Postagens Evangélicas


Powered By Blogger

Páginas

segunda-feira, 30 de maio de 2016

Ó Senhor dos Exércitos, feliz o homem que em ti confia.

CONFIAR EM DEUS.

“Confia no SENHOR de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento.” Provérbios 3.5
A confiança é um pré-requisito fundamental para quem deseja andar com Deus. Ela é alcançada e desenvolvida à medida que buscamos conhecê-lo e permitimos que ele nos conheça de maneira íntima. O confiar precisa ser no Senhor, e só nele, pois só ele é capaz de suprir todas as nossas necessidades, lembrando que bênçãos materiais e espirituais, não são o foco principal de Deus para seu povo. O que ele deseja é que nós venhamos buscar nele toda a provisão e todo o sentido para vida, porque ele sabe que sem a plenitude dele em nós sempre faltará algo, sempre nos sentiremos um pouco vazios, ansiosos e frustrados.
A confiança em Deus tem origem no conhecimento de sua natureza: o amor. Podemos confiar em Deus porque ele nos ama de maneira intensa e incondicional. Ele nada fará com o objetivo de nos ferir, muito embora em muitas situações sejamos levados a passar por dores e tribulações. Porque ele nos ama, somos disciplinados e corrigidos, para que sejamos aprovados. Até mesmo Jesus, sendo perfeito passou por muitas angústias e dores (Hb 5.8). Entretanto ele não olhava para sua situação, mas olhava para o Pai em confiança total.
Confiar em Deus é acreditar no Seu amor, é saber que a Sua vontade é o melhor para nós. Quando nós confiamos, entregamos nas Suas mãos as nossas preocupações e sonhos.
Na vida, poucas coisas nos machucam mais do que ver que a nossa confiança foi traída. Depois de perdida, muitas vezes a confiança não pode ser recuperada. Mas a boa notícia é que Deus nunca vai nos trair, porque Ele é fiel! Se a nossa confiança está em Deus, podemos ter a certeza que estamos seguros, porque Ele não falha! encontramos em Abraão um dos maiores exemplos de confiança e fé que a Bíblia nos relata (Gn 22.1-18). Deus pediu a ele o sacrifício de Isaque, seu único filho. Pode parecer que Deus estava indo longe demais ao fazer este pedido, mas no fundo ele não estava interessado em Isaque, mas no coração de Abraão. O Senhor queria prová-lo, para aprová-lo – não deveria existir no coração de Abraão nada maior e mais importante que o Senhor. Estes mesmos testes de confiança e fé que Deus fez com Abraão ele continua fazendo hoje conosco. Ele nos propõe uma troca; ele pede que deixemos as coisas passageiras e abracemos as eternas e gloriosas encontradas em Cristo Jesus. Quando a Bíblia fala de confiança em Deus ela se refere à fé em Jesus. Ele é o princípio da confiança. Portanto, não faz sentido não confiar nele quando temos todo o suprimento para isso.
Quando aprendermos a confiar em Deus experimentaremos paz e alegria indizíveis, coisas que o mundo não conhece, pois elas só são encontradas em Deus.
Abaixo temos alguns versos que falam de confiança:
Salmos 21:7 O rei confia no Senhor e pela misericórdia do Altíssimo jamais vacilará.
Salmos 28:7 O Senhor é a minha força e o meu escudo; nele o meu coração confia, nele fui socorrido; por isso, o meu coração exulta, e com o meu cântico o louvarei.
Salmos 32:10 Muito sofrimento terá de curtir o ímpio, mas o que confia no Senhor, a misericórdia o assistirá.
Salmos 37:3 Confia no Senhor e faze o bem; habita na terra e alimenta-te da verdade.
Salmos 37:5 Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará.
Salmos 55:22 Confia os teus cuidados ao Senhor, e ele te susterá; jamais permitirá que o justo seja abalado.
Salmos 64:10 O justo se alegra no Senhor e nele confia; os de reto coração, todos se gloriam.
Salmos 84:12 Ó Senhor dos Exércitos, feliz o homem que em ti confia.
Salmos 86:2 Preserva a minha alma, pois eu sou piedoso; tu, ó Deus meu, salva o teu servo que em ti confia.
Salmos 115:9 Israel confia no Senhor; ele é o seu amparo e o seu escudo.
Salmos 115:10 A casa de Arão confia no Senhor; ele é o seu amparo e o seu escudo.
Provérbios 3:5 Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento.
Provérbios 16:3 Confia ao Senhor as tuas obras, e os teus desígnios serão estabelecidos.
Provérbios 16:20 O que atenta para o ensino acha o bem, e o que confia no Senhor, esse é feliz.
Provérbios 28:25 O cobiçoso levanta contendas, mas o que confia no Senhor prosperará.
Provérbios 28:26 O que confia no seu próprio coração é insensato, mas o que anda em sabedoria será salvo.
Provérbios 29:25 Quem teme ao homem arma ciladas, mas o que confia no Senhor está seguro.
Isaías 26:3 Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti.
Jeremias 17:7 Bendito o homem que confia no Senhor e cuja esperança é o Senhor.
Sofonias 3:12 Mas deixarei, no meio de ti, um povo modesto e humilde, que confia em o nome do Senhor.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

