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sexta-feira, 24 de abril de 2015

Camelo ou corda?

Espero poder ajudar nesta mensagem. pesquisando tomei conhecimento de erros interpretativos, e encontrei este estudo exegético, e procuro sempre e dentro do possível buscar dentro do Grego e/ou Hebraico, porém com uma interpretação fundamentada. Deixo a paz do Senhor com todos.

Camelo ou corda?
Há muitas atrocidades interpretativas fruto da imaginação de exegetas e tradutores de grego amadores. Uma que já vi de difícil diagnóstico e solução é aquela sobre Mt 19.24 que lemos: “E, outra vez vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no Reino dos céus”. A palavra grega traduzida por “camelo” é κάμηλος, mas numa leitura variante de manuscritos gregos encontramos κάμιλος que significa “corda grossa”. Já outros têm dito que o buraco em questão era um fenda que existia em Israel que não permite um camelo passar porque este animal não consegue fazer um contorção no corpo. É evidente que algum copista tentou amenizar a hipérbole feita por Jesus no texto em questão. Mas e então, como sair desse entrave e impasse?
Minha solução vem da etimologia da palavra grega para “agulha” que também ocorre no texto. A palavra grega é ραφίς derivada de ράπτω e ραφή com significados respectivos de “costurar” e “costura”, desse modo, o buraco em questão é mesmo de uma agulha de costura, e não de alguma fenda rochosa. O contexto da passagem mostra que os discípulos ficaram surpresos entendendo claramente a ideia da impossibilidade sugerida por Jesus. Não há motivo justificável para se mudar a força da expressão “um camelo passar por um buraco de uma agulha” para “uma corda”. Tal mudança empobrece a frase, enfraquecendo da figura de linguagem. 
Tenho muitas vezes parafraseado a frase de Jesus, substituindo “camelo” por “planeta” quando quero falar de algo impossível para provocar a sugestão de hipérbole. Por exemplo:
“É mais fácil passar o planeta Terra por um buraco de uma agulha do que um pobre de espírito sair do Reino de Deus. Porque não é assim o dom gratuito como a ofensa, porque, se pela ofensa de um morreram muitos, MUITO MAIS a graça de Deus, e dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo (Rm 5.15)?”. 
Portanto, nada justifica amenizar a hipérbole, mas sim aumentá-la.

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