazes, ou negligentes, para obedecer aos comandos da alma. Mas, na outra vida, “eles que esperam no Senhor renovarão suas forças; eles subirão com asas, como águias, eles correrão e não secansarão; caminharão e não desfalecerão”. Ou, como um outro expressa isto: “eles correrão de um lado para outro, como faíscas em meio aos restolhos”. A velocidade de seus movimentos será igual o devorar do fogo em restolhos; e a altura dele, acima da fortaleza de uma águia; porque eles encontrarão o Senhor no ar, quando ele vier para o julgamento, e subirão com ele para os céus mais altos. Este corpo terreno é vagaroso e pesado em todos os seus movimentos, lânguidos e logo cansados com a ação. Mas nossos corpos celestes serão como fogo, tão ativos e tão ágeis como nossos pensamentos são.
4. Nossos corpos ressuscitarão emcorpos espirituais.
Nossos espíritos são agora forçados a servir nossos corpos, a atender suas ociosidades, e depender grandemente deles para a maioria de suas ações. Mas nossos corpos deverão, então, servir totalmente aos nossos espíritos, e ministrar a eles, e depender deles. De maneira que, como através de “um corpo natural”, nós compreendemos algo adequado a este mundo inferior; a este estado terreno; por “um corpo espiritual”, entendemos algo que seja adequado ao estado espiritual, ao mundo invisível, à vida dos anjos. E de fato, esta é a diferença principal, entre um corpo mortal e um corpo glorificado. Esta carne é o inimigo mais perigoso que temos. Nós, portanto, negamos e renunciamos a ela em nosso batismo. Ela constantemente nos tenta para o mal. Todo sentido é uma cilada para nós. Toda sua luxúria e apetites são desordenados. Ela é ingovernável, e freqüentemente se rebela contra a razão. A lei em nossos membros guerreia com a lei de nossas mentes. Quando o espírito está propenso, a carne é fraca; de maneira que o melhor dos homens é forçado a mantê-lo submisso, e usá-lo dificilmente, a fim que ela não possa induzi-los à tolice e miséria. E como ela nos impede de todas as nossas devoções! Quão logo ela fatiga nossas mentes, quando empregadas nas coisas santas! Quão facilmente, através de seus prazeres encantadores, ela as desvia daqueles nobres exercícios! Mas, quando tivermos obtido a ressurreição para a vida, nossos corpos serão espiritualizados, purificados, e refinados dessa grosseria terrena; então, serão instrumentos adequados para a alma em todas as suas atividades divinas e celestes; não estaremos mais fatigados de louvar
a Deus, através das infinitas épocas. Assim, depois do pouco que somos capazes de conceber sobre isto, parece suficientemente, que um corpo glorificado é infinitamente mais excelente e desejável do que este corpo vil. A única coisa que nos resta é traçar algumas inferências do todo.

III

1. Primeiro, do que se falou, podemos aprender o melhor caminho para nos prepararmos para viver naqueles corpos celestes; que é nos limparmos mais e mais de todas as afeições terrenas, e nos desprendermos deste corpo, e de todos os prazeres que são
peculiares a ele. Nós deveremos começar nesta vida a soltar o nó entre nossas almas e esta carne mortal; refinar nossas afeições, e erguê-las das coisas abaixo para as coisas acima; elevar nossos pensamentos, e desatá-los das coisas presentes e conscientes, e acostumarmo-nos a pensar, e conversar sobre as coisas futuras e invisíveis, para que nossas almas, quando estiverem livres deste corpo terreno, possam estar preparadas para o corpo espiritual, como tendo testado os deleites espirituais anteriormente, e, em algum grau, se familiarizado com as coisas que nós então nos deparamos. Uma alma totalmente dedicada a este corpo terreno não está adequada para as mansões gloriosas acima. Uma mente sensual é tão apegada aos prazeres corpóreos, que ela não pode divertir-se sem eles; e não é capaz de saborear algum outro, embora infinitamente preferido aos demais. além disso, como seguem as inclinações de seus apetites carnais estão tão desqualificados para as alegrias celestiais, que eles poderiam apreciar a maior infelicidade ser revestida de um corpo espiritual. Seria como vestir um mendigo com mantos de um rei. Tais corpos gloriosos seriam desconfortáveis a eles; eles não saberiam o que fazer neles; eles ficariam satisfeitos de tirarem e colocarem seus trapos novamente. Mas, quando somos lavados da culpa de nossos pecados, e limpos de toda sujeira da carne e espírito, pela fé no Senhor Jesus Cristo, então, deveremos almejar nos desfazermos, e estarmos com nosso Salvador exaltado; devemos sempre estar prontos a voar para o outro mundo, onde deveremos, pelo menos, ter um corpo adequado aos nossos apetites espirituais.