ESTUDANDO E REFUTANDO O PRETERISMO.




Amados irmãos em Cristo Jesus, vamos estudar e não só refutar mas mostrar aqueles que estão sendo catequizados, evangelizados por preteristas, eu particularmente sinto  que existe um certo RECEIO dos preteristas e/ou resistência destes a aceitar a verdade do LIVRO DE APOCALIPSE, eles resistem ao "TIRAR O VÉU" e tentam  formar uma legião de seguidores que a cada dia diminue, creio que Deus vai mostrar a estes o verdadeiro caminho da salvação e que para tal tem que estar santo e santificado, e mudando a verdade da bíblia não conquistaram o reino dos céus, chegando ao ponto de até desacreditar nos TRIBUNAIS DE CRISTO.

 Interpretação Preterista

     Alguns pensadores, escritores, teólogos e comentaristas cristãos ao se aproximarem do Apocalipse olham para o Apocalipse pelas lentes do passado e entendem que o Apocalipse é um Livro que tem à ver somente com o passado, por que descreve os dramas que a Igreja primitiva vivenciou ao ser perseguida pelo Império Romano.

     Segundo a Interpretação Preterista, absolutamente tudo o que foi profetizado no Livro de Apocalipse já aconteceu e já faz parte do passado!

     Segundo a Interpretação Preterista o Livro de Apocalipse narra apenas e tão somente a perseguição que os Imperadores romanos infligiram à Igreja Primitiva, pelo que o Livro de Apocalipse tinha o propósito único e exclusivo de fortalecer e de encorajar a Igreja do Primeiro Século.

     A Escola de Interpretação Preterista falha em ver o Livro de Apocalipse com uma mensagem profética pertinente à toda a Igreja em toda a História da Igreja.

     Segundo a Interpretação Preterista o Livro de Apocalipse foi escrito para a Igreja Primitiva que estava sendo perseguida pelos Imperadores romanos.

     Assim, de acordo com a Escola de Interpretação Preterista, o Livro de Apocalipse se refere apenas ao tempo de perseguição que a Igreja Primitiva padeceu durante o Império Romano.

     Então, de acordo com a Escola Preterista, o Livro de Apocalipse não tem mais nenhuma pertinência, não tem mais relevância, não tem mais nenhuma atualidade e não tem mais nenhuma mensagem para a Igreja atual.

Refutando e ensinando a verdade bíblica

     Muito embora, inicialmente, o Livro de Apocalipse tenha sido escrito para a Igreja Primitiva, jamais podemos concordar com a Escola Preterista de que o último Livro da Bíblia não possui relevância alguma para a Igreja contemporânea.

     A Escola Preterista não faz justiça ao Apocalipse que foi um Livro oportuno para a Igreja Primitiva, é atual para a Igreja Contemporânea e será atualíssimo e oportuno para a Igreja no futuro.

Fisicamente João está na Ilha de Patmos, mas em espírito está em comunhão íntima e profunda com Deus.

     Então, em glória e em fulgor, Jesus Cristo abre os Céus e se revela a João e convida João a ver a revelação da glória e da majestade do Senhor Deus.

     Agora, parece um cenário de dor, de sombra e de pessimismo para a Igreja, porém ao mesmo tempo em que está fisicamente preso na Ilha de Patmos, João se acha em espírito na presença de Deus, pelo que o próprio Deus abre o céu para João e revela a João os acontecimentos que em breve vão suceder:

     “ Eu, João, que também sou vosso irmão, e companheiro na aflição, e no reino, e paciência de Jesus Cristo, estava na ilha chamada Patmos, por causa da palavra de Deus, e pelo testemunho de Jesus Cristo.
     Eu fui arrebatado no Espírito no dia do Senhor, e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta,
     Que dizia: Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o derradeiro; e o que vês, escreve – o num livro, e envia – o às sete igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, e a Esmirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, e a Sardes, e a Filadélfia, e a Laodicéia. ” (Ap 1.9 – 11).

