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domingo, 10 de maio de 2015

“NÃO PASSARÁ ESTA GERAÇÃO”


“NÃO PASSARÁ ESTA GERAÇÃO”

DoresEm verdade, eu vos digo, esta geração não passará até que todas estas coisas aconteçam, Mat 24:34.
Está aí, amigo leitor, a constituição do Preterismo. O primeiro a o último texto que sai das suas bocas no início e no fim de qualquer discussão sobre Mateus 24. Esse é o Santo Graal do Preterismo, acreditem se quiser.
O Preterismo, acompanhado por alguns apologistas católicos romanos, ensina que a expressão “não passará esta geração sem que tudo isto aconteça” (Mt 24.33-34), seja uma referência à geração dos discípulos, alguns dos quais ainda eram vivos quando o exército romano (não o Anticristo, como mostra a profecia) destruiu a cidade de Jerusalém no ano 70 d.C.
A escola preterista erra em não aceitar a declaração feita por Jesus de que “não passará esta geração sem que tudo isto aconteça” (v. 34) dentro de seu contexto, a qual se refere à geração que veria os eventos que Ele acabara de profetizar. Eles cometem o erro de pular falaciosamente para a conclusão de que Jesus se referia àqueles que estivessem vivos quando o templo fosse destruído. O problema é que os ouvintes de Jesus não viram “todas aquelas coisas”, pois “todas estas coisas” em Mateus 24:34 inclui o futuro, tribulação incomparável e provavelmente a Volta do Senhor – no discurso eles são encorajados a olhar para cima que a redenção estaria próxima – redenção, e não a destruição como a que veio sobre Jerusalém. Quase todo o sermão foi construido, especialmente, para o parágrafo sobre a parousia (24: 29-31), que prepara o leitor para uma referência a volta de Jesus, e não para a queda do Templo.
Para que você, leitor, possa ter uma ideia da proposta preterista, eu vou reunir o que eles sugerem ter acontecido na geração que viveu entre 33 d.C. até 70 d.C. Eles alegam que aquela geração foi testemunha e vitima de todos os eventos descritos abaixo.
“muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo”, verso 5.
“E ouvireis de guerras e de rumores de guerras”, verso 6.
“Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares”, verso 7.
“Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome”, verso 9.
“Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão”, verso 10.
“E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará”, verso 12.
“… este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim“, verso 14.
Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, atenda”, verso 15.
“Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos”, verso 24.
Preste atenção, caro leitor, o que Jesus diz aqui na sequencia de Mateus 24, que imediatamente após as tribulações descritas nos versos anteriores, algo mais acontece,
“E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas”, verso 29.
Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória”, verso 30.
Atente para um detalhe importante quando reunimos duas partes dos versículos citados acima (29 e 30) e entenda o problema enorme que o preterismo tem em mãos. Veja  o que acontece quando associamos o inicio do verso 29 com todo o verso 30: “E, logo depois da aflição daqueles dias… aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória”. O texto insiste em repetir veementemente que a Segunda Vinda de Cristo acontecerá imediatamente depois do pior período da história humana. Para qualquer leitor imparcial, a conclusão óbvia é a de que tal período ainda não ocorreu, mas aguarda sua concretização no futuro.
Está é a principal dificuldade do preterismo, pois eles afirmam que as tribulações descritas em Mateus 24 nada mais são do que as aflições vindas sobre Jerusalém quando foi invadida pelo exército romano no Ano 70. O problema é que Jesus não voltou LOGO DEPOIS daqueles dias.
Vamos seguir com os versos e depois falamos mais sobre isso:
E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus”, verso 31.
Aprendei, pois, esta parábola da figueira: Quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam folhas, sabeis que está próximo o verão”, verso 32.
Igualmente, quando virdes todas estas coisas, sabei que ele está próximo, às portas”, verso 33.
Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam”, verso 34.
O verso 33 é muito interessante, pois parece insinuar que os discípulos ouvintes seriam testemunhas de TODAS as coisas registradas no contexto. Observe o detalhe novamente em “quando virdes todas estas coisas”. A questão é: Eles viram TODAS as coisas profetizadas por Jesus dentro de Mateus 24? O  contexto é futuro. Jesus apenas disse: “Igualmente, quando virdes todas estas coisas, sabei que ele está próximo, às portas” (versículo 33).
Seus discípulos “veriam todas estas coisas” em sua geração? Óbvio que não. Eles não viviam numa geração que tinha a capacidade de destruir toda a humanidade. Jesus disse sobre a geração do fim dos tempos: “E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos, serão abreviados aqueles dias” (versículo 22). É evidente que as armas daquela época não eram suficientes para cumprir esta profecia. Em outras palavras: podemos saber que quem vai abreviar aqueles dias é o próprio Deus (abreviar seria mais corretamente traduzido por encurtar). Mas, a verdadeira pergunta é: “Por que os dias da tribulação deveriam ser encurtados?” Em primeiro lugar, não vai ser tão longa a duração como Satanás e as forças opressoras do Anticristo desejariam. Isto é, tornando-se mais curto o tempo  acaba-se o poder dos opressores. Poder este que, se fosse entregue totalmente  às forças inimigas, malignas e diabólicas, poderia extinguir  toda a humanidade. Por outro lado, se  Deus fosse  derramar juízo perfeito, nenhum deles sobreviveria. Mas Deus é misericordioso e limita, portanto, a grande tribulação em apenas 1.260.
O ponto central desse socorro providencial de Deus é fazer com que muitos sejam salvos, pois do contrário, ninguém se salvaria. Provavelmente, o que o contexto queria dizer é que nenhuma carne sobreviveria se a Grande Tribulação não fosse cortada pelo dia do Senhor, pela Sua Vinda.