2. Assim sendo, nós podemos considerar os diferentes graus da glória no mundo celestial. Porque, embora todos os filhos de Deus devam ter corpos gloriosos, ainda assim,
a glória deles todos não deverá ser igual. “Conforme uma estrela difere da outra na glória,assim também acontece na ressurreição dos mortos”. Eles todos deverão brilhar como estrelas; mas aqueles que, pela diligência constante em fazer o bem, tiverem alcançado uma medida maior de pureza, brilharão mais intensamente do que outras. Eles deverão parecer como mais gloriosas estrelas. É certo que a maioria dos corpos celestes será dada à maioria das almas celestes; de maneira que este não se trata de pouco encorajamento à nós que possivelmente pudermos fazer o maior progresso, no conhecimento e amor de Deus, uma vez que, quanto mais privados das coisas da terra, agora, mais gloriosos nossos corpos serão na ressurreição.3. Permita que esta consideração nos comprometa pacientemente a suportar quaisquer preocupações que possam existir na presente vida. O tempo de nossa redenção eterna se aproxima. Resistamos um pouco mais, e todas as lágrimas secarão de nossos olhos, e não mais lamentaremos ou teremos tristeza. E como logo, devemos esquecer de tudo o que sofremos neste tabernáculo terreno, quando, uma vez, estivermos vestidos com a casa que é do alto! Estamos agora na jornada em direção ao lar, e para tanto esperamos nos deparar com muitas dificuldades; mas não será por muito tempo, antes, cheguemos ao fim de nossa jornada, e isto corrigirá tudo. Nós deveremos, então, estar em um ancoradouro tranqüilo e seguro; fora do alcance de todas as tempestades e perigos. Devemos, então, nos sentir em casa, na casa de nosso Pai, não mais expostos às inconveniências que, por quanto tempo habitamos fora nestas tendas, estaremos sujeitos. E não vamos nos privar de toda esta felicidade, por falta de um pouco mais de paciência. Apenas resistamos até o fim, e receberemos uma recompensa abundante por todas os desconfortos áridos da inquietação de nossa passagem que deverá se tornar descanso e paz infinita. Permita especialmente que isto nos fortaleça contra o medo da morte: Ela está agora desarmada, e não pode nos causar dano. Ela nos separou, de fato, deste corpo, por um instante; mas apenas para que possamos recebê-lo, novamente, mais glorioso. Assim como Deus disse uma vez a Jacó: “Não tenha medo de descer ao Egito, porque eu irei contigo, e certamente o apresentarei novamente, portanto deixe-me dizer a todo que é nascido de Deus; Não tema descer ao tumulo; repouse sua cabeça no pó Porque Deus certamente o apresentará novamente, e isto de uma maneira mais gloriosa”.Apenas “esteja firme e inabalável, sempre abundante na obra do Senhor”e, então, deixe que a morte prevaleça sobre esta casa de barro, e a derrube; uma vez que Deus empreendeu reconstruí-la novamente, infinitamente mais bela, forte e útil.
 John Wesley

sexta-feira, 25 de março de 2016

ESCATOLOGIA 2ª PARTE

O ARREBATAMENTO DA IGREJA

Uma característica singular que identifica a Igreja fiel é o sentimento de constante expectativa que a domina no tocante ao retorno de Cristo. E ela sabe que não ficará neste vale de lágrimas. Os crentes sabem que o arrebatamento é uma realidade que lhe diz respeito.
A definição da 2ª vinda de Cristo é bastante ampla; é vista pelo menos de duas maneiras diferentes. E localizada, às vezes, para indicar o drama dos tempos do fim, abrangendo tanto o arrebatamento da Igreja quanto a revelação de Cristo em glória no Monte das Oliveiras; Zc. 14.4. Outras vezes, é enfocada especificamente para diferenciar a revelação de Cristo do arrebatamento da Igreja que a antecederá.
2.1 – Palavras usadas para descrever o arrebatamento 
Existem usualmente três palavras que todos nós usamos para explicar tão maravilhoso fenômeno.
a) Arrebatamento; 1 Ts. 4.17.
b) Trasladação; Na carta aos hebreus vemos Enoque, um símbolo da Igreja.
c) Rapto. Palavra latina, RAPERE; significa transportar de um lugar para outro. Equivale ao grego: ARPAZO, usado em Jo. 10.28,29; At.8.39, etc.
2.2 – Propósitos do Arrebatamento
a) Livrar os embaixadores do Rei do perigo iminente; 2Co. 5.20; Ap.3.10; I Ts. 1:10.
b) Recompensar a Igreja de Cristo, mediante a outorga de galardões, no soleníssimo Tribunal de Cristo; 2 Co. 5.10.
c) Conduzir a Igreja à Bodas do Cordeiro, que se dará em seguida ao Tribunal e, enquanto na Terra ocorrerá a Grande Tribulação.
d) Introduzir a Igreja no Reino da Glória e imortalidade, conforme o desejo expresso por Jesus; Jo. 14.3
2.3 – A trombeta do arrebatamento 
O toque da trombeta no dia do arrebatamento se relaciona com o alarido e a voz do arcanjo. O alarido significa originalmente uma expressão militar, uma voz de comando. Nesse dia ouvir-se-á a voz do ARCANJO. Como se sabe, a palavra ARCANJO significa chefe de anjos. Certamente a voz do ARCANJO será para comandar os anjos, que se oporão às hostes demoníacas instaladas nos ares, abrindo caminho para o povo de Deus que estará sendo arrebatado.
Visto que, em Mt. 24.30,31 encontramos os anjos a recolher os eleitos, logo após ser proferida a lamentação por todas as nações, alguns serão levados a pensar que a Igreja não será arrebatada até Cristo haver destruído os exércitos do anticristo. Ora, devemos considerar, porém, que o cap. 24 de Mateus não apresenta os eventos em ordem cronológica. Jesus não tinha qualquer intenção em revelar o dia ou a hora de sua vinda. A palavra então, no início de Mt. 24.30, traduz um vocábulo grego de sentido muito geral (tote), dando a entender que os acontecimentos ocorrerão todos dentro do mesmo período de tempo, mas não necessariamente na ordem apresentada.
2.4 – Fatos ligados ao arrebatamento
Quando Cristo vier para buscar a Igreja, ocorrerão duas coisas na terra, por ocasião desse evento:
a) Ressurreição dos mortos crentes. Em 1 Ts. 4.14, diz que Cristo trará em sua companhia os espíritos daqueles que dormem no Senhor, e Ele ficará parado nas nuvens, enquanto os espíritos continuam descendo a procura de seus corpos a serem ressuscitados em um corpo glorioso. ALELUIA!!! cf. 1 Ts. 4.16.
b) Transformação dos vivos. Após a ressurreição dos mortos crentes, segue-se a transformação dos vivos que estiverem preparados para aquele momento; 1 Co. 15.52.