     Ou seja, Deus está transformando tragédias em bênção!

O Livro de Apocalipse mostra que o Diabo, o Mundo, o Anti – Cristo e o Falso Profeta hão de perecer definitivamente ao mesmo tempo em que a Igreja há de triunfar gloriosamente.
     No Livro de Apocalipse Cristo sempre é apresentado como vencedor e como conquistador; no Livro de Apocalipse Cristo triunfa sobre a morte, derrota o Inferno, subjuga o Dragão, acaba com a Besta, derruba o Falso Profeta e vence o Anti-Cristo.

     A verdade de que Deus reina, a verdade que Deus é vitorioso sobre todos os inimigos da Igreja e a verdade que Deus transforma tragédias em triunfo devem trazer descanso e conforto para o coração do crente!

     O Livro de Apocalipse queima o meu peito, alegra a minha alma e enche o meu coração de entusiasmo para viver; por que diante da mensagem do Livro de Apocalipse não é possível um cristão viver desanimado ou ser pessimista vivendo gemendo e se arrastando pela vida desanimado; por que a grande mensagem do Livro de Apocalipse é que o Senhor Deus reina.E assim, Apocalipse termina com a derrota final, decisiva e definitiva de todos os inimigos de Deus; e então, quando todos os inimigos de Deus; a saber, Satanás, o Diabo, o Anti – Cristo, o Falso Profeta, a Grande Babilônia, os ímpios e a morte, estiverem plenamente vencidos e derrotados; então a Igreja gloriosa, triunfante, vencedora, pura, santa e sem defeito reina com Cristo pelos séculos dos séculos na bem-aventurança eterna que nunca vai ter fim.

     Eu quero encorajar você a ler o Livro de Apocalipse, a estudar o Livro de Apocalipse, a se alimentar das promessas contidas no Livro de Apocalipse.

     Nós, homens e mulheres do Século XXI estamos vivendo em um Mundo turbulento, um mundo de angústias e de apreensões.

     Há uma inquietação mundial, há uma perturbação universal, há um desespero global por que a solução não está na política, não está na economia e tão pouco está na educação.
     Contudo, os cristãos podem ter alegria, podem ter paz, podem ter segurança e podem ter descanso, por que o Senhor Deus se assenta em um trono e reina soberano e absoluto sobre tudo e sobre todos.

Amados irmãos atentem para este ponto que chamo de CHAVE, queiram e lutem para que seu NOME ESTEJA ESCRITO NO LIVRO DA VIDA, vejamos:Então, um outro Livro há de ser aberto, o Livro da Vida; e quem não for achado e encontrado no Livro da Vida será lançado no Lago de Fogo que arde com enxofre para ser atormentado de dia e de noite eternamente; mas quem for achado e encontrado no Livro da Vida será admitido na bem-aventurança eterna!

     Os cristãos que creram em Jesus e depositaram no Filho de Deus a confiança para a salvação hão de comparecerem diante do Tribunal de Deus para receberem galardão e os ímpios que rejeitaram a Jesus também hão de comparecerem diante do Tribunal de Deus só que para receberem condenação.
     E o Livro de Apocalipse termina então com o Apóstolo João tendo uma visão do novo Céu e da nova Terra; e João é chamado para ver a Igreja glorificada que parece com uma cidade, mas que também é uma noiva.

Pr. Itamar França


segunda-feira, 23 de maio de 2016

Cezar Nero é a besta do Apocalipse? Heresia preterista.

 

Cezar Nero é a besta do Apocalipse?



lenda mais propagada historicamente pelos preteristas é a de que Nero é o anticristo, ou, mais precisamente, a besta do Apocalipse, e que ele seria o “666” que João afirmou ser o “número de um homem” (Ap.13:18). De tanto ouvir repetidas vezes preteristas repetirem essa mentira à exaustão, decidi criar este artigo para acabar de uma vez com todas com essa enganação. Em primeiro lugar, é necessário dizer que “Cezar Nero” não dá “666” em língua nenhuma. Para fazer com que Nero some “666”, os preteristas lançam mão de um verdadeiro malabarismo e entorpecimento mental que só serve para enganar os mais incautos. Irei explicar algumas dessas manobras comumente usadas por eles:

1º Pegue o nome “Cezar Nero” em grego, porque em latim não dá certo.