Os Sinais e a Vinda
PRINCIO DE DORESA Vinda de Jesus deve acontecer LOGO após as aflições previstas, como está registrado no verso 29. Obviamente, a referência, “aflição daqueles dias”, não deve significar os infortúnios sofridos por Jerusalém em 70 AD. A Vinda descrita não é uma vinda secreta, uma vinda invisível em julgamento, como ensinam os preteristas, pois o verso diz claramente que LOGO DEPOIS das tribulações daqueles dias “aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória”, verso 30.
Eu não entendo como o preterismo pode estar convencido de que Jesus não foi além de 70 d.C. no seu discurso em Mateus 24, e que o fim dos tempos, e até mesmo a Segunda Vinda, aconteceram em seguida. Enquanto isso, um outro grupo numerosíssimo sente que há mais para a descrição “vindo com poder e grande glória” do que tentar aceitar conciliar as profecias com eventos no ano 70 AD. Mas o problema é: Jesus fala de um tempo terrível de angústia em relação a Jerusalém, para ser seguido imediatamente (v. 29) por sua aparição em glória. Como Jesus pode ter falado da queda de Jerusalém em 70 d.C. e da Sua Vinda imediatamente depois disso?
Vitalmente importante é o advérbio “imediatamente” no versículo 29. Isso vincula a grande tribulação dos versículos 15-24 com os sinais cósmicos do versículo 29 e a Segunda Vinda que se segue. Estes eventos ocorrem em rápida sucessão. Eles não falam de um processo prolongado que se estende ao longo de milênios.
Comentando sobre o versículo 29, “imediatamente após“, A H McNeile, ex-professor de teologia na Universidade de Cambridge, diz: “Este versículo é a verdadeira sequela para o versículo 15. A tribulação (v. 21) é o clímax das dores de parto (v 8. ) a ser seguida imediatamente até o final. Em Marcos, a tribulação e a Segunda Vinda estão naqueles dias, ou seja, eles são eventos sucessivos do mesmo período … A tribulação será terrível, mas a Parousia [Segunda Vinda] vem em seguida. Aqui não há nenhum intervalo entre a tribulação, os sinais celestiais, e a Segunda Vinda”.
Segue-se, então, que o tempo de cumprimento para estes cataclismas não aconteceu no ano 70. Não há sinais cósmicos seguindo esse evento imediatamente.  Por outro lado nenhum preterista poderia interromper os acontecimentos que são descritos como dores de parto (sinais anteriores a sua Vinda que culminam na sua Vinda). Ou seja: os acontecimentos cósmicos não poderiam ter ocorrido na destruição de Jerusalém e a Vinda de Jesus ser aceita como tendo seu cumprimento no fim dos tempos. Um verdadeiro absurdo que aborta tudo – As dores de parto se iniciam, mas são interrompidas por quase dois mil anos? Onde já se viu tamanha asneira?
A declaração-chave que Jesus fez, “dores de parto”, não foi por acaso. Dores de parto são caracterizadas por dor crescente, frequentes à medida que progridem. Torna-se consciente, dentro deste contexto de Mateus 24, a progressão, seguida de intensidade frequente das catástrofes naturais quando eles começam, provavelmente pode ser um último aviso para aqueles que estão conscientes do significado dessa frase.
Por outro lado, certamente os discípulos, como também aquela geração inteira, jamais poderiam ter presenciado sua Vinda, e muito menos a abominação da desolação, pestes, terremotos em várias partes do mundo, a proliferação dos anticristos e falsos profetas e nação se levantando contra nação e guerras e rumores de guerras. Na época da destruição de Jerusalém houve a destruição do templo e da cidade, mas não houve “muito engano” –  os que vinham em Seu nome enganando muitos, pois era princípio do evangelho. Na verdade, o que havia realmente era os verdadeiros, os escolhidos pessoalmente por Ele (e não os falsos em Seu nome).
Observe um detalhe interessante em Mateus 24.24, quando, aludindo aos falsos profetas, registra que eles virão “…operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos. Vede que vo-lo tenho predito”. Embora a Igreja atual tenha ficado infestada de falsos mestres que alegam ser “o Cristo” ou “profetas”, os tais nunca realizaram “sinais e prodígios” capazes de enganar até mesmo os eleitos. A batalha entre os seguidores de Satanás e do Anticristo contra o Espírito Santo e os servos de Deus, durante a última metade do período da Tribulação será a maior batalha da história deste mundo.
Tragédia-Japão-Terremoto-e-TsunamiNão houve em 70 d.C. os marcantes terremotos (como está havendo a muito pelo mundo); tampouco peste (como na Idade Média) que dizimou um terço da população da Europa. Antes da destruição de Jerusalém não houve fome como nas nações da África, hoje, que nascem, crescem, vivem e morrem com fome e de fome. Sem contar as guerras mundiais como as que houveram. Onde estão as profecias para essas calamidades todas que vimos em nossa época se Mateus 24, Marcos 13 e Lucas 21 as localizam todas para antes da destruição de Jerusalém?
Todos os sinais por Ele preditos são um completo RETRATO de Hoje. Hoje se cumprem (e não naquela época).
Ora, certamente que Jerusalém e o Templo foram destruídos em 70 d.C., mas nenhum dos sinais (das dores) mencionados pelo Senhor no início de Mateus 24: guerras e rumores de guerras, falsos cristos e falsos profetas, fomes e pestes e terremotos em vários lugares, ocorreu nos 37 anos (ano 33 d.C.) até a destruição de Jerusalém (ano 70 d.C.). E, após Jerusalém e o templo serem destruídos pode ter havido os sinais todos referidos por Ele se multiplicando pelo mundo – mas em contrapartida, deixou de haver Jerusalém, a Judéia e o Templo completando o quadro profético (que também era parte de “todas as coisas que aquela geração deveria ver”, que aconteceria antes do fim). O problema é que se os sinais preditos por Jesus, muitos deles, ocorreram após 70 d.C., então, aquela geração não poderia tê-los presenciado.