“Vai pois, povo meu, entra nos teus quartos e fecha as tuas portas sobre ti”. Is. 26.20ª.
3 – A GRANDE TRIBULAÇÃO.
Logo após o arrebatamento da Igreja e antes da manifestação pessoal de Jesus a este mundo, terá lugar uma série de eventos terríveis em sua magnitude e alcance. É um tempo de tribulação e angústia predito pelos profetas do Antigo Testamento. Daniel refere-se a uma tribulação jamais dantes experimentada; Dn. 12.1. Jeremias descreve-a como o tempo de angústia para Jacó; Jr. 30.7. confira também as palavras de Jesus em Mc. 13.19. O ponto culminante deste tempo de angústia será de tal forma que se “o Senhor não abreviasse aqueles dias, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos que escolheu, abreviou aqueles dias; Mc. 13.20.
Deve ficar bem claro que uma das condições para o desencadeamento da Grande Tribulação será precisamente, o rapto da Igreja. O rapto assinalará o fechamento do longo parêntese que definiu a Dispensação da Graça. Após, é que o Rei Jesus voltará a tratar diretamente com Israel e com o mundo gentílico.
3.1 – Quanto tempo durará a Grande Tribulação?
A Grande Tribulação durará uma semana de anos, Dn. 9. 27. Será a Septuagésima semana de Daniel. Uma semana de anos corresponde a sete anos; a semana será dividida em duas etapas de três anos e meio. A última etapa da 70ª semana é assim designada: tempo, tempos e metade de um tempo.
3.2 – Desvendando um mistério.
O anjo disse a Daniel sobre estas setenta semanas de anos que estão determinadas sobre o povo de Israel. As primeiras sessenta e nove terminaram com a crucificação do Messias; Dn. 9.26. Muitos acreditam num interlúdio entre a 69ª e a 70ª semana, como se esta estivesse indefinidamente adiada. Esse interlúdio é a era da graça. Quando a influência restringidora da operação do Espírito Santo em, e através da Igreja, for removida, por ocasião do arrebatamento, então iniciará a última e terrível semana.
3.3 – Quem dominará o mundo naqueles dias?
O líder terreno durante a G.T. será o arquiinimigo do Senhor Jesus: o anticristo. A palavra anti tem este sentido básico no grego: em lugar de e não contra. Ele não dirá ser o anticristo. Antes reivindicará ser o verdadeiro Cristo.
O anticristo aparecerá no cenário mundial. Fará um concerto por sete anos com o povo de Israel. Já que o mundo está em suas mãos, três espíritos imundos semelhantes a rãs saem da boca da trindade satânica para congregar todas as nações para a peleja contra Israel, isto é, para a Grande Batalha do Armagedom. Esta Batalha culminará no triunfo de Nosso Senhor Jesus Cristo. Quanto ao anticristo e aos seus aliados, serão lançados no Lago de Fogo. Israel, é claro, será restaurado e purificado; Is. 2.5-22; 16.1-5; 24.1-15; 26.20,21. E as nações serão julgadas; Mt. 25.31-46.
3.4 – A Igreja passará pela Grande Tribulação?
Mui freqüentemente, os que afirmam que a Igreja passará pela G.T., salientam: Deus não prometeu que a Igreja escapará da tribulação e do sofrimento. O que eles não sabem é que a Bíblia usa a palavra tribulação (no grego, thlipsis) de duas maneiras diferentes. Algumas vezes, ela refere-se à aflição, à perseguição, à pressão e à angústia que nos são causadas por um mundo ímpio. Ela também é traduzida por aflições quando Paulo fala de nossas tribulações diárias que, se comparadas à eternidade, duram apenas um momento; IICo. 4.17. Mas os julgamentos da tribulação, referidos em Apocalipse, não pertencem à mesma classe; representam a ira de Deus. Mas não estamos esperando a ira; quer vivamos ou morramos, aguardamos o arrebatamento para estarmos para sempre com o Senhor; 1 Ts. 5.10.
“Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei ‘da hora da tentação’ que há de vir sobre o mundo, para tentar os que habitam na terra”; Ap. 3.10. A passagem em foco indica que a Igreja jamais passará pela G.T. Aqueles que advogam que a Igreja passará por este sombrio período, fazem sua defesa no significado da preposição “EK”.
Esta preposição “ek” leva os intérpretes a uma interpretação literal de sair de dentro. Para emergir de dentro da hora da tentação, deve (segundo este conceito) ter estado presente durante aquela hora. Mas essa forma de interpretação, não combina com a tese e argumento principal da natureza do pensamento das Escrituras, por vários motivos:
a) Ora, usando a preposição gramatical de: “ek” e “apo” (fora de) reforça o conceito geral das demais escrituras. À referência direta deste versículo, qualquer estudioso sabe que se refere à hora da G.T., que de um certo modo envolverá todo o mundo, e, na sua fase final, terá como alvo a cidade de Jerusalém e a Terra Santa.
b) A palavra da significa para fora de e em si traz a idéia de ser guardado da Tribulação (não meramente conservado através dela, como alguns asseveram). Ora, se a Igreja estivesse destinada a passar pela G.T., uma coisa seria certa; em lugar de ler-se: “…eu te guardarei ‘da’ hora da tentação”. Ler-se-ia: “eu te guardarei ‘na’ hora da tentação”. Convictos, desta verdade podemos afirmar: A IGREJA NÃO PASSARÁ PELA GRANDE TRIBULAÇÃO. 
