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domingo, 6 de dezembro de 2015

Ressurreição



Pela Palavra de Deus entendemos um ensino claro: todos os crentes serão transformados, mas nem todos serão ressuscitados (“Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem” 1Tessalonicenses 4.15; “Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados” 1Coríntios 15.51). Você consegue entender isso? Em outras palavras: todos aqueles que são crentes, já confessaram seus pecados e aceitaram a Cristo como Único e Suficiente Senhor e Salvador pessoal de suas vidas terão seus corpos transformados por meio da ressurreição. Porém nem todos serão ressuscitados, pois aqueles que estiverem aqui quando do retorno de Jesus Cristo não passarão pela morte e por isso não serão ressuscitados, mas mesmo assim terão seus corpos transformados.

Notamos uma outra coisa aqui: a ordem natural para todo ser humano é viver, morrer e depois disto esperar pela ressurreição de seu corpo, conforme aprendemos em Hebreus 9.27 – “E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo, depois disso, o juízo” – nós encontramos uma exceção para esta ordem no final dos tempos. Temos nas páginas das Escrituras Sagradas dois exemplos dessa exceção que já ocorreram: Enoque e Elias. Eles foram levados para o céu sem ver a morte (“E sucedeu que, indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho” 2Reis 2.11; “Pela fé, Enoque foi trasladado para não ver a morte e não foi achado, porque Deus o trasladara, visto como, antes da sua trasladação, alcançou testemunho de que agradara a Deus” Hebreus 11.5). A próxima exceção a esta regra da morte e ressurreição acontecerá com uma geração inteira de crentes e dar-se-á quando do arrebatamento da Igreja

As Escrituras falam de forma clara com respeito a uma ressurreição do corpo, quer seja do crente, quer seja do incrédulo. Cerca ocasião, os saduceus (que negavam haver ressurreição), questionaram o Senhor Jesus Cristo a respeito do fato da ressurreição. Ele simplesmente os acusou e os repreendeu por serem ignorantes com respeito a sua falta de conhecimento sobre o que nos diz as Escrituras e o poder de Deus (“E Jesus, respondendo, disse-lhes: Porventura, não errais vós em razão de não saberdes as Escrituras nem o poder de Deus?” Marcos 12.24). Feito isso, Jesus passou a fazer a sua defesa da ressurreição citando os escritos do Velho Testamento (“E, acerca dos mortos que houverem de ressuscitar, não tendes lido no livro de Moisés como Deus lhe falou na sarça, dizendo: Eu sou o Deus de Abraão, e o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó? Ora, Deus não é de mortos, mas sim é Deus de vivos. Por isso, vós errais muito” Marcos 12.26,27). Semelhantemente, os mesmos saduceus faziam suas objeções quanto a pregação dos apóstolos, pois estes estavam proclamando que a ressurreição dos mortos deu-se por meio do Senhor Jesus Cristo (“doendo-se muito de que ensinassem o povo e anunciassem em Jesus a ressurreição dos mortos” Atos 4.2).Isto significava que o domínio da morte já fora invadido e que em Jesus os homens poderiam comprovar a doutrina da ressurreição”.[3]
Na ressurreição recebemos um novo corpo, eterno e glorificado (“Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus” 2Coríntios 5.1). Este corpo “glorificado” ou ressurrecto somente será dado ao crente quando ocorrer o arrebatamento da Igreja (“num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados” 1Coríntios 15.52; “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro” 1Tessalonicenses 4.16). A universalidade da ressurreição é visto em 1 Coríntios 15.21,22 (“Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados”).
O corpo mortal está relacionado com o corpo da ressurreição (“E, quando semeias, não semeias o corpo que há de nascer, mas o simples grão, como de trigo ou doutra qualquer semente. Mas Deus dá-lhe o corpo como quer e a cada semente, o seu próprio corpo” 1Co 15.37,38); é dito que este corpo será incorruptível, glorioso, poderoso e espiritual (“Mas Deus dá-lhe o corpo como quer e a cada semente, o seu próprio corpo. Nem toda carne é uma mesma carne; mas uma é a carne dos homens, e outra, a carne dos animais, e outra, a dos peixes, e outra, a das aves. E há corpos celestes e corpos terrestres, mas uma é a glória dos celestes, e outra, a dos terrestres. Uma é a glória do sol, e outra, a glória da lua, e outra, a glória das estrelas; porque uma estrela difere em glória de outra estrela. Assim também a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo em corrupção, ressuscitará em incorrupção. Semeia-se em ignomínia, ressuscitará em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscitará com vigor. Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo animal, há também corpo espiritual Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o último Adão, em espírito vivificante. Mas não é primeiro o espiritual, senão o animal; depois, o espiritual. O primeiro homem, da terra, é terreno; o segundo homem, o Senhor, é do céu. Qual o terreno, tais são também os terrenos; e, qual o celestial, tais também os celestiais. E, assim como trouxemos a imagem do terreno, assim traremos também a imagem do celestial.” 1Coríntios 15.38-49).