A verdade é que até 70 d.C. houve Jerusalém, Judéia e o templo, e um período de fome nos dias de Cláudio Cesar (Atos 11:28), mas não houve as dores pelo mundo (assinalando a proximidade da vinda de Cristo e do fim do mundo). Em contrapartida, depois que Jerusalém e o templo foram destruídos, passou haver muitas dores pelo mundo, e se multiplicando, mas deixou de haver Jerusalém e o templo. Não tem jeito, se correr o bicho pega e se ficar o bicho come: Aquela geração não viu todas as coisas profetizadas por Jesus!
Hoje, porém, existe tanto um quanto o outro; hoje existe todo o sinal das dores pelo mundo, e também existe Israel, nação dos judeus desde 1948. E também a parte oriental de Jerusalém onde outrora ficava o templo que foi conquistado pelos judeus em 1967, na Guerra dos Seis Dias.
Lembre-se do que Jesus diz: “Aprendei, pois, esta parábola da figueira: Quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam folhas, sabeis que está próximo o verão. Igualmentequando virdes todas estas coisas, sabei que ele está próximo, às portas” (Mat. 24:32-33).
A quem a figueira representa? Alguns acreditam que é Israel. Assim, quando Israel se tornou uma nação em 1948, o calendário de uma geração teria começado. O problema é que o cálculo para uma geração de 40 anos faria com que tudo tivesse cumprimento em 1988, o que não ocorreu.
A figueira, no entanto, não ilustra Israel se tornando uma nação em 1948. A figueira é simplesmente uma ilustração da natureza. Os discípulos perguntam: Qual será o sinal da tua vinda e do fim dos tempos? E a resposta é: os eventos da Grande Tribulação. Isto é ilustrado pelo ciclo de uma árvore. Quando as folhas aparecem em uma árvore é um sinal de que o verão está próximo. Da mesma forma, quando os eventos da Grande Tribulação se desdobrarem, os crentes podem conhecer que a Segunda Vinda está próxima.
Há duas evidências para essa interpretação. Em primeiro lugar, quando Jesus faz Seu ponto da ilustração usando a figueira, Ele diz: “Quando você virem todas essas coisas, sabei que ele está próximo, às portas!” (33). O Senhor não está falando de um único evento, tais como Israel se tornando uma nação em 1948. Ele fala de todos os eventos da tribulação como sendo sinais da segunda vinda.
Em segundo lugar, na passagem paralela em Lucas, Lucas registra Jesus adicionando a frase, e todas as árvores: “E disse-lhes uma parábola: Olhai para a figueira, e para todas as árvores; Quando já têm rebentado, vós sabeis por vós mesmos, vendo-as, que perto está já o verão”, Lucas 21:29, 30. Se o florescimento da figueira era uma referência para a fundação de Israel, o que o florescimento das outras árvores quer ilustrar? A parábola entendida dessa forma não faz sentido
Novamente, a melhor compreensão da passagem é que o Senhor simplesmente está dando uma ilustração da natureza. O ponto da parábola é totalmente descomplicado; até mesmo uma criança pode dizer, olhando para uma figueira que o verão está próximo. Da mesma forma, a geração que vê todos esses sinais saberá com certeza que o retorno de Cristo se aproxima.
Ora, é somente quando “todas estas coisas” (por Ele notificadas) puderem ser vistas é que Ele já estaria às portas. Portanto, hoje é que vemos tudo isto! Naquela época, como já foi dito, não estava havendo os marcantes sinais que o Senhor descreveu: fomes, pestes e terremotos em vários lugares. “… e haverá fomes [a versão Almeida Revista e Corrigida acrescenta: ’… e pestes’,] e terremotos em vários lugares”, que, literalmente, significa “em vários lugares ao mesmo tempo”. Isso ocorreu, pela primeira vez, depois da I Guerra Mundial. Nos idos de 1918 a 1920, a influenza foi provavelmente a “peste” mais letal do mundo em toda sua história – Obviamente isso é um retrato literal da nossa geração. Não aconteceu no período de 33 d.C. nem nos anos seguintes até a destruição de Jerusalém perto de 70 d.C. Não houve princípio de dores. Podemos acompanhar pelo próprio livro de Atos: não se fala de pestes pelo mundo, nem de guerras, nem tampouco de terremotos.
E o que dizer sobre “nação se levantando contra nação e reino contra reino?” Certamente não houve chances ou espaço para isso, pois o império romano era império de ferro, e a qualquer insurreição, o império sufocava, pois mantinha total domínio através da famosa PAX ROMANA, ou seja, paz por imposição da espada.
Na verdade, Mateus 24.7 fala sobre o primeiro sinal ou “dor de parto”, quando registra: “Porque se levantará nação contra nação, reino contra reino”. Uma vez que a visão apresentada por Jesus neste versículo era de amplitude mundial, poderia ser uma alusão a I Guerra Mundial (1914-1917), a qual, historicamente, foi o primeiro conflito de proporções mundiais, iniciada por uma nação contra outra e que acabou por envolver as nações do mundo.  Mateus 24.8, diz, ”… tudo isto é o princípio das dores” (i.e., dores de parto) ou sinais da Sua Vinda.
Há um paralelismo e uma concordância quase literal entre Mateus 24.4-8 e Apocalipse 6, onde o Senhor abre os selos de juízo:
  • Falsos cristos (Mt 24.5) – primeiro selo: um falso cristo (Ap 6.1-2).
  • Guerras (Mt 24.6-7) – segundo selo: a paz será tirada da terra (Ap 6.3-4).
  • Fomes (Mt 24.7) – terceiro selo: um cavaleiro montado em um cavalo preto com uma balança em suas mãos (Ap 6.5-6).