4 – O MILÊNIO
“…e reinarão com Cristo durante mil anos”; Ap. 20.4b. O milênio será, de acordo com as escrituras, um tempo de restauração para todas as coisas. Ao invés do pecado, a justiça encherá a Terra.
Será verdadeiramente a Idade Áurea da Terra, acerca do qual os poetas têm entoado, e pela qual este mundo triste e sofrido tem esperado através de todos os séculos, desde que o seu Rei foi crucificado e assim o Senhor da Glória foi rejeitado pelos que lhe pertenciam e por cuja razão, o reino foi adiado.
Haverá profundas mudanças na Terra, durante o Milênio. A maldição que Deus pronunciou devido ao pecado, será removida e assim a benção de Deus mover-se-á sobre a Terra.
Vejamos agora alguns itens a serem considerados sobre o Milênio.
4.1 – A forma de Governo 
TEOCRÁTICO, isto é, o próprio Deus regerá o mundo na pessoa do Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo; Dn. 7.4.
4.2 – A Sede do Governo
Jerusalém, será a capital do mundo. A desprezada cidade tantas vezes pisada pelos exércitos invasores.
4.3 – Condições espirituais 
As condições espirituais em evidência durante o Milênio contrastarão fortemente com as prevalecentes nos dias atuais. Então terá sua total realização a profecia de Joel 2.28,29, em que, o Espírito Santo será derramado sobre Israel e as demais nações.
4.4 – O conhecimento do Senhor será universal durante o Milênio; Is. 11.9; Jr. 31.34. Tal qual hoje o mal prevalece e muitas nações jazem nas trevas da idolatria, naquele tempo a justiça de Deus prevalecerá e todas as nações conhecerão o nome do Senhor Jeová Rafá.
4.5 – Satanás será amarrado durante o Milênio. Esse inimigo, tanto de Deus como do homem, será algemado e lançado no abismo, de maneira que ele ficará impossibilitado de exercer o seu nefasto programa de engano entre os homens; Ap. 20.1-3.
4.6 – Haverá paz universal durante este período em estudo. Hoje os esforços humanos para promover a paz entre os homens são vãos. Porém chegará o dia em que o Príncipe da Paz estabelecerá a perfeita harmonia entre as nações.
4.7 – Fim do Milênio 
Satanás será solto do abismo, por um pouco de tempo e enganará as nações afim de congregá-las para a batalha.
O fato de que o homem dará ouvidos aos enganos de Satanás, embora tenha usufruído das bênçãos e das melhores influências espirituais, durante este período, mostrará que o estado de depravação natural do coração humano, ainda se encontra enraizado dentro do seu instinto pecaminoso, por natureza, e este estado de depravação será revelado no fim desse período de 1.000 anos.
Mas, no ponto pinacular da rebelião contra o Senhor, Deus enviará fogo do céu que os devorará.
O fim do Milênio marcará também o fim de todas as dispensações terrestre e o fim do tempo.
5 – O JULGAMENTO FINAL
E Ap. 20.11-15 descreve-se o julgamento que terá lugar ao fim do Milênio, mil anos depois do julgamento das nações, realizando-se não sobre a terra, como foi o caso do julgamento das nações, mas sim nas regiões celestiais onde Deus habita. A primeira ressurreição, Ap.20.6, ocorrerá antes do início do Milênio e será para os mortos justos pertencentes a todas as dispensações, à Igreja, e ao grupo salvo durante a G.T.; Ap.7
Sendo que os participantes da 1ª ressurreição são descritos como bem aventurados, e santos, naturalmente os demais mortos que não viverem até o fim do Milênio não o são. Por essa razão cremos que perante o GTB comparecerão os mortos ímpios.
A presença do Livro da Vida será necessária na condenação daqueles que alegarão méritos das suas obras, quando deveriam ter aceitado a Cristo como seu Salvador, fato que teria colocado seus nomes nesse livro do Cordeiro.
Os ímpios serão julgados segundo as suas obras. O registro delas será aberto e lido para determinar o grau de castigo. O Lago de Fogo será para todos os ímpios. Para este lugar serão removidos para sempre a morte e o Hades.
6 – O ESTADO PERFEITO E ETERNO. 
Jesus não deixou de mencionar sobre essa era perfeita. Apocalipse 21 e 22 descrevem as glórias deste estado eterno.
A cidade de Jerusalém, a celestial, baixará de vez sobre a Terra. A nova terra tem seu relevo totalmente diferente.
Quem preparou esta cidade foi Jesus. A cidade é quadrangular. Nessa cidade não haverá mais noite, nem precisará da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre os seus e reinarão pelos séculos dos séculos. Deus enxugará de nossos olhos toda a lágrima.
Conheceremos as águas límpidas do Rio da Vida e sentiremos o gostoso sabor do fruto da Árvore da Vida. ALELUIA!!!
Fim da viagem.

ESCATOLOGIA. 1ª parte

ESCATOLOGIA.  1ª parte.


“ENTRETANTO, o Espírito Santo nos diz claramente que nos últimos tempos alguns na igreja se desviarão de Cristo e se tornarão seguidores de mestre com idéias de inspiração diabólica” ITm. 4.1. Alguns falsos ensinadores têm introduzido no meio do povo de Deus ensinos deturpantes sobre as coisas que ainda hão de acontecer. Ë de se lamentar que essas heresias têm desviado muitos cristão que por sua vez perdem o gosto pelo verdadeiro ensino, contido nas Sagradas Escrituras, concernente ao futuro.
O estudo da Escatologia requer muita atenção e cuidado para não entrar na classe dos falsos mestres que Paulo enfatizou que, nos últimos tempos surgiriam.