Os corpos dos crentes vivos serão instantaneamente transformados (“E, agora, digo isto, irmãos: que carne e sangue não podem herdar o Reino de Deus, nem a corrupção herda a incorrupção. Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade” 1Coríntios 15.50-53; “Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas” Filipenses 3.20,21). 

O apóstolo Paulo nos ensina que esta mudança dos vivos e a ressurreição dos mortos em Cristo,  chamam-se de “redenção do nosso corpo” (“E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo” Romanos 8.23; “em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para louvor da sua glória” Efésios 1.13,14).

As Escrituras ficam totalmente em silêncio no sentido de falar da ressurreição do corpo do incrédulo. Não se sabe o propósito de ignorar os ímpios nesse sentido. Até mesmo na história do rico e Lázaro, o ímpio, no caso, o rico, seu nome não é mencionado, por quê será que acontece isso?


 As Duas Ressurreições

A ressurreição para a vida é chamada de Primeira Ressurreição. A ressurreição que é para a morte, é chamada de Segunda Ressurreição (“E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna e outros para vergonha e desprezo eterno” Daniel 12.2; “Não vos maravilheis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação” João 5.28-29).

Portanto, duas ressurreições estão no futuro: a primeira para a vida e a segunda para o juízo (“Não vos maravilheis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação” João 5.28,29; “Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo. Mas cada um por sua ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda” 1Coríntios 15.22,23; “Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com ele. Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” 1Tessalonicenses 4.14-17; “E vi tronos; e assentaram-se sobre eles aqueles a quem foi dado o poder de julgar. E vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos. Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição. Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele mil anos” Apocalipse 20.4-6; “E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno [Gr. Hades] deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras” Apocalipse 20.11-13) e estas estão separadas por um período de mil anos.

A primeira ressurreição, para a vida, deverá acontecer na Segunda Vinda de Cristo, no arrebatamento (“Mas cada um por sua ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda” 1Coríntios 15.23; “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” 1Tessalonicenses 4.16,17), sendo que os mártires da tribulação deverão ser ressuscitados no final da tribulação quando Cristo retornar a esta terra para inaugurar o milênio, o Seu Reino. Juntamente com eles, os santos do Velho Testamento deverão ser ressuscitados aqui.

Depois de mil anos haverá a ressurreição para o julgamento, o que nas Escrituras é comumente chamada de Segunda Ressurreição (“E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação” João 5.29).



I

 OS TIPOS DE RESSURREIÇÃO



Temos nas Escrituras a menção de dois tipos de ressurreição: a ressurreição para a vida, que também é chamada de primeira ressurreição (os salvos em Cristo) e a ressurreição para o juízo, também chamada de segunda ressurreição (os incrédulos).


A Ressurreição para a Vida

Várias passagens nos são dadas para comprovar a ressurreição para a vida, ou a chamada primeira ressurreição:
“Mas, quando fizeres convite, chama os pobres, aleijados, mancos e cegos e serás bem-aventurado; porque eles não têm com que to recompensar; mas recompensado serás na ressurreição dos justos” (Lucas 14.13,14);
“Para conhecê-lo, e a virtude da sua ressurreição, e a comunicação de suas aflições, sendo feito conforme a sua morte; para ver se, de alguma maneira, eu possa chegar à ressurreição dos mortos. Não que já a tenha alcançado ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso {ou alcançado} por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Filipenses 3.10-14);
“As mulheres receberam, pela ressurreição, os seus mortos; uns foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição” (Hebreus 11.35);
“Não vos maravilheis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação” (João 5.28,29);
“Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele mil anos” (Apocalipse 20.6).

Para podermos entender um pouco melhor do que vem a ser a primeira ressurreição ou a ressurreição para a vida (“E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação” João 5.29), precisamos ter em mente que ela é um processo, pois não acontecerá que todos aqueles que são destinados a esta ressurreição, ressuscitem no mesmo instante. Há um pequeno período de tempo entre o processo como um todo. Vejamos:

Quando da volta de Jesus Cristo, os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro, isso dar-se-á antes que ocorra o arrebatamento da Igreja (“Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro” 1Tessalonicenses 4.15,16).
Os santos da tribulação deverão ser ressuscitados no final da mesma (“E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que mais não engane as nações, até que os mil anos se acabem. E depois importa que seja solto por um pouco de tempo. E vi tronos; e assentaram-se sobre eles aqueles a quem foi dado o poder de julgar. E vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos. Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição” Apocalipse 20.3-5).
Os santos do Velho Testamento também deverão ser ressuscitados no final da tribulação (“E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna e outros para vergonha e desprezo eterno” Daniel 12.2; “Os teus mortos viverão, os teus mortos ressuscitarão; despertai e exultai, vós que habitais no pó, porque o teu orvalho, ó Deus, será como o orvalho das ervas, e a terra lançará de si os mortos” Isaías 26.19).
Portanto, os santos da tribulação e do Velho Testamento somente deverão ser ressuscitados depois da Segunda Vinda de Cristo a esta terra.