  • Terremotos (Mt 24.7), epidemias (Lc 21.11) – quarto selo: um cavaleiro montado em um cavalo amarelo, chamado “Morte” (Ap 6.7-8).
  • Nesse tempo muitos morrerão como mártires (Mt 24.9) – quinto selo (Ap 6.9-11).
  • Coisas espantosas e grandes sinais no céu anunciam a chegada do grande dia da ira do Senhor (Lc 21.11) – sexto selo (Ap 6.12-17).
Além disso, o engano e a impiedade se alastrarão, o amor esfriará, significando que muitos apostatarão de sua fé (Mt 24.11-12, veja 2 Ts 2.10-11). Quem perseverar até o fim verá a volta do Senhor e entrará no Milênio (Mt 24.13).
Portanto, quando Jesus diz: “Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam“, ele não poderia de maneira alguma estar falando da geração do seu tempo. No entanto, ele disse que uma geração não passaria quando começasse a ver todos os sinas ocorrendo simultaneamente.
  • Não seria presenciar apenas fome;
  • não seria apenas pestes;
  • não seria apenas terremotos em vários lugares;
  • não seria apenas guerras, e nações contra nações e reino contra reino;
  • e não seria somente falsos Cristos e falsos profetas vindos em Seu nome;
Mas seriam todos esses sinais abundantemente se cumprindo conjuntamente pelo mundo todo. Então, a geração que presenciasse todos esses sinais é a que não passará sem que tudo se cumprisse. É como, por exemplo, aos dias de Noé. Creio que o sinal marcante de que o dilúvio estava prestes a acontecer era justamente a construção da Arca.
Podemos dizer que a geração de Noé – que viu e soube que ele estava construindo uma Arca por causa do dilúvio que viria – era a que não passaria sem que o dilúvio viesse – assim também, a geração que estiver por testemunhar e presenciar todos esses sinais preditos por Cristo em Mateus 24 é a que enfrentará tudo o que o Senhor predisse – ou seja, a nossa geração.
Se atentarmos para a proposta preterista, a grande tribulação e a parousia de Cristo aconteceram durante a geração dos discípulos. Não devemos estar olhando para o futuro, aguardando estes eventos ocorrerem. Eles já aconteceram, garante o preterismo. E Mateus 24:34, com “esta geração”, solidifica os seus argumentos.
Respostas para três Perguntas
A questão que deve ser respondida de uma vez por todas é: Mateus 24, Marcos 13 e Lucas 21 já tiveram cumprimento?
Alguns cristãos acreditam que esses capítulos seriam proféticos apenas até a destruição de Jerusalém, que ocorreu no ano 70. Alegam, por exemplo, que os judeus já foram espalhados pelas nações, como fala Lucas 21:24 e que Marcos 13:9 também já se cumpriu no livro de Atos, nos discípulos que eram açoitados nas sinagogas. No entanto, O fato de cristãos terem sido açoitados nas sinagogas não serve como referência de localização, porque isso aconteceu em todas as épocas. É como falar que os cristãos seriam perseguidos, algo que nunca parou nos últimos dois mil anos.
É importante notar que Jesus menciona a destruição do templo e de Jerusalém em Lucas 21, fazendo então a ligação com os tempos finais. Aliás, este é o sentido dos quatro Evangelhos: apresentar ênfases diferenciadas dos relatos. Os Evangelhos tratam da profecia como também nós devemos fazê-lo, manejando bem a palavra da verdade (2 Tm 2.15).
Interessante que Lucas não menciona sobre “o abominável da desolação”, A “abominação desoladora” não teve seu cumprimento em 70 d.C., pois se refere à afirmação de Daniel, que aponta claramente para o fim dos tempos (Dn 12.1,4, 7, 9,11), que será estabelecido apenas pelo anticristo, vindo a ter seu cumprimento pleno e definitivo na metade dos últimos sete anos (como profetizado em Daniel 12). Falarei sobre isso mais adiante.
Lucas 21 até o versículo 24 é apenas a primeira parte da descrição de Mateus 24, só que Lucas dá mais detalhes. Porém, precisamos levar em conta que os discípulos fizeram três perguntas para Jesus em Mateus 24:3:
  1. Quando aconteceria a destruição do Templo
  2. Qual seria o sinal da vinda de Cristo
  3. Qual seria o sinal do fim dos tempos (em algumas versões “fim do mundo” ou “fim da era”)
Para ser mais claro, é preciso esclarecer que Mateus, Marcos e Lucas registram a primeira pergunta
“Quando sucederão essas coisas?”
Apenas Lucas e Marcos registram: “quando serão, pois, estas coisas? E que sinal haverá quando isto estiver para acontecer?”
Somente Mateus nos dá o registro dessa pergunta: “Qual será o sinal da tua vinda e do fim dos tempos?”
Lucas inclui de forma explícita resposta à pergunta 1, e faz isso no capítulo 21:20-24.
“Mas, quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, sabei então que é chegada a sua desolação. Então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes; os que estiverem no meio da cidade, saiam; e os que nos campos não entrem nela. Porque dias de vingança são estes, para que se cumpram todas as coisas que estão escritas. Mas ai das grávidas, e das que criarem naqueles dias! porque haverá grande aperto na terra, e ira sobre este povo. E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem”. Isso se cumpriu em 70 d.C.
Podemos acreditar e afirmar piamente que Jesus respondeu a terceira pergunta de forma ampla, tendo Mateus como aquele que nos brinda com mais detalhes sobre os acontecimentos que culminam na Segunda Vinda de Cristo, já que apenas o seu Evangelho registra esta pergunta. Portanto, precisamos encontrar dentro do contexto as respostas para esta pergunta. O que perguntaram foi: “… que sinais haverá da tua vinda e da consumação do século?”, e não “quando será o dia da sua Vinda?” O texto é bem claro quando exige resposta sobre “Sinas da Vinda e da consumação dos séculos”, e a resposta não pode ser aquela que os preteristas desejam. Ou seja, que Jesus resumiu respondendo vagamente: “Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai”, Mateus 24:36.