Não é difícil o estudo sobre Escatologia, desde que o estudante dedicado busque a orientação de Deus que por sua vez iluminará a mente do seu discípulo. Uma coisa é certa: o Espírito Santo é o único e verdadeiro intérprete que merece toda a nossa confiança, no que tange a todo o conteúdo plausível da Bíblia Sagrada, o Livro de Deus.
I – DEFININDO O TERMO ESCATOLOGIA.
O termo escatologia deriva de duas palavras gregas: escathos e logos, que se traduzem por “últimas coisas” e “estudo” ou “tratado”. É o estudo ou doutrina das últimas coisas. É chamada bíblica, no nosso caso, porque ela pode ser extrabíblica.
No estudo da escatologia bíblica, é de caráter fundamental, Ter o cuidado em não apresentar falsas interpretações, evitando, com isso, questionamento e especulações. Deus nos adverte dizendo que devemos “manejar bem a Palavra da verdade.”(II Tm.2.15). “Porque a visão é ainda para o tempo determinado, e até ao fim falará e não mentirá; se tardar, espera-o, porque certamente virá, não tardará”.(Hc.2.3).
II – ENTENDENDO O CAMPO DA ESCATOLOGIA BÍBLICA.
Littera scripta manet – “a palavra escrita permanece”, disse Horácio na Roma Antiga a mais de 2.000 anos atrás. O que caracteriza o vislumbre do cumprimento das profecia no palco da escatologia, é a maneira de como Deus trabalha para mostrar a sua vontade, revelada na palavra escrita. Este trabalho consiste em ampliar a revelação divina, nos dando a entender que a palavra escrita continua em pé, revigorada pela forte atuação e inspiração do Espírito Santo de Deus. A ordem que o profeta Jeremias recebeu do Senhor foi esta: “escreve num livro todas as palavras que eu te disse”, Jr. 30.2.
Não podemos duvidar nem admitir falha na palavra de Deus. Ela é inspirada pelo Espírito Santo; 2Tm. 3.16. A inerrância das escrituras tem sua base na infabilidade da Palavra do Senhor.
Com isso podemos ir mais além do que Horácio afirmou. “a palavra escrita ‘não’ apenas permanece – ela floresce como trepadeira nas fronteiras do nosso entendimento”. Ela alcança o mais profundo dos recônditos da nossa alma. Para entender o campo da escatologia, precisamos saber de 3 (três) verdades básicas.
1 – A IGREJA – ALVO DA REVELAÇÃO DIVINA. 
Toda a revelação aponta para o futuro. O futuro consiste num plano traçado por Deus para que a Igreja caminhe neste mundo “pela fé a esta graça, na qual estando firme, gloria-se na esperança da glória de Deus”, Rm. 5.2
Argumentando o fato de nós sermos alvo da revelação divina, o apóstolo Paulo escreveu aos Efésios dizendo que Deus “nos elegeu antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele. Em amor nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito da sua vontade”, Ef. 1.4,5. Somente aqueles que são santos e filhos de Deus é que têm o privilégio de ter a revelação das coisas que em breve hão de acontecer.
Em contraste, o mundo pagão, que não tem a revelação de Deus, se fecha num ciclo de falsas expectativas em relação ao futuro.
No consenso filosófico da humanidade a maior parte da população do mundo vê com grande otimismo a era que está por vir. Pressentindo um fantástico progresso material e científico, vivendo na era da velocidade e vendo a aquisição do conhecimento se acelerar, muitos poderão se tornar otimistas demais. Contudo o apóstolo Paulo nos adverte: “quando andarem dizendo: paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição”, ITm. 5.3.
Aos olhos dos franceses do final do século XIX, o novo século parecia uma espécie de Idade de Ouro. Mas o entusiasmo durou até 1914, quando a 1ª Guerra Mundial pôs fim ao sonho dourado.
Outra parte da humanidade certamente adentrará o 3º milênio cheia de superstições, medo, insegurança e pessimismo; preocupada com desgraças, desemprego, violência e caos social.
A história registra que, na passagem do ano 999 para 1.000, a maior parte da Europa não conseguiu comemorar a data, pois esperava o “Apocalipse”. Segundo o historiador Frederick H. Martins, um sentimento de terror dominou a multidão amontoada na imensa Basílica de São Pedro, em Roma, na noite de 31 de dezembro de 999. Inclusive o Papa Silvestre II parecia aterrado.
Isso aconteceu porque o povo não tinha acesso à Bíblia. Quem conhece a revelação sabe que o mundo irá de mal a pior, mas não se desespera. E o Senhor Jesus profetiza: “homens desmaiarão de terror, na expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo… e quando estas coisas começarem a acontecer, fiquem firmes e levantem a cabeça, pois a vossa redenção está próxima, Lc. 21.26,28.
2 – OS QUATRO TIPOS DE ESCATOLOGIA. 
Além de ser um dos capítulos da dogmática cristã, ou seja, o estudo sistemático e lógico das doutrinas concernentes às últimas coisas, há quatro outros tipos de escatologia, segundo nos apresenta o Dicionário Teológico (CPAD).
a) Escatologia consistente. 
Termo nascido com Alberto Schweitzer, segundo o qual a ações e a doutrina de Cristo, tinha um caráter essencialmente escatológico. Não resta dúvida, pois de que o Senhor Jesus haja se preocupado em ensinar aos discípulos as doutrinas das últimas coisas. Todavia, sua preocupação básica era a salvação do ser humano. Ele Jamais deixou de se referir à vida prática e sofrida do homem.
b) Escatologia idealista. 