Cada um destes estágios descrito acima faz parte da primeira ressurreição, a ressurreição para a vida, pois todos os envolvidos recebem a vida eterna. Isso significa que não importa a ocasião, ou o tempo que estes venham a participar da ressurreição, todos são partes do processo e todos recebem a bem-aventurança eterna.

Alguns esclarecimentos maiores sobre os santos do Velho Testamento: João Batista nos ajuda em muito neste caso, vejamos: “Aquele que tem a esposa é o esposo; mas o amigo {Gr. filho} do esposo, que lhe assiste e o ouve, alegra-se muito com a voz do esposo. Assim, pois, já essa minha alegria está cumprida.” (João 3.29). A noiva é a Igreja, o noivo é Jesus Cristo e o amigo do noivo são os santos do Velho Testamento (todos aqueles que morreram desde Adão até o Pentecostes). Dois dos principais versículos do Velho Testamento sobre ressurreição ensinam que fica mais harmonioso eles ressuscitarem no final da tribulação, juntamente com os mártires da tribulação (“SENHOR, no aperto, te visitaram; vindo sobre eles a tua correção, derramaram a sua oração secreta. Como a mulher grávida, quando está próxima a sua hora, tem dores de parto e dá gritos nas suas dores, assim fomos nós por causa da tua face, ó SENHOR! Bem concebemos nós e tivemos dores de parto, mas isso não foi senão vento; livramento não trouxemos à terra, nem caíram os moradores do mundo. Os teus mortos viverão, os teus mortos ressuscitarão; despertai e exultai, vós que habitais no pó, porque o teu orvalho, ó Deus, será como o orvalho das ervas, e a terra lançará de si os mortos. Vai, pois, povo meu, entra nos teus quartos e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por um momento, até que passe a ira. Porque eis que o SENHOR sairá do seu lugar para castigar os moradores da terra, por causa da sua iniqüidade; e a terra descobrirá o seu sangue e não encobrirá mais aqueles que foram mortos” Is 26.16-21; “E, naquele tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta pelos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, livrar-se-á o teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro. E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna e outros para vergonha e desprezo eterno. Os sábios, pois, resplandecerão como o resplendor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça refulgirão como as estrelas, sempre e eternamente” Daniel 12.1-3).


A Ressurreição para o Juízo

Esta é a chamada segunda ressurreição, a parte da ressurreição que trata de incrédulos (“E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação” João 5.29; “Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição... E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno [Gr. Hades] deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras” Apocalipse 20.5,11-13).

A ocasião desta ressurreição dar-se-á mil anos após ter sido completada a primeira ressurreição, ou logo após o chamado Reino Milenar de Cristo nesta terra. Concluímos isso da declaração feita por João de que “mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram” (Apocalipse 20.5).

Ainda temos mais esclarecimentos em Apocalipse 20.11,12, onde percebemos que os “mortos” são aqueles que são mortos espiritualmente, aqueles que não aceitaram a o Senhor Jesus Cristo como Único e suficiente Senhor e Salvador pessoal de suas vidas. Estes são todos os mortos ímpios, os incrédulos desde o começo da história da humanidade até o fim dos tempos. São aqueles que foram deixados, aqueles que não participaram da primeira ressurreição, nem um sequer irá escapar.

Estes são aqueles que irão receber a ressurreição do juízo ou a condenação eterna, “banidos da face do Senhor” (2Tessalonicenses 1.9). São vivificados para participar do julgamento eterno. “Não é a cronologia que determina quem participa da segunda ressurreição, mas sim o destino do ressurrecto”.[4]
A cena descrita em Apocalipse é celestial. Um trono é estabelecido no céu. Jesus Cristo é o Juiz (“E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo “ João 5.22). Todos os mortos de todos os tempos comparecem perante o Juiz, não importa sua raça, sua idade, seu status social, pois entendemos que Deus não faz acepção de pessoas e isso principalmente em duas áreas: salvação e condenação. Estes receberão graus de castigo (“E o servo que soube a vontade do seu senhor e não se aprontou, nem fez conforme a sua vontade, será castigado com muitos açoites. Mas o que a não soube e fez coisas dignas de açoites com poucos açoites será castigado. E a qualquer que muito for dado, muito se lhe pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais se lhe pedirá” Lucas 12.47,48) e todos serão julgados conforme as suas obras.

É chamada de segunda morte, porque já passaram pela morte física e agora estarão passando para a segunda morte, a eterna separação de Cristo.