Em vez de adotar o sentido claro desse texto das Escrituras a fim de entender seu significado, nossos colegas de linha reformada e preterista querem nos levar a crer que Jesus fazia uma alusão aos discípulos do primeiro século. Sua motivação ao fazê-lo não é porque o texto bíblico em questão ensine isso, mas porque suas pressuposições teológicas o exigem; do contrário, teriam de abandonar suas crenças amilenistas e pós-milenistas. Aqueles que “interpretam as Escrituras em seu sentido literal, a menos que os fatos do contexto imediato nitidamente indiquem o contrário”, devem crer, na sua esmagadora maioria, que Jesus voltou imediatamente após a concretização de muitos sinais que Ele apresentou nessa passagem como placas sinalizadoras em resposta às seguintes perguntas dos discípulos: Dize-nos quando sucederão estas coisas e que sinais haverá da tua vinda e da consumação do século” (Mt 24.3).
Portanto, é importante examinar os eventos preditos por Jesus acerca de dias obviamente futuros, a fim de constatar se Ele aludia àquela geração do primeiro século ou fazia referência aos crentes que hão de contemplar os eventos profetizados. Devemos também enfatizar aqui, que há coisas que são impossíveis de você conciliar com o que ocorreu até a destruição de Jerusalém.
Por exemplo: Mateus 24:21, diz, “porque haverá então uma tribulação tão grande, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá”.
Marcos 13:19 também registra, porque naqueles dias haverá uma tribulação tal, qual nunca houve desde o princípio da criação, que Deus criou, até agora, nem jamais haverá.
Mar 13:24, Mas NAQUELES DIAS, DEPOIS DAQUELA TRIBULAÇÃO, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz;
Mar 13:25 as estrelas cairão do céu, e os poderes que estão nos céus, serão abalados.
Mar 13:26 Então verão vir o Filho do homem nas nuvens, com grande poder e glória.
Luc 21:25 E haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas; e sobre a terra haverá angústia das nações em perplexidade pelo bramido do mar e das ondas.
Luc 21:26 os homens desfalecerão de terror, e pela expectação das coisas que sobrevirão ao mundo; porquanto os poderes do céu serão abalados.
Luc 21:27 Então verão vir o Filho do homem em uma nuvem, com poder e grande glória.
Luc 21:28 Ora, QUANDO ESSAS COISAS COMEÇAREM A ACONTECER, exultai e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção se aproxima.
Por que Jesus falaria para seus discípulos que a redenção deles se aproximava se as previsões eram de destruição total para Jerusalém? Veja: “Mas, quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, sabei então que é chegada a sua desolação… E cairão ao fio da espada, e para todas as nações serão levados cativos; e Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se completem”.
Por outro lado, ainda não vimos a Grande Tribulação sem paralelo acontecer, algo mais terrível do que o dilúvio ou as duas guerras mundiais. Também não vimos ainda o sol se escurecer e a lua não dar sua luz, e nem as estrelas caindo e os poderes do céu sendo abalados. Também não vimos os homens desfalecendo de terror. Portanto, tudo isso ainda é futuro. É preciso saber dividir a Palavra de Deus.
O que parece não ser considerado pelo preterismo é que as profecias de Jesus possam ter duplo cumprimento, também revelando em todo o contexto circundante – Mateus, Marcos e Lucas – que além da geração má e incrédula existir até o fim do mundo, houve  previsões para a destruição de Jerusalém como há para o fim dessa era com a Volta do Senhor.
Mateus 24:34 também faz referência a uma futura geração que vai experimentar todos estes acontecimentos, o que não exige que seja apenas a geração de seus primeiros discípulos. Isso pode ser solidificado com Jesus vindo sobre as nuvens, que é uma referência à Sua Segunda Vinda. Por isso, este evento e aqueles que o rodeiam, como a grande tribulação, deve acontecer no futuro. Eu acho que há algum mérito nesta interpretação, mas também creio que Jesus pretende outra coisa com “esta geração”. Ele pode também estar usando a expressão “esta geração”, não em algum sentido neutro ou temporal, mas como uma caracterização depreciativa referente a um povo mal e não crente, que inevitavelmente se dirige a passos largos para o julgamento escatológico. Esta expressão pode representar também “uma classe mal de pessoas que irão se opor aos discípulos de Jesus até o dia em que ele retornar”.
A Geração que nunca Passou
Observe como tudo começou: “E, QUANDO Jesus ia saindo do templo, aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do templo. Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada. E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?”, Mateus 24:1-3.
Note que os discípulos veem duas vezes para Jesus, em Mateus 24: 1 e 3. No começo Mateus registra a admiração dos discípulos quanto ao complexo do templo (24: 1), mostrando-os absurdamente fora de contato com o pronunciamento de Jesus quanto ao julgamento sobre Jerusalém, seu templo e sua liderança (Mateus 23). Observe também o abandono decisivo de Jesus ao templo em 24: 1).
A resposta de Jesus aos discípulos em 24: 2 é corretiva. Os discípulos, em seguida, vêm a Jesus com suas perguntas sobre o fim do mundo. Jesus claramente separa a destruição do templo de sua Segunda Vinda em Mateus 23: 38-39. Deve-se notar também que a resposta correta de Jesus para o futuro não é para calcular quando o fim vai ser, mas para redimir o tempo, estar vigilante (24: 4) e pronto (24:44), ser leal e aguardar duradoura oposição (24:13) pela pregação do evangelho (24:14) e por ser fiel e misericordioso no ministério (24: 45-51).