Corrente doutrinária que relaciona a escatologia bíblica às verdades infinitas. Os que defendem tal posicionamento, alegam que a doutrina das últimas coisas não terá qualquer efeito sobre a história da humanidade. Relegam-na, pois, à condição de mera utopia, ou seja, projeto irrealizável, fantasia.
Mas, o que dirão elas, por exemplo, acerca das profecias já cumpridas? Será que estas não referendam as que estão por se cumprirem? Não esqueçamos, pois, ser a profecia a essência da Bíblia. Se descremos daquela, não podemos crer nesta.
c) Escatologia individual. 
Estudo das últimas coisas que dizem respeito exclusivamente ao indivíduo, tratando de sua morte, estado intermediário, ressurreição e destino eterno. Neste contexto, nenhuma abordagem é feita, quer a Israel, quer a Igreja.
d) Escatologia realizada. 
Ponto de vista defendida por C.H. Dodd, segundo o qual as previsões escatológicas das Sagradas Escrituras foram cumpridas nos tempos bíblicos. Atualmente, portanto, não nos resta nenhuma expectativa profética de acordo com o ensino de Dodd.
Gostaríamos, porém que ele nos respondesse as seguintes perguntas:

· A 2ª vinda de Cristo já foi realizada?
· A grande Tribulação já é história?
· O julgamento final já foi consumado?
3 – AS SETE DISPENSAÇÕES. 
Para melhor compreender o campo da escatologia bíblica, faz-se necessário um resumido estudo sobre as sete dispensações, sabendo que, a última dispensação é para o futuro.
Segundo o Pr. Severino Pedro da Silva, em seu livro “Escatologia”, uma dispensação “é um período em que o homem é experimentado em relação à sua obediência a alguma revelação especial da vontade tanto permissiva como diretiva de Deus”.
A palavra dispensação deriva do termo grego “oikonimia” que por sua vez significa economia que é a “boa ordem na administração na despesa de uma casa”.
As sete dispensações são:
3.1 – Dispensação da Inocência
Seu início deu-se na criação e findou-se na queda de Adão. O tempo não é revelado.
3.2 – Dispensação da Consciência
Esta dispensação começou em Gn. 3 e durou cerca de 1656 anos: de zero (0 ) a 1656 a.C., abrangendo o período desde a queda do homem até o dilúvio; Gn. 7.21,22.
3.3 – Dispensação do Governo Humano
Esta dispensação começou em Gn. 8.20 e perdurou cerca de 427 anos. Desde o tempo do Dilúvio até a dispersão dos homens sobre a superfície da terra, sendo consolidada com a chamada de Abraão; Gn. 10.15; 11.10-19;12.1.
3.4 – Dispensação Patriarcal
Teve início com a Aliança de Deus com Abraão, cerca de 1963 a.C., ou seja, 427 anos depois do dilúvio. Sua duração foi de 430 anos; Gl. 3.17; Hb. 11.9,13. A palavra chave é PROMESSA. Por meio desta dispensação, Abraão e seus descendentes vieram a ser herdeiros da promessa.
3.5 – Dispensação da Lei
Ela teve início em Êx. 19.8, quando o povo de Israel proclamou dizendo que “tudo que o Senhor falou, faremos.” Sua extensão é de 1430 anos. Do Sinai ao Calvário; do Êxodo à cruz.
3.6 – Dispensação da graça
Esta dispensação começou com a morte e ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo e terminará em plenitude com o arrebatamento da Igreja; porém, oficialmente falando, seus efeitos continuarão até Apocalipse 8.1-4.
3.7 – Dispensação do Reino
Esta dispensação terá, de acordo com a própria escritura, a duração de 1.000 anos; Ap. 20.1-6. É também chamada de a dispensação do Governo Divino.
Esta dispensação é algo para o futuro, logo após o julgamento das nações descrito em Mt. 25.31-46, e antes do Juízo do Grande Trono Branco (GTB).
É neste ponto, é que se encontra a essência do entendimento do campo da escatologia bíblica, ou seja, compreender o que Deus traçou para o futuro da Igreja, Israel e dos gentios.
Esta última dispensação, que é a juntura do presente século e do vindouro, fornece um nítido exemplo de sobreposição das dispensações, isto é, que às vezes há um período transitório entre uma e outra.
III – MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO DA ESCATOLOGIA. 
Nesta seção aprenderemos os métodos utilizados na interpretação de porções bíblicas que concerne ao futuro. Lembrando que, na história da Igreja tem sido adotados vários métodos de interpretação no que tange às escrituras proféticas. No entanto, faz-se necessário o bom conhecimento e a maneira correta de se aplicar dois métodos de interpretação que devem merecer nossa atenção.
1 – Método alegórico ou figurado 
O termo alegoria é definido, por alguns teólogos, como qualquer declaração de fatos supostos que admite a interpretação literal, mas que requer, também, uma interpretação moral ou figurada. Se não atentarmos para o sentido real, figurado ou literal, de uma profecia bíblica, negamos o seu valor histórico, dando uma interpretação de menos importância, e assim corremos o risco de anular a revelação de Deus naquela profecia.
Portanto, o método alegórico deve ser utilizado de maneira correta. Leia Gl. 4.21-31 e observe que Paulo tomou figuras ilustradas no texto com focos literais da antiga dispensação, mas apresentou-os como sobras de eventos futuros.
2 – Método literal ou textual
Este método se preocupa em dar um sentido literal às palavras da profecia, interpretando-as conforme o significado ordinário, de uso normal. A preocupação básica é interpretar o texto sagrado consoante a natureza da inspiração da profecia.