Esta segunda morte não é o aniquilamento das almas dessas pessoas de forma alguma. Como provamos isso? Muito fácil. Note que mesmo depois de mil anos, o anticristo e o falso profeta ainda estão lá no lago de fogo para onde serão mandados todos os incrédulos e a existência deles é dita de forma pessoal. Portanto, não existe o tal de aniquilamento (Apocalipse 20.10), pois a Palavra de Deus é enfática: “e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre”.



 

 A HORA DAS RESSURREIÇÕES

Uma pergunta que deve ser respondida é: Os justos e os injustos serão ressuscitados na mesma ocasião?

Para respondermos essa pergunta devemos nos apossar do Novo Testamento, pois, caso essa doutrina não tivesse sido claramente explanada em suas linhas, teríamos a impressão de que haveria de ocorrer uma ressurreição geral, e isso as Escrituras nos comprovam que não acontecerá no sentido de que todos serão ressuscitados ao mesmo tempo.

Os ensinos mais claros sobre ressurreição encontrados no Velho Testamento estão em Daniel 12.1-3 (E, naquele tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta pelos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas, naquele tempo, livrar-se-á o teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro. E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna e outros para vergonha e desprezo eterno. Os sábios, pois, resplandecerão como o resplendor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça refulgirão como as estrelas, sempre e eternamente”) e Isaías 26.16-21 (“SENHOR, no aperto, te visitaram; vindo sobre eles a tua correção, derramaram a sua oração secreta. Como a mulher grávida, quando está próxima a sua hora, tem dores de parto e dá gritos nas suas dores, assim fomos nós por causa da tua face, ó SENHOR! Bem concebemos nós e tivemos dores de parto, mas isso não foi senão vento; livramento não trouxemos à terra, nem caíram os moradores do mundo. Os teus mortos viverão, os teus mortos ressuscitarão; despertai e exultai, vós que habitais no pó, porque o teu orvalho, ó Deus, será como o orvalho das ervas, e a terra lançará de si os mortos. Vai, pois, povo meu, entra nos teus quartos e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por um momento, até que passe a ira. Porque eis que o SENHOR sairá do seu lugar para castigar os moradores da terra, por causa da sua iniqüidade; e a terra descobrirá o seu sangue e não encobrirá mais aqueles que foram mortos”).

Se olhássemos apenas em Daniel acharíamos que haveria de ter uma ressurreição geral, ou seja, todos ressuscitarão num mesmo dia, pois nenhum intervalo nos é informado por parte do profeta. Ele apenas está mencionando o fato de que realmente existe a ressurreição e não determina o fator tempo.

A mesma coisa podemos deduzir em alguns versículos do Novo Testamento, como por exemplo, João 5.28,29 (Não vos maravilheis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação). Ali Jesus Cristo também está enfatizando a realidade das duas ressurreições, para a vida e para a morte, porém não está declarando o fator tempo novamente. Aparentemente ambas irão acontecer num mesmo determinado momento.

Encontramos no Novo Testamento a declaração da existência de duas ressurreições que estão destinadas para o futuro da humanidade, sendo elas: a ressurreição para a vida e a ressurreição para a morte, ou como também são conhecidas de a primeira ressurreição e a segunda ressurreição, respectivamente. Mas encontramos finalmente a revelação de que não acontecem num mesmo determinado dia ou momento. Ambas são separadas por um período de mil anos (“E vi tronos; e assentaram-se sobre eles aqueles a quem foi dado o poder de julgar. E vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos. Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição” Apocalipse 20.4,5). Caso não existisse esse versículo na Palavra de Deus uma grande incógnita estaria sobre este ensino. Graças a Deus por esta revelação!

Em primeiro lugar acontecerá a ressurreição para a vida. Esse acontecimento se dará na Segunda Vinda do Senhor Jesus Cristo (“Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro” 1Tessalonicenses 4.15,16). Participarão desta ressurreição somente os que são salvos em Cristo Jesus.

Após esse acontecimento estará ocorrendo na terra a chamada tribulação.

Logo em seguida ocorrerá o reino milenar de Cristo nesta terra.

Finalmente, em segundo lugar, a ressurreição para a morte, ou ressurreição para a condenação, ou a segunda ressurreição, mil anos depois de haver ocorrido a primeira ressurreição, a dos justos (“E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação” João 5.29; “E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha. E subiram sobre a largura da terra e cercaram o arraial dos santos e a cidade amada; mas desceu fogo do céu e os devorou. E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre. E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno [Gr. Hades] deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras. E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo” Apocalipse 20.7-15). Os participantes desta segunda ressurreição são todos os incrédulos de todas as dispensações, de todas as eras, desde o início da humanidade até a consumação dos tempos.