O discurso de Jesus é concebido para corrigir a perspectiva equivocada dos discípulos. Ao invés de dar-lhes momentos específicos que permitam calcular quando seria o fim do mundo e o tempo da sua Vinda para que eles entrassem logo na sua glória, Jesus adverte-os de que eles devem esperar grave oposição nesta ocasião em que ele vai trazer o seu julgamento (24: 30-31, 38-41, 45-51; 15: 1-13, 14-30, 31-46) – uma época que não se pode nem saber nem esperar, como fica explícito em vários textos.
Jesus não estruturou seu discurso de acordo com a agenda de perguntas de seus discípulos, mas por aquilo que eles precisavam saber e fazer na hora entre os adventos do Senhor. Qualquer interpretação de que “esta geração” é a geração dos dicipulos implica dizer que os próprios discípulos poderiam prever o tempo para qualquer momento num futuro próximo, podendo usar os eventos de Mateus 24: 4-28 para calcular e esperar o retorno de Jesus dentro uma geração – quarenta anos – que permirtiria um período para se preparar o que parece ser contrário a todo o propósito e ênfase do discurso do Senhor.
Em outras palavras, os discípulos são informados de que os desastres e perseguições de 24: 4-14 não são sinais do fim (24: 6). Como poderia o preterista explicar esta contradição se a grande tribulação é seguida imediatamente pela Vinda de Jesus (24:29)? Ou seja: como poderia o Senhor, por um lado afirmar que sua própria geração contemporânea veria o cumprimento de toda a sua profecia e, por outro lado, apenas dois versos depois afirmar que nenhum homem, nem ele mesmo, poderiam saber o tempo de Sua vinda que deveria ocorrer imediatamente LOGO APÓS as tribulações citadas em todo o contexto, desde o verso quatro, que para o preterista aconteceu no ano 70 d.C? Estes são os problemas que os preteristas têm que enfrentar!
A principal força de “esta geração” em Mateus 23 e 24 tem sido reconhecida por muitos intérpretes com conexões das duas gerações mais notórias no Antigo Testamento: A geração do dilúvio e a geração da peregrinação no deserto. Adjetivos como “mal”, “perversos” e “infiéis” (Mat 11:16-24; 16: 4; 17:17), que foram aplicados à geração que Jesus pregava, vêm da Canção de Moisés em Deuteronômio 32; conforme, especialmente, os versos 5 e 20, que dizem: “Corromperam-se contra ele; não são seus filhos, mas a sua mancha; geração perversa e mal… E disse: Esconderei o meu rosto deles, verei qual será o seu fim; porque são geração perversa, filhos em quem não há lealdade”.
Mateus também parece ter deliberadamente sobreposto a frase “esta geração” porque viu relação com os dias de Noé (24: 37-39), que é um tipo explícito da vinda do Filho do Homem. Este é provavelmente um eco proposital de Gn 7: 1, “Então o Senhor disse a Noé:” Entra na arca (cf. Mt 24:38”, até o dia em que Noé entrou na arca”), você e toda a tua casa, porque achei você justo diante de mim nesta geração“. Digno de observaçao é que Deus chama o povo corrompido dos tempos de Noé, de geração!
Os piedosos não pertencem a “esta geração”, embora eles vivem entre eles (cf. Atos 2:40; fil 2:15). Em Gên 7: 1 Noé é descrito como o único justo individual de “esta geração”. Ele viveu, mas não pertencia a “esta geração” (descrita como perversa, violenta e corrupta em Gênesis 6: 5-11), a geração que não passará. Geração também presente no contexto de vida do Senhor Jesus – geração que estará presente até o fim das eras.
Mateus 24: 36-44 apresenta a mesma separação entre os fieis e os ímpios como se encontra em Gen 7: 1. O povo dos dias de Noé foi alheio a Deus e a pregação de arrependimento por Noé. Noé foi salvo e todos eles foram varridos para o julgamento (24:39). Da mesma forma que não se arrependeram, a incrédula e perversa geração de pessoas que estão vivas quando o Filho do Homem vier será tomada em julgamento (Mateus 24:30, 40-41, 50-51; 25:11-12, 30,41-46) e o reino vai ser fechado para todos eles.
Noé sofreu o ridiculo e a perseguição, mas com certeza sofeu pacientemente, resistindo ao longo de todo o tempo em que contruiu a arca. Quando a arca foi concluída e carregada, a situação mudou imediatamente. A inundação veio e destruiu aquela geração. Da mesma forma, os sinais de Mateus 24: 4-28 continuarão enquanto a maldade é multiplicada (24:12; cf. Gênesis 6) na geração do engano e da perseguição aos piedosos (Mateus 24:4-11; 25: 31-46). Assim, “Esta geração não passará até que todas estas coisas aconteçam“. Mas quando Cristo vier em juízo eles são destruidos.
Caracteristicas da Geração Perversa
Um estudo sobre o uso de “esta geração” (Mateus 11:16; 12:41, 42,45; 23:36; 24:34) e com outros adjetivos descritivos (12:39, 45; 16: 4; 17:17) usados num mesmo sentido, revela que o tipo de pessoas referidas são caracterizadas como aqueles que rejeitam Jesus e seus mensageiros e a mensagem salvifica que lhes é pregada, que permanecem incrédulas e impenitentes, que se opõem ativamente a Jesus e seus mensageiros através de testes e perseguição; são estes que enfrentarão o julgamento escatológico.
Nos Evangelhos, a palavra “geração” traduz a palavra grega ge·ne·á, que os léxicos atuais definem nos seguintes termos: “Literalmente, os que descendem de um mesmo antepassado” (Greek-English Lexicon of the New Testament, de Walter Bauer) “Aquilo que foi gerado, uma família; . . . membros sucessivos duma genealogia . . . ou duma raça de pessoas . . . ou de toda a multidão de homens que vivem numa mesma época, Mat. 24,34; Mar. 13,30; Luc. 1:48; 21:32; Fil. 2:15; e especialmente dos da raça judaica que viviam no mesmo período.” (Expository Dictionary of New Testament Words, de W. E. Vine) “Aquilo que foi gerado, homens da mesma estirpe, uma família; . . . toda a multidão de homens que vivem numa mesma época: Mat 24:34; Mar 13:30; Luc 1:48 . . . usada especialmente referente à raça judaica que vivia num mesmíssimo período” – Greek-English Léxicon of the New Testament, de J. H. Thayer.
