ATITUDES CORRETAS ANTE A VOLTA DO SENHOR
Esperar que Jesus voltará a qualquer momento influencia o nosso estilo de vida. A grande crise de mornidão espiritual em que vivemos tem a ver com as prioridades de vida de alguns crentes. Quem espera Jesus voltar estabelece prioridades na vida que leve à espera desse encontro; mas quem não espera estabelece outras.
ATITUDES CORRETAS ANTE A VOLTA DO SENHOR
A primeira fase da volta de Jesus para buscar a sua Igreja, integrada pelos crentes fiéis e santos, será tão repentina que não haverá tempo para ninguém preparar-se de última hora. Os meios de comunicação antigos e os mais modernos não terão oportunidade para anunciar a iminência da volta de Cristo. Essa premência e surpresa do arrebatamento dos salvos já foi anunciada há muitos séculos, e estão bem claras nas Escrituras. Diante dessa realidade profética e real, o cristão verdadeiro, que tem consciência do que é ser salvo para ir para o céu, onde Cristo está (Jo 14.3), deve viver num estilo de vida e conduta de quem está esperando seu Senhor a qualquer momento.
COM FÉ E VIGILÂNCIA
A raça humana se divide, basicamente, em dois grupos - aqueles que vigiam, esperando a vinda de Cristo, e aqueles que não vigiam. O princípio da separação está graficamente exemplificado aqui. Estando dois no campo, será levado um e deixado o outro (40). A mesma coisa acontecerá com as duas mulheres moendo no moinho (41) - um pequeno moinho manual operado por duas mulheres, como ainda se pode ver na Palestina. Então Jesus faz a seguinte alusão: Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor (42). Este é o ponto principal do Sermão do Monte (cf. 25.13). Vigiai significa, literalmente: “Estejam completamente alertas!” Pois ninguém sabe quando Cristo virá.
O versículo 43 contém uma breve parábola. Se o pai de família (oikodespotes, veja 20:1,11) soubesse quando o ladrão viria, vigiaria e estaria à sua espera. Como não sabemos quando Jesus poderá vir, devemos estar sempre preparados (44). Estar preparado a qualquer momento para a volta de Cristo é a primeira responsabilidade de cada cristão.
O Servo Fiel e o Servo Infiel (24.45-51). A advertência final deste capítulo é feita sob a forma de uma breve parábola sobre um servo fiel e prudente (45; um escravo), e um mau servo (48). 0 primeiro se mantém ocupado, cumprindo fielmente as suas tarefas. Assim, ele está preparado para quando o seu Senhor chegar.
Mas se o escravo pensar que o seu senhor se atrasará, e começar a se divertir e a maltratar os seus companheiros, o seu mestre chegará em uma hora em que ele não sabe. O resultado será uma severa punição - ele separa-lo-á (51; literalmente, “dividido em duas partes”) e colocará junto com os hipócritas, onde haverá pranto e ranger de dentes (cf. 8.12; 13.42,50; 22.13; 25.30; Lc 13.28). O castigo eterno é o destino dos infiéis.
Maclaren intitula esta seção (42-51) como: “Vigiando à espera do Rei”. Ele observa: 1) A ordem de vigiar, reforçada pela nossa ignorância da ocasião da Sua vinda, 42-44; 2) A imagem e a recompensa de vigiar, 45-47; 3) A imagem e a condenação do servo que não vigiou, 48-51.
CHEIO DO ESPÍRITO SANTO
Na Parábola das dez virgens, ter azeite na lâmpada significa ser cheio do Espírito Santo. O Azeite é um dos Símbolos do Espírito Santo. No Tabernáculo e no Templo as sete lâmpadas do candelabro tinham que permanecer acesas, continuamente, e, para isto, não podia faltar o azeite. Este tinha que ser renovado duas vezes ao dia, de manhã e à tarde (Êx 27:20,21). Sem o azeite as sete lâmpadas do candeeiro, ou candelabro, se apagariam. Daí a necessidade de renovação do azeite, diariamente.