Esclarecendo Apocalipse 20.4,5 (“E vi tronos; e assentaram-se sobre eles aqueles a quem foi dado o poder de julgar. E vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos. Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição”) notamos: aqui nos é informado que tronos são colocados no espaço celestial e assentados nestes tronos aqueles a quem foram dados tal autoridade. Jesus Cristo será o juiz (“E também o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo” João 5.22) e os demais tronos caberão a Igreja também julgará nesta oportunidade (Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser julgado por vós, sois, porventura, indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?” 1Coríntios 6.2,3). As “almas dos decapitados” são os mártires da tribulação. Estes viveram e reinaram com Cristo por mil anos. Todos aqueles que não ressuscitaram nesta ocasião, ou seja, todos os mortos incrédulos, somente seriam ressuscitados após o período de mil anos. Então o escritor declara: “Esta é a primeira ressurreição”, ou seja, ele está se referindo não aos mortos depois dos mil anos, mas sim àqueles que viveram e reinaram com Cristo os mil anos, a saber, a Igreja, os mártires da tribulação e os crentes do Velho Testamento.



 

 PROBLEMAS SOLUCIONADOS


Muitos alegam haver problemas no ensino das ressurreições e para tal apontam para certos versículos da Palavra de Deus e dizem ser incoerente para com os demais escritos. Vamos verificar alguns destes versículos e responder algumas das perguntas mais difíceis apontadas por eles.


1. O Velho Testamento Ensina uma Ressurreição Geral?

Não encontramos nas páginas do Velho Testamento nenhuma referência relacionada ao elemento tempo referente nas ressurreições. Esse elemento só nos vem por meio da revelação do Novo Testamento. Aqueles que ensinam ou defendem a doutrina de uma ressurreição geral usam certas passagens para isso. Vejamos o que realmente elas nos ensinam com respeito a pergunta levantada:

E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna e outros para vergonha e desprezo eterno. Os sábios, pois, resplandecerão como o resplendor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça refulgirão como as estrelas, sempre e eternamente” (Daniel 12.2,3).

Por meio destes versos aparentemente nenhuma distinção de tempo é feita. Baseados nisso, defendem que uma ressurreição geral é ensinada neste trecho.

Há, porém, alguns detalhes que devem ser esclarecidos quanto a estes versículos. Notemos: os versos apontam para “muitos dentre”, isso significa que alguns serão deixados, pois esses “muitos” ressuscitarão para a vida eterna. Mas aqueles que não fizerem parte desses “muitos”, ou seja, o resto dos que dormem, todos os que não ressuscitarem nessa hora, receberão a ressurreição para “vergonha e horror eterno”. Percebemos nitidamente que aqui não acontece uma ressurreição geral, pois quando se usa as palavras no sentido de “muitos dentre” significa que aqueles que não ressuscitaram continuam dormindo no pó da terra. O profeta Daniel está apenas nos informando que a ressurreição irá acontecer, fala da sua universalidade, não especificando, porém, o momento exato ou as horas de tais acontecimentos.

Como seria uma melhor tradução desta passagem que aparentemente nos apresenta ser tão difícil? Alguns dos mais conhecidos mestres do hebraico traduzem esta passagem da seguinte maneira:

(nessa ocasião) muitos (do teu povo) despertarão (ou serão separados) de entre os que dormem no pó da terra. Esses (que despertarem) serão para a vida eterna, mas aqueles (que não despertarem nessa ocasião) serão para o desprezo e vergonha eternos”.

Torna-se claro para nós, então, que nem todos serão ressuscitados nesta ocasião, mas apenas “todo aquele que se achar escrito no livro” (Daniel 12.1).

Agora, olhando o versículo de forma mais literal temos uma conclusão do fato:
Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns (literalmente aqueles que despertarem nesta ocasião) para a vida eterna, e outros (literalmente aqueles que não despertarem nesta ocasião) para vergonha e horror eterno”.


 Jesus Cristo Ensinou uma Ressurreição Geral?

Não vos maravilheis disso, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação” (João 5.28,29).

Aqui, argumentam que Jesus Cristo usa a palavra “hora” indicando que isso exige a ressurreição geral, tanto de crentes como de incrédulos.

Jesus simplesmente usa a palavra “hora” não se importando com o período de tempo descrito, da mesma forma que faziam os vários escritores do Velho Testamento. Eles descreviam os acontecimentos futuros todos juntos, sem fazer tal diferenciação. Ele não está se referindo a hora em que as ressurreições acontecerão, está falando sim, da universalidade da mesma, e as diferenças entre uma e outra. A Bíblia é clara quanto a haver um intervalo de mil anos entre as duas ressurreições (“E vi tronos; e assentaram-se sobre eles aqueles a quem foi dado o poder de julgar. E vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos. Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição. Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele mil anos” Apocalipse 20.4-6).

Alguns objetam que a primeira ressurreição mencionada aqui é espiritual. Agora, afirmar isso é distorcer totalmente o sentido das Escrituras, pois elas nos declaram que certas pessoas ressuscitarão e viverão e reinarão com Cristo por mil anos e que o restante dessas pessoas não ressuscitará até que se complete esse período de mil anos. Se esta passagem está no sentido espiritual, então a segunda ressurreição também tem que estar nesse mesmo sentido. Ninguém concordaria que a segunda parte é espiritual, logo a primeira parte também não o é.