De modo algum se tem estabelecido que o termo “esta geração” deve se limitar aos contemporâneos. Pode também ter referência a “esta classe de pessoas”; por exemplo, os judeus em qualquer tempo ou em qualquer idade. Dignas de consideração, nesse contexto, são passagens tais como Deuteronômio 32:5, 20, Salmo 12:7, 78:8, etc. onde a LXX usa a mesma palavra traduzida aqui por “geração”, evidentemente, porém, com um significado que vai além de “grupo de contemporâneos”. E assim, mesmo no Novo Testamento (ver Atos 2:30; Fp 2:15; Hb 3:10), ainda que o ponto de partida possa ser uma referência às pessoas daquele dia em particular, este poderia não ser todo o significado. Provavelmente também assim aqui em Mateus 24:34.
Assim, tanto Vine como Thayer citam Mateus 24,34 na definição de “esta geração” (he geneá haúte) como toda a multidão de homens que vivem numa mesma época”. O Theological Dictionary of the New Testament (Dicionário Teológico do Novo Testamento; 1964) apoia esta definição, declarando: “O uso de ‘geração’ por Jesus expressa seu objetivo abrangente: ele se refere ao povo como um todo e está cônscio da solidariedade deste no pecado”.
Deveras, uma “solidariedade no pecado” era evidente na nação judaica quando Jesus estava na terra, do mesmo modo como distingue hoje o sistema do mundo.
Naturalmente, os cristãos que estudam este assunto orientam seu modo de pensar primariamente pelo modo em que os escritores inspirados dos Evangelhos usaram a expressão grega he geneá haúte, ou “esta geração”, ao relatarem as palavras de Jesus. Esta expressão foi coerentemente usada de forma negativa. Neste respeito, Jesus chamou os líderes religiosos judeus de “serpentes, descendência de víboras”.
Os adjetivos pejorativos dados a “esta geração” (mau, adúltera, infiel, perversa) em todo o evangelho, são as qualidades que distinguem aqueles que estão sujeitos ao reino daqueles que não estão. “Esta geração” em Mateus é caracterizada da seguinte forma:
1- Em 11: 16-24 “esta geração” exibe o epítome da loucura por julgar Jesus um pecador injusto (glutão, beberrão e amigo dos pecadores e etc.). Foi uma geração que não se arrependeu diante dos seus milagres. Eles irão, portanto, enfrentar o mais duro destino no dia do juízo – será com mais rigor do que foi para Sodoma.
2 – Em 12: 22-45, “esta geração” (12:41, 45) voltará a ser condenada no julgamento (12: 41-42), porque falhou a arrepender-se com a sabedoria e os milagres de Jesus e, rejeitando-o, atribuiu seus exorcismos a Satanás e, testando-o, pediram ainda assim um sinal.
3 – Em 16: 1-4 os fariseus e saduceus como membros de “uma geração má e adúltera”, novamente demonstram sua rejeição a Jesus ao testá-lo e pedir um sinal (Jesus afastou-se deles).
4 – Em 17:17 Jesus estava irritado com a “geração incrédula e perversa” enredados nas garras de Satanás.
5 – Em 23:13-36 Jesus oferece uma repreensão mordaz contra os escribas e fariseus, que compõem uma espécie corporativa da geração má (23:36) com seus pais que mataram os profetas (23:31, 35) e com os que iriam assassinar mensageiros de Jesus até o momento da Sua Vinda (23:32, 34, 38-39). Aqueles que compreendem “esta geração” são hipócritas (23: 3-7, 13, 15, 23, 25, 27, 29), de auto-exaltação (23: 5-12), espiritualmente cegos (23: 16-17, 19, 24, 26), sem lei (23:28) e tolos (23:17). Eles vão matar os discípulos (23:34), eles enganarão a muitos e fechá-los-ão para fora do reino (23: 13-15). Eles estão condenados ao inferno (23: 13-15, 33, 35-36).
Os adversários dos discípulos de Jesus em Mateus 24-25 compartilham características semelhantes com “esta geração”. São os falsos profetas que enganarão a muitos (24: 4-5, 11, 23-26; cf. 23: 13-15). Estes falsos profetas são parte dessa geração má e adúltera e tentarão fazer com que os verdadeiros discípulos apostatem (24:11). E, por absurdo que possa parecer, os doutores da lei, mestres por excelência, religiosos dos tempos de Jesus, frequentadores de templos e senhores do culto, os escribas e fariseus (23:28; cf 23: 4-5, 13, 15, 23), precursores da ilegalidade e falta de amor, são a maioria nos discursos do Senhor. Jesus lamentava a infidelidade daqueles que residiam na “Cidade Santa” (Mateus 23:37-39).
Não é a toa que a natureza “adúltera” de “esta geração” (12:39; 16: 4) é refletida em Mateus 24-25 por falsos Cristos, os falsos profetas que tocam trombeta, e os muitos que seguem suas perversidades (17:17). Eles mostram maravilhos, grandes sinais e prodígios para atrair os eleitos em apostasia durante um momento de incrível perseguição e julgamento (24: 23-26). Assim como no resto de Mateus, “esta geração” no cap. 24 é aquela que rejeita Jesus e seus mensageiros, cega para os sinais de sua vinda, que permanece impenitente e enfrenta o julgamento escatológico.