Observação:
As “virgens loucas” não representam os crentes que não são batizados com o Espírito Santo. Há uma corrente de comentaristas que afirma que as “virgens loucas” representam os crentes que não são batizadas com o Espírito Santo. Biblicamente nós afirmamos que esta interpretação não tem fundamento. Há crentes que não são batizados com o Espírito Santo, mas que são cheios do Espírito Santo. A salvação não é um privilégio apenas das denominações pentecostais, não. Entre as “virgens prudentes” estão muitos que não são batizados com o Espírito Santo, mas que são salvos. O batismo com o Espírito Santo não é garantia de salvação. O que a Bíblia recomenda a todos os crentes (ela não diz os crentes batizados com o Espírito Santo), é “segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”(Hb 12:14).
Assim, entre as “virgens prudentes” estão crentes que são e que não são batizados com o Espírito. Entre as “virgens loucas” estão crentes que são e que não são batizados com o Espírito Santo.
Não se pode negar que os Apóstolos já tinham o Espírito Santo, habitando com eles. É o que podemos entender do disposto em João 20:22 – “E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo”. Isto aconteceu no dia em que Jesus ressuscitou. Eles só foram batizados com o Espírito Santo cinquenta dias depois. Nesse período acreditamos não ser correto afirmar que eles eram “virgens loucas”.
EM SANTIDADE E EM AMOR
Conforme Jesus Cristo ensinou, devemos amar uns aos outros assim como Ele nos amou (João 15:12). Este é o mandamento de Cristo e devemos pô-lo em prática. Sem o amor de uns para com os outros, a Igreja não tem condições de subsistir. Se não amamos os nossos irmãos, não temos como testificar que somos crentes (1João 2:9-11).
O amor é o cartão de identidade do salvo – “Aquele que ama a seu irmão está na luz, e nele não há escândalo” (1João 2:10). Foi o Senhor Jesus quem estabeleceu uma maneira de identificar os seus discípulos. Conforme disse Jesus, o salvo é identificado pelo seu viver em amor – “nisto conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (João 13:35).
Em santidade. Se o amor é a marca registrada do cristão, a santidade é o meio pelo qual ele poderá chegar a Deus (Hb 12:14) – “O que anda num caminho reto, esse me servirá” (Sl 101:6). Portanto, viver em santidade deve ser uma das características dos crentes salvos que estão esperando desejosos a volta do Senhor Jesus, porquanto esta é uma das exigências de Deus. “Como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância; mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: sede santos, porque eu sou santo”(1Pd 1:14-16).
Portanto, para viver como salvo esperando o retorno de Jesus é necessário o viver em santidade, principalmente o obreiro que precisa ser exemplo dos infiéis (1Tm 4:12). Muitos líderes preocupam-se, hoje em dia, com a santificação do povo de Deus sob sua responsabilidade, mas, a cada dia, estão a diminuir o espaço da Palavra de Deus nas reuniões. Cânticos e mais cânticos, apresentações de toda sorte, ensaios e mais ensaios tomam todo o tempo das atividades eclesiásticas. Desta maneira, não haverá mesmo como contribuir para que a igreja local promova a santificação dos crentes. Santificação vem com Palavra, Palavra, Palavra e, para finalizar, Palavra.
II. ATITUDES ERRÔNEAS DIANTE DA VINDA DE JESUS
IGNORAR A VINDA DE JESUS.
Certa feita, ao ensinar a respeito do seu retorno, Jesus contou uma parábola sobre um servo fiel e prudente e um mau servo (Mt 24:45-51). Essa parábola se refere à volta visível de Cristo para a Terra como Messias-Rei. Mas o princípio aplica-se de igual modo ao Arrebatamento. Jesus mostra que um servo manifesta seu verdadeiro caráter pelo seu comportamento enquanto espera a volta do Senhor.