Sabemos que haverá um julgamento final, escatológico, para fazer a separação entre os bons e os maus, entre os justos e os injustos (“E vi tronos; e assentaram-se sobre eles aqueles a quem foi dado o poder de julgar. E vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos. Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição. Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele mil ano... E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno [Gr. Hades] deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras. E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo” Apocalipse 20.4-6,11-15).


 Jesus Cristo foi Realmente o Primeiro a ser Ressuscitado de Entre os Mortos?

Mas, agora, Cristo ressuscitou dos mortos e foi feito as primícias dos que dormem” (1Coríntios 15.20).

Aqueles que querem dizer que há uma contradição nesta passagem objetam que existem muitas outras ressurreições mencionadas na própria Bíblia e que estas aconteceram bem antes da ressurreição de Cristo. como é que isso pode ser solucionado?

Antes de responder, temos que entender o significado da palavra usada pelo apóstolo Paulo aqui, “primícias”, o que isso vem a ver?

Esta expressão nos faz lembrar do ensino do Velho Testamento, sobre a chamada “Festa das Primícias”. Esta festa que os judeus celebravam tinha a finalidade de celebrar a consagração de toda a colheita a Deus e serviam como um penhor, ou mesmo uma garantia, da totalidade da colheita que ainda haveria de ser ceifada (“E falou o SENHOR a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando houverdes entrado na terra, que vos hei de dar, e segardes a sua sega, então, trareis um molho das primícias da vossa sega ao sacerdote; e ele moverá o molho perante o SENHOR, para que sejais aceitos; ao seguinte dia do sábado, o moverá o sacerdote. E, no dia em que moverdes o molho, preparareis um cordeiro sem mancha, de um ano, em holocausto ao SENHOR. E sua oferta de manjares serão duas dízimas de flor de farinha, amassada com azeite, para oferta queimada em cheiro suave ao SENHOR, e a sua libação de vinho, o quarto de um him. E não comereis pão, nem trigo tostado, nem espigas verdes, até àquele mesmo dia em que trouxerdes a oferta do vosso Deus; estatuto perpétuo é por vossas gerações, em todas as vossas habitações” Levítico 23.9-14). Os judeus tinham, portanto, ofereciam os primeiros frutos a Deus antes mesmo que eles pudessem se aproveitar e apossar da colheita. O que ocorria era que em geral as primeiras espigas eram as mais bonitas e as maiores e pelo ensino encontrado em Levítico, elas pertenciam a Deus, primeiramente. Mais tarde, quando a colheita toda fosse completa, eles poderiam utilizar-se da mesma. Primícias quer dizer primeiro; os primeiros frutos colhidos;  as primeiras produções.

Segundo o ensino encontrado em Levítico entregando as primícias a Deus, era sinal de que uma colheita certa, maior ainda haveria de vir. Da mesma forma, encontramos o significado disto nas páginas do Novo Testamento que nos dão uma compreensão melhor:

Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas” (Tiago 1.18). “Estes são os que não estão contaminados com mulheres, porque são virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro para onde quer que vai. Estes são os que dentre os homens foram comprados como primícias para Deus e para o Cordeiro” (Apocalipse 14.4).

Pelos versículos acima percebemos ou somos informados de que um grupo maior virá ainda. Se tem as primícias, tem colheita. Se tem as primícias de entre os mortos, ainda teria mais pessoas, um grupo muito maior ainda para ser colhido. E a ressurreição de Cristo se tornou como um sinal, se tornou uma garantia, ou um protótipo da ressurreição vindoura de todos os crentes. Percebemos com isso que Jesus Cristo foi o Primeiro a ser levantado dentre os mortos para nunca mais vir a morrer (“sabendo que, havendo Cristo ressuscitado dos mortos, já não morre; a morte não mais terá domínio sobre ele. Pois, quanto a ter morrido, de uma vez morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus” Romanos 6.9-10). A ressurreição de Cristo, portanto, garante a ressurreição de todos nós, mas é claro que no tempo certo designado por Deus.

Vamos agora esclarecer e responder a pergunta. No versículo citado acima como sendo contraditório encontra-se a expressão “dentre os mortos”. A ressurreição de Jesus Cristo foi a primeira ressurreição real. As demais ressurreições foram apenas casos de ressuscitamento ou revivificação de um corpo que estava morto. Todos aqueles que passaram por este processo vieram finalmente a morrer novamente. Isso não aconteceu com o Senhor Jesus Cristo, pois a Sua ressurreição é referida como a de quem “vive pelos séculos dos séculos” (Apocalipse 1.18). Os corpos daqueles que foram ressuscitados morreram novamente, em contraste com o corpo de Jesus Cristo, o qual é imortal. Ele recebeu um corpo glorioso, onde podia aparecer e desaparecer diante das pessoas ou até mesmo vir a entrar num local fechado (“Abriram-se-lhes, então, os olhos, e o conheceram, e ele desapareceu-lhes” Lucas 24.31; “Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco!” João 20.19). Nesse sentido, vemos que Jesus Cristo foi o Primeiro a ser ressuscitado dentre os mortos para possuir uma existência glorificada, existência essa que nunca mais poderá passar pela morte novamente como castigo pelo pecado (“sto é, que o Cristo devia padecer e, sendo o primeiro da ressurreição dos mortos, devia anunciar a luz a este povo e aos gentios” Atos 26.23).