Ambos os métodos são válidos. Há uma perfeita ralação entre as verdades literais e a linguagem figurada. Por exemplo, no texto de Jo.1.6 diz: “Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João. E em Jo. 1.29 nos fala: “Eis aí o Cordeiro de Deus.” Palavras pronunciadas pelo próprio João Batista ao ver a Jesus.
Agora vejamos os métodos de interpretação aplicado em ambos os textos. O 1º está falando literalmente de um homem, cujo nome, de fato, era João. No 2º texto João Batista usou a forma figurada para denotar a pessoa de Jesus.
Em se tratando do livro de Apocalipse, que em sua parte, é um livro escatológico, têm surgido diversas classes de intérpretes, as quais devem ser conhecidas pelos pastores e por aqueles que exercem o Ministério da Palavra. Por quê?
Porque os crentes pentecostais, em sua maioria, não sabem em que classe de intérpretes do Apocalipse, eles se encaixam, e por conseguinte deixam ser levados por ensinos deturpantes que contradizem a Palavra de Deus. Por exemplo, os Adventistas do 7º Dia, vêem a vinda de Cristo, a este mundo, como em uma única vez, sem ser dividida em duas fases distintas, e assim não dão espaço para o período da Grande Tribulação e a restauração de Israel.
Vejamos os principais intérpretes com seus respectivos ensinos.
1º – Os Preteristas. Esta classe crê que a maior parte do Apocalipse já foi cumprida, a muito tempo atrás. Eles relegam tudo ao passado. O relacionamento que eles fazem entre o texto e o evento é muito subjetivo e precário.
2º – Os Historicistas. Os intérpretes que assumem esta posição procuram encaixar todos os acontecimentos previstos no Apocalipse em várias épocas da história humana. Interpretam o Apocalipse como um estudo progressivo dos destinos da Igreja desde o seu início até a consumação. Estes asseveram que as profecias estão cumpridas em parte e em parte estão por cumprir e algumas estão sendo cumpridas diante de nós.
3º – Os futuristas. Estes interpretes dividem-se em dois grupos:
a) Futuristas extremos – acham que todo o Apocalipse refere-se à vinda do Senhor Jesus Cristo.
b) Futuristas simples – Aceitam que os 3 primeiros caps. do livro como já cumpridos; tudo o que se segue refere-se à aparição vindoura de Cristo. A maioria dos Pentecostais Fundamentalistas têm uma visão futurista do livro. Sob esta perspectiva tudo, ou quase tudo que é narrado após o cap. 4, será cumprido num curto espaço de tempo (sete anos) após o término da Dispensação da Igreja.
Os intérpretes do Apocalipse estão também divididos na forma COMO ABORDAM O MILÊNIO. (Os mil anos mencionados no cap. 20). A maneira como se encara o Milênio afeta a interpretação do Apocalipse como um todo. É necessário levantarmos, aqui, alguns pontos.
1º – Amilenistas. Ensinam que não haverá nenhum Milênio, pelo menos não na terra. Alguns simplesmente dizem que, como o Apocalipse é simbólico, não há sentido algum em se falar em Milênio Literal. Outros interpretam os mil anos como algo que ocorrerá no céu. Pegam o número mil como um algarismo ideal, um período indefinido. Assim, esperam que este período da Igreja termine com a ressurreição e julgamento geral, tanto do justo como do ímpio, seguindo-se imediatamente o reinado eterno no novo céu e na nova terra. A maioria dos amilenistas consideram Agostinho (o bispo de Hipona, no Norte da África 396 – 430 d.C.) um dos principais promotores do amilenismo.
2º – Pós-Milenista. Começou a espalhar-se a partir do século XVIII. Seus adeptos interpretam os mil anos do Milênio, como uma extensão do período atual da Igreja. Ensinam que o poder do Evangelho ganhará todo o mundo para Cristo, e a Igreja assumirá o controle dos reinos seculares. Após haverá a ressurreição e o julgamento geral tanto do justo como do ímpio, seguido pelo reinado eterno no novo céu e na nova terra. O pós-milenismo também espiritualiza irritadamente as profecias da Bíblia, não dando espaço à restauração de Israel ou reinado literal de Cristo sobre a terra durante o Milênio.
3º – Pré-Milenista. Acreditam que, o retorno de Cristo, a ressurreição dos salvos e o tribunal de Cristo, será antes do Milênio. No final deste, Satanás será solto, engana as nações, mas há de ser prontamente derrotado para todo o sempre. Segue-se o julgamento do GTB, que sentenciará o restante dos mortos. Aí sim, teremos o reino eterno no novo céu e na nova terra.
A perspectiva Pré-Milenista e futurista simples, juntas, encaixam-se melhor nas orientações de Jesus. É essa classe de intérpretes do Apocalipse que a maioria dos Pentecostais pertence.
IV – VIAGEM AO FUTURO. 
Tomaremos agora uma carruagem para fazer uma pequena viagem no tempo e no espaço, para se ter uma visão panorâmica das coisas que em breve hão de acontecer, e com isso, teremos um compreensão melhor da conjuntura dos fatos ordenados por Deus na sua Palavra. Esta seção, constitui dos temas que a Escatologia bíblica estuda. Senhores passageiros, apertem os cintos, pois já estamos decolando.
1 – ESTADO INTERMEDIÁRIO DOS MORTOS.
Para se ter uma seqüência lógica deste fato, vamos fazer uma revisão sobre a doutrina da Morte.
O QUE É MORTE?
É o resultado do pecado de nossos pais.
A morte caracteriza-se de duas maneiras: 1º, morte como estado; e morte do agente, Ap.6.8.
Como estado a Bíblia fala de 3 tipos de morte: Física, espiritual e eterna.
a) Morte física. O seu significado é: dissolução vital do organismo.
O que acontece na morte física?
Resposta: alma e espírito separam-se do corpo.