2º Depois, translitere para o hebraico, porque se ficar em grego também não dá certo.

3º Ao transliterar para o hebraico, mantenha nrwn em vez de NRW, mas não faça o mesmo em “César” (qysr em vez de QSR), porque se você usar de critério sua manipulação vira lixo.

4º Em seguida, acrescente um “n” no final do nome “Nero”, porque se deixar a forma oficial do nome “Nero” também não dá certo.

5º E, por fim, ignore as regras de numerologia judaica (gematria), porque, se ela for levada em consideração, a sua manobra também não terá sucesso.

Então, a manobra consiste em tentar passar tudo isso para o leitor, mas sem ele perceber. O preterista tem que enfiar goela abaixo que Nero dá 666, não tem que se preocupar em explicar que tipo de manobras que foram usadas para se chegar a este resultado. Se o preterista conseguir disfarçar tudo direitinho, ele terá sucesso e conseguirá ter enganado mais um. Mas se alguém for a fundo pesquisar sobre o tema, irá descobrir todas essas manobras e postar em um site como o Heresias Católicas.

Destruindo a lenda ponto a ponto:


 NERO NÃO SOMA 666 EM GREGO

O primeiro de tudo que devemos informar ao leitor é que Cezar Nero não soma 666 em grego, soma 1005, como os próprios preteristas admitem. Kenneth L. Gentry Jr, um ferrenho defensor da tese de que Nero é o anticristo (666) tendo por base a transliteração ao hebraico, também confirma que, em grego, o nome soma 1005 e não 666:

“A grafia grega do nome Nero tinha o valor de 1005 (O Número da Besta, Kenneth L. Gentry Jr, Cap.3)

Portanto, a lenda de que Nero é o “666” não provém do grego, mas da transliteração do grego para o hebraico, onde, segundo os defensores da tese, somaria “666” (veremos mais sobre isso mais adiante). Mas, apenas aqui, já vemos o primeiro problema para os preteristas: por que João iria codificar Nero transliterado ao hebraico, se ele escrevia o Apocalipse em grego e para pessoas de fala grega?

Todos os manuscritos bíblicos do Apocalipse que temos estão na língua grega, e não no hebraico. E o livro de João foi destinado, em primeiro lugar, não para judeus nem para habitantes na Judeia, mas para cristãos na Ásia Menor:

“Que dizia: Eu sou o Alfa e o Omega, o primeiro e o derradeiro; e o que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, e a Esmirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, e a Sardes, e a Filadélfia, e a Laodiceia (Apocalipse 1:11)

Perguntinhas básicas aos preteristas:

Os moradores de Éfeso falavam hebraico? Eram judeus?

Os moradores de Esmirna falavam hebraico? Eram judeus?

Os moradores de Pérgamo falavam hebraico? Eram judeus?

Os moradores de Tiatira falavam hebraico? Eram judeus?

Os moradores de Sardes falavam hebraico? Eram judeus?

Os moradores de Filadelfia falavam hebraico? Eram judeus?

Os moradores de Laodiceia falavam hebraico? Eram judeus?

A resposta a essas perguntas é: não, não, não, não, não, não e não! Os moradores da Ásia Menor não eram judeus em sua maioria, e a fala predominante nessas regiões era a língua grega, não hebraica. É óbvio que existiam judeus morando nessas regiões, assim como existiam em qualquer outra parte do mundo, mas o que predominava nessa região não era o judaísmo nem a língua hebraica, mas o grego. A grande maioria dos destinatários do livro sequer conhecia o hebraico, e, portanto, não iriam conseguir transliterar o nome “Nero” do grego para o hebraico para depois somarem. Isso porque eles trabalhavam numericamente com o grego e não com o hebraico. O próprio professor católico Felipe Aquino, da Canção Nova, disse:

“É bom lembrar que o Apocalipse foi escrito no final do séc. I (95 d.C), em grego, e tinha como destinatário as comunidades cristãs da Ásia Menor (Ap 1,4; 2,1-3,22) que falavam o grego