 Conheceremos Nossos Entes Queridos na Vida futura?

Primeiramente devemos entender que cada crente será semelhante a Cristo, ou seja, nossos corpos serão semelhantes ao corpo glorificado e ressuscitado de nosso Senhor Jesus Cristo.

Da mesma forma que o corpo de Cristo era um corpo literal, real (Lucas 24.39), físico ou reconhecível (Lucas 24.31; João 20.16) e poderoso (João 20.19), assim será o nosso corpo.[5]
Vejamos: a primeira pessoa a ver Jesus ressuscitado foi Maria Madalena (“E Jesus, tendo ressuscitado na manhã do primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demônios” Marcos 16.9; “E Maria estava chorando fora, junto ao sepulcro. Estando ela, pois, chorando, abaixou-se para o sepulcro e viu dois anjos vestidos de branco, assentados onde jazera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. E disseram-lhe eles: Mulher, por que choras? Ela lhes disse: Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram. E, tendo dito isso, voltou-se para trás e viu Jesus em pé, mas não sabia que era Jesus. Disse-lhe Jesus: Mulher, por que choras? Quem buscas? Ela, cuidando que era o hortelão, disse-lhe: Senhor, se tu o levaste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei. Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, voltando-se, disse-lhe: Raboni [que quer dizer Mestre]!” João 20.11.-16).

Como ela O reconheceu? Por meio de uma simples, mas poderosa palavra. O Mestre chamou seu nome! Isso mesmo, ela O reconheceu em Seu corpo glorificado por Sua Voz. Ela se lembrou do timbre da voz do Mestre que era o mesmo, também tinha o mesmo tom, a mesma maneira própria de falar e pronunciar as palavras. Assim reconheceremos nossos entes queridos em seus corpos glorificados por meio de suas vozes também.

No período da tarde nesse mesmo dia outras mulheres viram a Jesus ressuscitado e o reconheceram pela audição, visão e pelo tato. Jesus Cristo falou com elas e elas “abraçaram os seus pés e o adoraram” (Mateus 28.8-10).

Como Cléopas e o outro discípulo de Emaús reconheceram a Jesus Cristo depois de ressuscitado? De uma maneira muito peculiar. Todos nós temos as nossas maneiras de fazer as coisas, de andar, de falar, ninguém faz a mesma coisa exatamente igual ao outro.  Temos peculiaridades pessoais que são reconhecidas por nossos amigos. E estes dois discípulos de Emaús reconheceram o Mestre em Seu corpo glorificado por meio do Seu partir do pão. Ora, aqui em nossa cultura nós cortamos o pão e não partimos. Eles por certo já tinham visto várias vezes a Jesus Cristo partir o pão em diversas ocasiões, por exemplo, quando alimentou os cinco mil homens e em outra vez quando alimentou a quatro mil. Provavelmente Jesus Cristo tinha uma maneira própria de partir o pão e eles O reconheceram assim. (“E eles lhes contaram o que lhes acontecera no caminho, e como deles foi conhecido no partir do pão” Lucas 24.35). Da mesma forma, reconheceremos nossos entes queridos não apenas pela voz, mas pela maneira particular, própria que cada um realiza as coisas.

Os dez discípulos também reconheceram a Jesus quando Tomé estava ausente, como foi isso? Eles O reconheceram por suas feridas, nas mãos e nos pés, suas cicatrizes. Também Ele comeu na presença deles provando ter verdadeiramente um corpo glorificado que era real, físico e literal (“E eles, espantados e atemorizados, pensavam que viam algum espírito. E ele lhes disse: Por que estais perturbados, e por que sobem tais pensamentos ao vosso coração? Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; tocai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho. E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e os pés. E, não o crendo eles ainda por causa da alegria e estando maravilhados, disse-lhes: Tendes aqui alguma coisa que comer? Então, eles apresentaram-lhe parte de um peixe assado e um favo de mel, o que ele tomou e comeu diante deles” Lucas 24.37-43). Assim também, da mesma forma, reconheceremos nossos entes queridos.

