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segunda-feira, 20 de julho de 2015

Pilar do Reino de Deus

“Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.” (Romanos 14:17)



É por isso que em certas comunidades religiosas não se vê a vida que até mesmo não cristãos esperam encontrar nas “igrejas” e templos da religião institucionalizada. Apesar do fato de que os não cristãos nunca discernem o verdadeiro reino de Deus até que nasçam de novo, não sentirão nesses agrupamentos aquela atmosfera celestial e misteriosa do invisível reino de Deus, somente perceptível onde a vida de Deus está em plena manifestação.
A razão é que, nessas comunidades desprovidas da vida e luz de Jesus (João 1:4), de forma enganosa entendem o reino de Deus como a tentativa de seguir e praticar uma entediante lista de rituais, dogmas e procedimentos na busca de merecer as bênçãos de Deus ou de escapar de sua ira. Investem bastante tempo em palavras, palavras e mais palavras.
Dessa forma, falham em entender que o reino de Deus, como já vimos na primeira parte do estudo, não consiste de palavra, mas de poder. Há um poder em manifestação no reino que realiza o que, ao homem, é impossível. Esse poder salva eternamente os indivíduos; cura-lhes o corpo e a alma; enche-lhes do amor de Deus; faz-lhes prósperos, felizes, livres; batiza-lhes com o Espírito Santo; transforma-lhes em novas criaturas; guia-lhes pelo Espírito Santo e o fruto em suas vidas se torna abundante e evidente.
Não compreendem tampouco que o reino de Deus não é comida nem bebida, pois não é o que entra pela boca do homem que o contamina, mas o que sai (Mateus 15:11, 18-20). É o espírito contido nas palavras que saem da boca que o contamina. São as trevas que emanam da boca que fala. É a exteriorização do que se encontra em um coração sem temor a Deus, cheio de incredulidade e falsidade, e não a internalização de alimentos para o estômago.
Logo em seguida, ainda no verso 17, capítulo 14, de sua epístola aos romanos, o apóstolo Paulo começa a nos apresentar a essência do reino de Deus, o primeiro pilar de nosso estudo: a justiça.
O dicionário Strong’s define a palavra JUSTIÇA, do grego “dikaiosune” entrada número 1343, 1) num sentido amplo: estado daquele que é como deve ser, justiça, condição aceitável para Deus; 1a) doutrina que trata do modo pelo qual o homem pode alcançar um estado aprovado por Deus; 1b) integridade; virtude; pureza de vida; justiça; pensamento, sentimento e ação corretos.
Em Mateus 5:20 “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus”, os escribas e fariseus eram aqueles que mais entendiam e faziam questão de demonstrar que seguiam a letra da lei e eram ferrenhos em exigir seu cumprimento e, principalmente, as penalidades da sua violação. Apesar de que, em sua maioria, eram hipócritas e apenas faziam o que os deixavam parecer mais santos perante os homens. Quando Jesus diz que se a justiça do candidato ao reino não exceder em muito a dos escribas e fariseus jamais ele entrará nele, isso faz a porta ficar bastante estreita. Mas quando Davi, em seu Salmo 24, verso 4, diz: “O que é limpo de mãos e puro de coração” como condição para subir ao monte do Senhor e permanecer no seu santo lugar, muita gente vai desistir de uma vez.
O que me tranqüiliza é que ninguém, além de Jesus, conseguiu chegar nesse estado por suas próprias obras e esforço. Portanto, eu não estava sozinho nessa condição desesperadora. Isso nos coloca a todos no mesmo nível, precisando de perdão, justificação, ou seja, de salvação. Mas, louvado seja o Senhor, que Aquele que cumpriu toda a lei e tinha as mãos puras e o coração puro abriu o caminho para que recebêssemos essa posição de justiça com Deus como um dom, um presente.
Esse é o único caminho de entrada para o reino: o próprio Jesus! Veja como ele fez isso: “Aquele que não conheceu pecado [Jesus], ele[Deus] o fez pecado por nós, para que nele[Jesus] fôssemos[nós] feitos justiça de Deus” (2 Coríntios 5:21, as palavras em colchetes vêm do contexto e foram adicionadas a título de exegese).