À época em que João escrevia o Apocalipse (96 d.C), o Cristianismo já havia se disseminado pelo mundo e a maioria dos cristãos eram não-judeus, ou seja, gentios. A própria Bíblia atesta a resistência dos judeus a aceitarem as boas novas do evangelho e como que os gentios aceitavam a mensagem que os judeus rejeitavam:

“Discordaram entre si mesmos e começaram a ir embora, depois de Paulo ter feito esta declaração final: Bem que o Espírito Santo falou aos seus antepassados, por meio do profeta Isaías: Vá a este povo e diga: Ainda que estejam sempre ouvindo, vocês nunca entenderão; ainda que estejam sempre vendo, jamais perceberão. Pois o coração deste povo se tornou insensível; de má vontade ouviram com os seus ouvidos, e fecharam os seus olhos. Se assim não fosse, poderiam ver com os olhos, ouvir com os ouvidos, entender com o coração e converter-se, e eu os curaria. Portanto, quero que saibam que esta salvação de Deus é enviada aos gentios; eles a ouvirão! Depois que ele disse isto, os judeus se retiraram, discutindo intensamente entre si” (Atos 28:25-29)

“Que diremos, então? Os gentios, que não buscavam justiça, a obtiveram, uma justiça que vem da fé; mas Israel, que buscava uma lei que trouxesse justiça, não a alcançou (Romanos 9:30-31)

Ou seja: a Igreja Cristã, no final do primeiro século d.C, era muito mais constituída por gentios (que aceitaram a mensagem do evangelho)  do que por judeus (que a rejeitaram). Isso explica o porquê que todo o Novo Testamento foi escrito em língua grega: porque era a língua predominante entre os gentios. Paulo, ao escrever para as igrejas, usava sempre o grego, nunca o hebraico. A mesma coisa se aplica aos evangelistas, a Tiago, a Pedro, a Judas e ao próprio João. Portanto, nada mais justo e óbvio que esse mesmo João, que escreveu em grego e para pessoas de fala grega, preferisse manter o original à obrigar seus leitores a transliterarem o número da besta. Como Nero não dá 666 mas 1005 em grego, segue-se logicamente que não é Nero o anticristo.


 REFUTANDO OBJEÇÕES AO PONTO 1

Uma forma comum pela qual os preteristas respondem ao ponto 1 é de que, se João escrevesse “1005” para a besta (i.e, se mantivesse o grego), isso iria fazer com que o nome de Nero ficasse muito óbvio, uma vez que era conhecido que Nero somava 1005 em grego, e, por isso, João preferiu passar para o hebraico, para “camuflar” e não deixar o nome de Nero tão exposto, evitando ataques contra os cristãos. Este argumento é duplamente falho por três razões.

A primeira é que os cristãos já estavam passando por duras perseguições nas mãos de Domiciano, que era tão cruel quanto Nero, simplesmente por se recusarem a adorar ao imperador. Portanto, os cristãos não tinham medo de encarar o “tirano” de Roma e se oporem a ele, não teriam receio de admitir abertamente que Nero era o anticristo se ele assim fosse. Da mesma forma que Sadraque, Mesaque e Abede-Nego se opuseram contra o rei da Babilônia mesmo sob a ameaça de serem lançados à fogueira, os cristãos do século I não tinham medo da morte (Ap.12:11) e diziam a verdade abertamente, sem rodeios por medo de algum imperador tirano reinando em Roma. Além disso, pela perseguição que já sofriam, de modo algum ela seria “suavizada” simplesmente por não dizerem que Nero era um anticristo.

Em segundo lugar, João escrevia em 96 d.C, no final do reinado de Domiciano, e Nero havia sido morto em 68 d.C, ou seja, quase trinta anos antes. Da mesma forma que falar mal de um presidente do Brasil que já morreu há trinta anos não é algo muito significativo ao governo atual, assim também falar de um imperador já falecido há muito tempo não teria um impacto tão negativo nos dias de Domiciano, o que seria muito diferente se ocorresse nos próprios dias de Nero. Isso é admitido até mesmo pelo professor católico e preterista Carlos Martins Nabeto, no site “Agnus Dei”:

“E, mesmo que descobrissem o real significado do número 666, ainda assim estaria o apóstolo se referindo a um imperador já falecido e, portanto, sem muito significado para as autoridades governantes

Desta forma, ocultar o nome de Nero por meio da transliteração ao hebraico não seria algo nem um pouco necessário.