E o que dizer dos muitos corpos de pessoas que foram ressuscitadas quando Jesus Cristo ressuscitou? O que aconteceu ali? Esses corpos entraram na cidade e apareceram a muitos, ou seja, várias pessoas viram estes corpos e foram reconhecidos por seus amigos. Como podemos saber que eles foram reconhecidos por seus amigos? Ora, como o escritor saberia que eles eram “santos” e não pessoas comuns? (“E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras {ou rochas}. E abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos que dormiam foram ressuscitados; E, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição dele, entraram na Cidade Santa e apareceram a muitos” Mateus 27.51-53). Assim, reconheceremos os nossos entes queridos.

Passados muitos dias Tomé também viu a Cristo. E o que provou ser Cristo mesmo? Ele apareceu no meio deles, pois estavam num local fechado e pediu para que Tomé apontasse para Suas cicatrizes e Seu lado ferido pela lança. Jesus tinha um corpo real, um corpo que podia ser tocado, um corpo de carne e ossos, ainda com as cicatrizes, as marcas da Cruz (“Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe, pois, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele disse-lhes: Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o dedo no lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei. E, oito dias depois, estavam outra vez os seus discípulos dentro, e, com eles, Tomé. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e disse: Paz seja convosco! Depois, disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; chega a tua mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente. Tomé respondeu e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu!” João 20.24-28). Foi imediatamente reconhecido por Tomé e nós também reconheceremos nossos entes queridos.

Elias subiu ao céu com seu corpo (“E sucedeu que, indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho. O que vendo Eliseu, clamou: Meu pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros! E nunca mais o viu; e, tomando das suas vestes, as rasgou em duas partes. Também levantou a capa de Elias, que lhe caíra; e voltou-se e parou à borda do Jordão. E tomou a capa de Elias, que lhe caíra, e feriu as águas, e disse: Onde está o SENHOR, Deus de Elias? Então, feriu as águas, e se dividiram elas para uma e outra banda; e Eliseu passou. Vendo-o, pois, os filhos dos profetas que estavam defronte em Jericó, disseram: O espírito de Elias repousa sobre Eliseu. E vieram-lhe ao encontro e se prostraram diante dele em terra. E disseram-lhe: Eis que, com teus servos, há cinqüenta homens valentes; ora, deixa-os ir para buscar teu senhor; pode ser que o elevasse o Espírito do SENHOR e o lançasse em algum dos montes ou em algum dos vales. Porém ele disse: Não os envieis. Mas eles apertaram com ele, até se enfastiar; e disse-lhes: Enviai. E enviaram cinqüenta homens, que o buscaram três dias, porém não o acharam. Então, voltaram para ele, tendo ele ficado em Jericó; e disse-lhes: Eu não vos disse que não fôsseis?” 2Reis 2.11-18). E mais de 2.800 anos depois, no Monte da Transfiguração, foi reconhecido juntamente com Moisés por Pedro, Tiago e João (Mt 17.1-13). Sendo que eles nunca tinham visto eles antes, mas o reconheceram.

O ensino bíblico é claro e um forte alento para todos nós: iremos sim, reconhecer os nossos entes queridos e sermos reconhecidos por eles.




 

CONCLUSÃO


As Escrituras são claras com respeito ao fato de haver uma ressurreição, e isso, tanto para os justos como para os injustos. Não há como negar o fato da ressurreição. Não há como negar que temos um Salvador ressurrecto dentre os mortos, pois negar a ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo, faz com que nossa fé venha a se tornar inútil. Antes, porém, não existe fato mais comprovador do que a ressurreição gloriosa, literal, real, física de Jesus Cristo.

Baseados no que vimos por meio deste pequeno estudo sabemos que há uma enorme esperança para aqueles que já partiram com Cristo e para aqueles que um dia partirão caso o arrebatamento não venha para a nossa geração.

Nosso dever é de preservar a verdadeira doutrina da ressurreição e não meras especulações como fazem aqueles que querem tirar o crédito das Escrituras Sagradas. Sejamos sóbrios e vigilantes. Assim como disse o Mensageiro Celeste ao profeta Daniel: “Sabe e entende”, devemos seguir este conselho e praticá-lo para com esta doutrina, e da mesma forma para com toda a sã doutrina da Palavra de Deus.

A esperança que invade nosso coração caso não passemos pelo arrebatamento é garantida, selada e confirmada pelas Escrituras e autenticada por Aquele que conquistou por Sua vida a morte.

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CITAÇÕES[1] ERICKSON, Millard J. Introdução à Teologia Sistemática. São Paulo, S.P.: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 1999, p.504.
[2] PENTECOST, J. Dwight. Manual de Escatologia: uma análise detalhada dos eventos futuros. São Paulo, S.P.: Editora Vida, 1998, p.409.
[3] SUMMERS, Ray. A Vida no Além. 2a ed. Rio de Janeiro: JUERP., 1979, p.81.
[4] PENTECOST, J. Dwight. Manual de Escatologia: uma análise detalhada dos eventos futuros. São Paulo, S.P.: Editora Vida, 1998, p.410.
[5] Paráfrase baseada no Dr. Ernesto L. Tiffany.

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