Amado irmão em Cristo, eu e você fomos feitos, isto é, nos tornamos, justiça de Deus, por causa da nossa fé em Cristo. Ele foi feito pecado. Pense nisto. Isto foi literal. Naquela cruz, pela primeira vez, Jesus sentiu a separação do Pai. Ali, ele exclama: “Eloi, Eloi, lama sabactani!”, expressão em grego que quer dizer: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” Essa genuína percepção de desamparo é o próprio resultado do pecado, que separa o homem de Deus e que gera a morte espiritual.
Entretanto, essa separação sofrida por Jesus não foi pelos pecados dele, pois nunca cometeu nenhum. Foi pelos seus pecados, querido leitor. Foi pelos meus. Como o Cordeiro Pascal, inocente, Jesus levou sobre si a nossa culpa, de tal forma, que ele se tornou culpa, maldição e pecado (Gálatas 3:13). Quando você e eu depositamos a nossa fé em Cristo, o sacrifício dele expia a nossa culpa eternamente e nos dá uma nova natureza, justa, limpa e perfeita diante de Deus (Colossenses 1:22). Passamos a ser a justiça de Deus! Ganhamos uma posição de paz com Deus e nos apresentamos diante dele sem qualquer consciência de culpa, medo ou inferioridade, como se o pecado nunca tivesse existido.
Agora podemos dizer: “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte.” (Romanos 8:1–2)
O dom da justiça – este é o primeiro pilar do reino de Deus. Não há mais culpa, condenação, medo, sentimento de inadequação na presença de Deus. O Filho nos libertou, aleluia.
Amado, receba essa bênção e a riqueza do evangelho. Quando entramos no reino de Deus perdemos a consciência do pecado e o constrangimento de nos aproximar de Deus e de seu trono de misericórdia, para adorá-lo, para pedir algo em oração ou simplesmente para estar em sua gloriosa presença.
Confira o que diz em Hebreus: “Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura. Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois quem fez a promessa é fiel.” (Hebreus 10:19–23).
Agora, entramos com intrepidez no Santo dos Santos. Não ficamos mais distantes, mas nos aproximamos em plena certeza de fé. Mas como podemos fazer tudo isto?  “Tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura”.  Louvado seja o nosso sempre bom Deus que, por causa do dom da justiça, pudemos entrar em seu reino e ter uma fé inabalável naquele que é fiel e cujas promessas para nós são sempre sim e amém (2 Coríntios 2:20).
Depois de receber essa tremenda e insuperável verdade da Palavra de Deus, poderíamos parar aqui e celebrar Cristo pelo resto da vida. Entretanto, há algo que eu tenho aprendido que torna o nosso relacionamento com Deus cada dia mais empolgante: é que com Deus, sempre tem mais e cada vez fica melhor! O nosso Deus é uma fonte inesgotável de bênçãos, boas notícias, revelações e agradabilíssimas surpresas.
Confira comigo o que esse dom, o dom da justiça nos proporciona, totalmente pela abundância da graça: “Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo” (Romanos 5:17). Se você não deu um “glória a Deus” nesse ponto, por gentileza, leia de novo o verso acima.
Aqueles que recebem a abundância da graça, ou seja, aqueles em quem abundou o pecado e superabundou a graça… (Romanos 5:20) e, portanto, têm o dom da justiça, preste bem a atenção, amado, reinarão EM VIDA, por meio de Jesus Cristo. Não é apenas após a morte! Não é apenas no céu! Não é apenas no milênio! Não é apenas na Nova Jerusalém! É em vida!!!!
Trocando em miúdos, meu querido conservo de Cristo, quando entramos no reino de Deus, recebemos a abundância da graça de Deus e passamos a reinar em vida. Não mais seremos oprimidos por nossos inimigos! Não mais vamos apenas sobreviver aqui nessa terra. Acabou a opressão do governo das circunstâncias sobre nós! Acabou a tirania do mundo, das enfermidades e da pobreza sobre nós! Reinamos em vida, por meio de Cristo.
Ah, podem dizer alguns, se conseguíssemos um nível de sabedoria,  justiça e santidade, quem sabe conseguiríamos chegar até o fim. Não queridos, Jesus se tornou a nossa sabedoria, justiça e santidade (1 Coríntios 1:30). Nós, agora, nos identificamos com Cristo e reinamos por meio dele e em seu nome sobre todos os nossos inimigos. Estamos no reino de Deus e ele está em nós, eternamente.
Verso para memorizar: “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.” (2 Coríntios 5:21).

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