E, em terceiro lugar, o principal motivo pelo qual João não precisava ocultar o nome Nero passando-o ao hebraico ocultamente por medo de represálias é porque havia outros autores da época que faziam a mesma coisa de forma bem natural, como podemos ver em Suetônio, que fez a seguinte sátira grega usando o nome de Nero e o valor numérico de suas letras no grego:

“No meio da sua história latina, Suetônio um exemplo de uma sátira grega que circulou logo após o incêndio em Roma, que correu em 64 d.C: ‘Neopsephon Neron indian metera apektine’. A tradução da sátira é: ‘Um novo cálculo: Nero sua mãe assassinou’. J. C. Rolfe observa na edição Loeb Classical Library das obras de Suetônio que ‘o valor numérico das letras gregas no nome de Nero (1005) é o mesmo do restante da sentença; assim, temos uma equação: Nero = o assassino de sua própria mãe’”(O Número da Besta, Kenneth L. Gentry Jr, Cap.3)

Notem que Suetônio afirmou explicitamente que Nero assassinou a sua própria mãe, de forma explícita, e fazendo um trocadilho com os valores numéricos em grego. Ele não precisou ocultar este fato passando ao hebraico ou a outra língua por medo das autoridades romanas, disse isso bem claramente, chamando Nero de assassino. Então, se Suetônio pôde ter chamado Nero de assassino da própria mãe de forma clara, por que João não poderia ter feito o mesmo de forma oculta, apontando a Nero o título de “anticristo”?

Na verdade, Nero não era bem visto pelos próprios romanos. Ele era maluco, botou fogo na própria Roma, assassinou sua mãe e outros vários familiares seus, foi tirado do poder pelos próprios romanos em um golpe de estado de vários governantes no qual foi forçado a suicidar-se, era mal visto em todos os testemunhos históricos de escritores daquela época, teve sua morte celebrada pela própria Roma e festejada pelos senadores, nobreza e classe alta do Império. Portanto, se as próprias autoridades romanas odiavam Nero e o tiraram do poder, como poderiam armar uma represália a um cristão que falasse mal de um imperador que já era mal visto pelos próprios romanos? De fato, tal coisa seria tão ameaçadora na época quanto alguém no presente século falando mal a Lula sobre FHC.

Portanto, a tese preterista de que João camuflou o nome de Nero codificando-o à numerologia judaica com medo das autoridades romanas não passa de pura lenda preterista, sem pé e nem cabeça.


 CEZAR NERO OU CEZAR NERON?

É bem conhecido de todos que o nome oficial de Nero era Nero, e não Neron, com um “n” no fim. Neron é uma forma grega de se falar deste imperador, mas este imperador era romano, e não grego. Roma é uma cidade da região Lácio (que se escrevia Latio, mas depois evoluiu para Lácio), cuja língua do Latio era o latim. Portanto, a forma oficial do nome deste imperador romano não era a forma grega (Neron), mas sim a latina (Nero). Não é a toa que o título deste artigo é “Cezar Nero é a besta do Apocalipse?”, ao invés de “Cezar Neron é a besta do Apocalipse?”. Nero é chamado em todo lugar de Nero porque é a forma oficial do seu nome, originalmente latino. O “n” é um acréscimo grego ao nome de Nero, que é necessário para dar o “666” quando passado ao hebraico, porque sem ele o resultado é “616”, como podemos constatar facilmente:

Nun = 50
Resh = 200
Waw = 6 

Qoph = 100
Samech = 60
Resh = 200

Resultado = 616

Para fazer com que o nome “Nero” dê “666” quando passado ao hebraico eles tem que adicionar novamente a letra “n” (nun) no final, somando mais 50 e perfazendo o 666. Alguém poderia alegar que, como o Apocalipse foi escrito em grego, a besta deveria ser levada em consideração em grego até mesmo para pessoas que não fossem gregas, e não na forma oficial. Em resposta a isso, devemos salientar que a forma oficial de um nome é mantido ao invés de ser transliterado quando passado a outra língua.

Por exemplo, ninguém chama John Lennon de “João Lennon”, Peter Crouch de “Pedro Crouch”, James Brow de “Tiago Brow”, ou Mark Zuckerberg de “Marcos Zuckerberg”. O nome original de uma pessoa é mantido mesmo quando passado a uma outra língua. Por isso não é sem razão que conhecemos Nero como Nero e não como Neron! Cezar Neron era uma forma relativamente rara do nome de Nero, não era a mais comumente utilizada e nem a forma oficial dele. Se a besta fosse originalmente da Grécia, o justo seria manter o nome oficial em grego; mas, como estamos falando de Nero, imperador romano, o mais correto seria levar em conta o latim.