Mas para melhor entender o que é alma, a Bíblia nos revela 4 designações para a alma, a saber:
Primeiro – alma como indivíduo, como cidadão; Rm.13.1.
Segundo – alma no sentido biológico, isto é, o sangue; Lv. 17.11.
Terceiro – como sentimento do homem; Mt. 26.38.
Quarto – alma como parte imortal do homem. Jesus disse: Não temeis o que mata o corpo e não mata a alma.
Quando a Bíblia fala do sono da alma, refere-se ao corpo físico. Jacó falou: Irei e dormirei com os meus pais.
No sentido espiritual e eterno, alma não dorme; Ap. 6.9.
b) Morte espiritual. É o estado do pecador separado de Deus. É a separação da comunhão com Deus; Ef. 2.1
Existe solução para a morte espiritual?
Sim, desde que o pecador aproxime-se de Deus com um coração arrependido.
c) Morte eterna. É a eterna separação da presença de Deus – a impossibilidade de arrependimento e perdão. Portanto não há solução para esse tipo de morte. É chamada a 2ª morte, porque a primeira é física. É identificada como punição do pecado; Rm. 6.23. Os ímpios, depois de julgados, receberão a punição da rejeição que fizerem à graça de Deus e, serão lançados no Geena (Lago de Fogo); Ap. 20.14,15. Esse tipo de morte tem sido alvo de falsas teorias que rejeitam o ensino real da Bíblia.
O que é estado Intermediário?
E um modo de existir entre a morte física e a ressurreição final do corpo sepultado. No A.T., esse lugar é identificado como sheol (no hebraico), e no N.T. como Hades (no grego). Os dois termos dizem respeito ao reino da morte.
A) OS MORTOS – JUSTOS. Todos os justos, de Adão até à ressurreição de Cristo, ao morrerem, suas almas (com possível exceção de Enoque e Elias), desciam ao Paraíso, que naquele tempo constituía um compartimento do Sheol ; cf. Gn. 37.35.
B) OS MORTOS – ÍMPIOS. Desde o tempo de Adão até o julgamento do GTB, as almas dos ímpios seguem para o mundo invisível, ou seja, o Sheol ou Hades aguardando o julgamento final quando serão lançados no Lago de Fogo; cf. Nu.16.30,33.
CORRIGINDO UM GRAVE ERRO
Infelizmente, estes nomes Sheol e Hades têm sido traduzidos incorretamente em certos casos em algumas versões das Escrituras, por exemplo, como inferno, sepultura, e abismo. Por exemplo, Gn. 37.35, Jacó expressou-se: “…na verdade com choro hei de descer ao meu filho à sepultura”. (grifo nosso). Este termo sepultura não é a cova, propriamente dito, que no original hebraico é traduzido por Queber. E sim o Mundo Invisível dos mortos traduzido por Sheol. A Bíblia, Edição revista e Corrigida, traduz de maneira correta este termo em Jó 17.15,16: “Onde estaria então agora a minha esperança? Sim, a minha esperança, quem a poderá ver? Ela descerá até aos ferrolhos (portas) do Sheol”.
Observe agora o contraste entre as palavras Sheol (mundo invisível) e Queber (sepultura, cova, túmulo) no A.T.
QUEBER 

– usada no plural;
– existe muitas queberes
– abriga ou recebe cadáveres
– localizada na superfície da terra
– há uma para cada indivíduo
– o homem coloca corpos na queber 
SHEOL 

– usada na forma singular; Jó 17.15,16
– existe apenas um Sheol
– jamais recebe cadáveres
– localizado abaixo (no centro) da terra
– lugar onde há muita gente
– somente Deus envia o homem ao Sheol; Lc.16.22,23.
Concluímos, então, que o uso da palavra queber prova que ela significa sepultura, túmulo, que acolhe o cadáver, enquanto o Sheol acolhe o espírito do homem.
O Sheol-Hades, antes e depois do Calvário. 
Antes do Calvário, o Sheol-Hades dividia-se em 3 partes distintas. A primeira parte é o lugar dos justos, chamada Paraíso, Seio de Abraão, Lugar de consolo; Lc. 16.22,25. A Segunda é a parte dos ímpios, e é denominada lugar de tormento; Lc.16.23. A terceira fica entre a dos justos e a dos ímpios, e é identificada como lugar de trevas, Lugar de prisões eternas, Abismo. Lc. 16.22; 2Pe. 2.4; Jd. v. 6. É aí onde Satanás será preso durante o Milênio, e onde se encontra aprisionada uma classe de anjos caídos, a qual não sai desse abismo, senão quando Deus permitir nos dias da Grande Tribulação.
Depois do Calvário, houve uma mudança dentro do mundo dos mortos. Depois da sua morte Jesus esteve 3 dias no coração da Terra, isto é, no Paraíso, do qual Ele havia dito ao malfeitor. Por esta ocasião, Cristo aproveitou a oportunidade e “pregou aos espíritos em prisão, os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava, nos dias de Noé”; 1 Pe. 3.18-20. Depois disso efetuou a grande mudança no Sheol-Hades “subindo ao alto levou cativo o cativeiro”; Ef. 4.8, isto é, trasladou o Paraíso para o 3º céu, na presença de Deus, debaixo do seu altar; Ap. 6.9, separando completamente das partes inferiores onde continuam os ímpios mortos. E isto foi o cumprimento cabal de sua promessa, quando esteve ainda na terra: e as portas do inferno (Hades) não prevalecerão contra a minha Igreja.
Somente os justos gozam dessa mudança em esperança pelo dia final quando esse estado temporário se acabará, e viverão para sempre com o Senhor, num corpo espiritual ressurreto.