A Abominação Desoladora
Algo importante que deve ser observado, é que em Mateus 24.15 (“… Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, atenda”) o Senhor Jesus pode não estar fazendo referência à destruição do templo em 70 d.C., mas sim estar falando do tempo do fim.
Lucas não menciona sobre “o abominável da desolação”; A “abominação desoladora” não teve seu cumprimento em 70 d.C., pois se refere à afirmação de Daniel, que aponta claramente para o fim dos tempos (Dn 12.1,4, 7, 9,11), que será estabelecida apenas pelo anticristo, vindo a ter seu cumprimento pleno e definitivo na metade dos últimos sete anos (como profetizado em Daniel 12).
Essa profecia de Daniel é claramente para o tempo do fim (vv. 4,9), referindo-se a um tempo de tão grande angústia como jamais houve antes (v. 1), que durará “um tempo, dois tempos e metade de um tempo“. É dessa Grande Tribulação, desse período de imenso sofrimento e angústia, que Jesus fala em Mateus 24.21 (veja Jr 30.7).
Segundo nossa teologia escatológica, essa abominação da desolação ainda será cumprida pelo “príncipe que há de vir” (o anticristo), quando ele firmar o concerto com Israel (por isso os judeus hoje possuem Jerusalém e o Estado de Israel). Vale lembrar que nunca foi feito nenhum concerto antes da destruição do templo em 70 d.C., e o CONCERTO há de ser referente à edificação do Templo do Senhor no Monte Moriá (onde outrora era edificado, mas hoje pertence aos muçulmanos, pois possuem duas mesquitas que lhes são sagradas ocupando o local).
O pacto em Daniel 9:27 diz que “e ele firmará um concerto com muitos“; esses “muitos” podem ser os judeus e os árabes, pois um detém o domínio ao local do templo (árabes), e o outro (judeus) possuem Jerusalém.
Quando este acordo for firmado, então sabemos que a semana profética de Daniel 9:27 está para começar, e tal local passará aos judeus, abrindo o caminho para, quiçá, se retirarem as Mesquitas (sem dano) devido ao acordo, para que os judeus edifiquem o Templo do Senhor, voltando-se às antigas práticas dos sacrifícios e ofertas de manjar instituído no Velho Testamento: o sacrifício contínuo (holocausto contínuo). Com esse Concerto iniciará a septuagésima e última semana (de anos) da profecia – os últimos sete anos desta geração, como registra Daniel 9:27a. E se alguns não concordarem, alegando que o sacrifício não será mais considerado porque estamos na Nova Aliança, então terá que concordar que nem o sacrifício pós-ascensão de Cristo também tinha validade. Não é isto que está em foco, mas sim a profecia da reconstrução do Templo e a invasão dele pelo Anticristo.
A abominação desoladora é a quebra do Concerto (Dan. 9:27b); e ela cessará o sacrifício contínuo sendo estabelecida em lugar deste (Dan. 11:31). O anticristo, após cessar o contínuo sacrifício, profanará o santuário. Muitos acreditam que por isso Jesus profetizou em Mateus 24:15: “Quando, pois virdes que a abominação da desolação de que falou o profeta Daniel está no lugar santo, quem lê entenda“. Assim, para a teologia escatológica, o contexto está falando claramente do anticristo, o príncipe que há de vir; o assolador determinado que há de vir (sobre a asa das abominações) na metade da última semana profética (Daniel 9:27); quando também se cumprirá o que o Senhor profetizou, a saber:
“Porque haverá grande tribulação como nunca houve desde o princípio até agora, nem tampouco há de haver“, Mat 24:21.
Nas profecias de Daniel existem mais informações de quando se dará esse evento:
“E ele disse: Vai, Daniel, porque estas palavras estão fechadas e seladas até ao tempo do fim” (Dan. 12:9).
“Entende, filho do homem, porque esta visão acontecerá no fim do tempo” (Dan. 8:17b).
“E disse: Eis que te farei saber o que há de acontecer no último tempo da ira; pois isso pertence ao tempo determinado do fim” (Dan. 8:19).
Todas estas coisas se cumprirão conjuntamente no período do total domínio do anticristo sobre este mundo – por isso mesmo o Senhor declarou: “nunca houve tribulação como a que há de vir” (Mat. 24:21). Isso jamais ocorreu em 70 d.C. O que houve em 70 d.C. foi a guerra e a destruição da cidade.
Hoje, o Estado de Israel é dos judeus. Hoje, Jerusalém pertence aos judeus. E somente minúscula parte da cidade não pertence a eles: o local do Monte do Templo. Aí é que entra o entendimento da profecia. Qual foi a ordem que deu início à contagem da primeira semana da profecia na época de Esdras?
Foi a ordem da edificação do templo! (Esdras 1:2)
E vejam que é exatamente a mesma ordem para a edificação do templo, quando também iniciará a 70ª semana da profecia. Por isso diz: “E tirarão o contínuo sacrifício estabelecendo a abominação desoladora” (Dan. 11:31). Ora, como pode ser tirado o sacrifício contínuo, se o mesmo não está sendo realizado? E como pode ser tirado o sacrifício se o mesmo está por 1900 anos interrompido (não pela abominação), mas pela destruição do templo há quase dois mil anos?
Porém está dito: “Será feito um acordo”, “e tirarão o contínuo sacrifício estabelecendo a abominação desoladora”. Isso pode estar mostrando que o Templo há de ser construído, e a profecia cumprida!
Conclusão
A geração que, conforme Mateus 24:34, contemplará todas essas coisas, de modo nenhum poderia ser apenas a geração de discípulos que viveu no primeiro século. Jesus se referia à geração acerca da qual os discípulos indagaram ao perguntarem: que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século”. Cristo descreveu esta geração como aquela que estará viva no momento em que sucederão todas estas coisas. Ou seja, as coisas relacionadas à Sua Vinda, e não as coisas que fazem referência à destruição de Jerusalém.

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