 A GRAFIA UTILIZADA PELOS PRETERISTAS

Além disso, quem passou do grego para o hebraico usou de muito pouco critério e bom senso, pois transliterou para nrwn QSR (que, segundo eles, daria 666 em hebraico), que era apenas uma grafia alternativa para Nero, que também pode ser transliterado ao hebraico como NRW no lugar de nrwn formando “Nero”, e como qysr no lugar de QSR formando “Cezar”. Tanto em um caso como no outro, o nome de Cezar Nero passado ao hebraico daria outros resultados diferentes de 666. O mais correto seria aplicar NRW QSR ou nrwn qysr, podendo até mesmo ser transliterado por NRW qysr. Em três dos quatro casos o nome de Cezar Nero não dá 666, sendo que em apenas um único (que obviamente é o que os preteristas utilizam) é que a soma segundo eles daria 666.

- Com NRW QSR o valor dá 616.

- Com nrwn qysr o valor dá 676.

- Com NRW qysr o valor dá 626.

Como bem podemos perceber, eles fazem uso de uma única forma que, para eles, dá 666, ignorando outras três grafias alternativas que dão valores diferentes, para mais ou para menos. Em outras palavras, se no Apocalipse tivesse escrito que o número da besta é 616, eles estariam fazendo uso da primeira grafia; se dissesse que é 676, eles estariam fazendo uso da segunda grafia; se dissesse 626, eles estariam fazendo uso da terceira grafia; se dissesse 616, estariam fazendo uso da grafia latina; se dissesse 1005, não transliterariam para o hebraico e deixariam no grego mesmo, e por aí vai. É isso o que os preteristas escondem de você, para fazer parecer que a única possibilidade para Nero é 666.


 OUTROS ARGUMENTOS CONTRA NERO

Devemos ainda levar em consideração outros fatores que vão muito além da mera análise de Apocalipse 13:18. Afinal, se Nero é o anticristo, isso significa que o todo das Escrituras deve ser compatível com essa verdade. Mas será mesmo que a Bíblia atesta ou confirma que Nero é um possível candidato a anticristo? Segundo o apóstolo Paulo, não. Isso porque ele atesta que o anticristo iria se assentar no templo de Deus, dizendo ele mesmo ser Deus:

“O qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” (2ª Tessalonicenses 2:4)

A verdade: Nero nunca sequer pisou em Jerusalém, muito menos no templo!

Além disso, Paulo afirma que o anticristo seria morto por Jesus na segunda vinda de Cristo:

“E então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca, e aniquilará pelo esplendor da sua vinda (2ª Tessalonicenses 2:8)

A verdade: Nero morreu antes da invasão de Jerusalém pelos exércitos romanos, ou seja, antes de 70 d.C (ele morreu e 68 d.C, dois anos antes). Sendo assim, ele não morreu na volta de Jesus, que os preteristas afirmam ter acontecido após a destruição de Jerusalém e do templo. Mais um ponto conclusivo contra a tese de que Nero é a besta a que João se refere.

Além disso, João diz que essa besta colocaria uma marca (666) em todos os habitantes da terra:

“E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome (Apocalipse 13:16-17)

A verdade: os judeus NUNCA foram marcados com algum “666” na mão direita ou na testa (você pode conferir mais sobre isso neste meu artigo).

Além disso, o anticristo teria uma imagem sua que seria colocada no templo de Jerusalém (os preteristas interpretam a frase “habitantes da terra” como “moradores de Jerusalém”):

“E engana os que habitam na terra com sinais que lhe foi permitido que fizesse em presença da besta, dizendo aos que habitam na terra que fizessem uma imagem à besta que recebera a ferida da espada e vivia. E foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse, e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta” (Apocalipse 13:14-15)

A verdade: nunca houve uma imagem de Nero no templo de Jerusalém nem em parte alguma da Judeia, muito menos uma imagem falante.

Poderia passar o dia inteiro aqui passando provas inequívocas de que Nero não se encaixa de forma nenhuma com a descrição bíblica sobre o anticristo. Ele certamente tinha um perfil adequado para uma besta (no sentido de ser um tirano cruel contra os cristãos), mas não era besta especificamente (pois não corresponde aos diversos relatos bíblicos acerca do anticristo).


 O ARGUMENTO CONCLUSIVO: A GEMATRIA HEBRAICA

Até aqui já conferimos inúmeras evidências de que Nero não pode ser a besta do Apocalipse (666), porque:

 A forma oficial do nome Nero era latina e não grega, e em latim soma-se 616, e não 666, ao transliterar ao hebraico.

 Mesmo se levássemos o grego em consideração e não a forma oficial do nome de Nero, teríamos quatro possibilidades diferentes para Cezar Nero, das quais apenas uma (segundo os preteristas) é que somaria 666 se transliterado para o hebraico.

 Porém, mesmo se João escolhesse o grego e ainda que pensasse exatamente na grafia proposta pelos preteristas, nada indica que ele desejasse uma transliteração ao hebraico, o mais óbvio fosse que desejasse a codificação do próprio grego, uma vez que escrevia para gentios que falavam grego e que não haveria qualquer razão para evitar citar Nero de forma mais clara sendo que Nero era odiado pelas próprias autoridades romanas.

 Sendo assim, Cezar Nero em grego (sem a codificação ao hebraico) daria 1005, novamente longe dos 666 sonhados pelos preteristas.

Então, somente do que já constatamos até aqui, vimos que, para os malabarismos preteristas em torno de Nero darem certo, é necessário que:

 João tenha pensado em Nero como nome grego e não na forma original latina, que era a mais comumente usada desde aqueles dias e até os dias de hoje.

 João tenha tido a intenção de que seus leitores passassem ao hebraico e não que ficassem no grego, mesmo sem qualquer razão séria para isso e mesmo escrevendo a crentes na Ásia Menor, em sua grande maioria constituído de gentios (não-judeus), que falavam grego, e não hebraico, e que dificilmente conseguiriam fazer tal transliteração.

 Além disso, João certamente deveria ter em mente o nome nrwn QSR e não alguma outra das quatro possibilidades para o nome de Nero, e que daria outros resultados.

Algum preterista poderia chegar até aqui na leitura, e, incrédulo como sempre, ainda apostar que tudo isso aconteceu para Nero dar o 666 escrito no Apocalipse. O que eles não contavam, porém, é que as próprias contas deles esbarram na gematria hebraica. A conta deles, levando em consideração o nrwn QSR, ficaria assim:

Nun = 50
Resh = 200
Waw = 6
Nun = 50

Qoph = 100
Samech = 60
Resh = 200

  Letra
   Nome da letra
    Transcrição
 Valor Numérico
  
 Aleph
 A
 1
  
 Beit
 B, V
 2
  
 Gimel
 G, Gh
 3
  
 Daleth
 D, Dh
 4
  
 Heh
 H   
 5
   
 Vau ou wau
 O, U, V, W
 6
  
Zayin
 Z
 7
  
Cheth ou Het
 Ch ou H 
 8
  
Teth
 T
 9
  
Yod
 I ou J, Y
 10
  
Kaph
 K, Kh 
 20 - 500
  
Lamed
 L
 30 
  
Mem
 M
 40 - 600
  
Nun
 N
 50 - 700
  
Samekh
 S
 60
  
Ayin
 Aa, Ngh 
 70 
  
Peh ou Feh
 P, F
 80 - 800
  
Tzaddi ou Sadé
 Tz
 90 - 900
  
Quph
 Q
 100
  
Resh
 R
 200
  
Sin ou Shin
 S,  Ch, Sh
 300
  
Tau
 T, Th
 400 ...

Qualquer um pode fazer as contas e ver que realmente o resultado é 666. O que os preteristas não contavam, porém, é que existem diversas regras na gematria hebraica que eles desconhecem completamente e que invertem totalmente a situação. De acordo com as regras de numerologia judaica, conhecida como gematria, quando a letra Nun aparece no final de uma palavra, é conhecido como “Final”, e assume o valor de 700. Desta forma, o nrwn QSR somaria 1316, e não 666:

Nun = 50
Resh = 200
Waw = 6

Nun = 700  aparece no final de uma palavra e assume valor de 700

Qoph = 100
Samech = 60
Resh = 200

Outros sites católicos trazem “NVRN RSQ”. Esse “n” que aparece na primeira e na quarta letra é o correspondente ao Nun do hebraico. Quando ele aparece no final de uma palavra, toma o valor de 700, e é exatamente o mesmo que ocorre em Neron Cezar.