O que caracteriza o mau servo é a certeza de que “o senhor tarde viria” e, por causa disto, passa a espancar os conservos, a comer e a beber com os temulentos, isto é, com pessoas que se embriagam, que não têm uma conduta aprovada diante de Deus, ou seja, que se mistura com os pecadores, com os desregrados e os dominados com os vícios. O pecado é o fator que nos distancia de Deus (Is.59:2), é o elemento que impedirá que muitos crentes sejam arrebatados naquele dia (Mt 24:12). Como diz o início da terceira estrofe do hino 125 da Harpa Cristã: “Em santidade [Jesus] nos deve achar”.
ESCARNECER DAS PROFECIAS
“Sabendo primeiro isto: que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque desde que os pais dormiram todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação”(2Pd 3:3-4). Um dos sinais da Vinda de Jesus é, exatamente, a incredulidade, ou a falta de esperança quanto a sua vinda. Os “escarnecedores” mencionados pelo apóstolo Pedro, não estão, por certo, entre os não evangélicos – estes nada sabem sobre a volta de Jesus -, eles estão entre aqueles que deveriam estar vigiando e esperando seu retorno. Esta incredulidade pode ser contagiante. Faz-se necessário vigiar, e crer que o Senhor Jesus, realmente, virá. Assim, se algum “escarnecedor” levantar dúvidas e perguntar: “onde está a promessa da sua vinda?”, possamos estar atentos para responder, com convicção, que a “promessa da sua vinda” está confirmada pelas próprias palavras ditas por Jesus, enquanto homem, aqui na Terra, quando afirmou: “ E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também”(Jo 14:3).
III. ATITUDES DO SERVO FIEL ANTE A VOLTA DO SENHOR.
NÃO DAR LUGAR A CARNE.
O mundo vive habitualmente segundo a carne, pois o espírito que conduz é determinado pela “ Operação do erro ( 2 Ts 2.11). ( 1 Ts 5.23 ). Os termos espírito, alma e corpo referem-se mais ao ser de uma pessoa, como um todo, do que as suas partes distintas.
Esta expressão e o modo de Paulo dizer que Deus deve estar envolvido em cada aspecto da nossa vida. É errado pensar que podemos separar a nossa vida espiritual do restante da nossa vida. obedecendo a Deus apenas sob certo sentido ou vivendo para Ele somente um dia por semana. Cristo deve controlar todo o nosso ser, não apenas nossa parte "religiosa '.
DAR FRUTO.
O Espírito de Deus nos é dado para que possamos andar de uma maneira diferente, mas não significa andar sob sua direção. Quem tiver o Espírito pode andar de modo para produzir frutos. Em contraste com as obras da carne, temos o modo de viver íntegro e honesto que a Bíblia chama “o fruto do Espírito”. Esta maneira de viver se realiza no crente à medida que ele permite que o Espírito dirija e influencie sua vida de tal maneira que ele (o crente) subjugue o poder do pecado, especialmente as obras da carne, e ande em comunhão com Deus (ver Rm 8.5-14 nota; 8.14 nota; cf. 2Co 6.6; Ef 4.2,3; 5.9; Cl 3.12-15; 2Pe 1.4-9). O fruto do Espírito inclui:
(1) “Caridade” (gr. agape), i.e., o interesse e a busca do bem maior de outra pessoa sem nada querer em troca (Rm 5.5; 1Co 13; Ef 5.2; Cl 3.14).
(2) “Gozo” (gr. chara), i.e., a sensação de alegria baseada no amor, na graça, nas bênçãos, nas promessas e na presença de Deus, bênçãos estas que pertencem àqueles que crêem em Cristo (Sl 119.16; 2Co 6.10; 12.9; 1Pe 1.8; ver Fp 1.14 nota).
(3) “Paz” (gr. eirene), i.e., a quietude de coração e mente, baseada na convicção de que tudo vai bem entre o crente e seu Pai celestial (Rm 15.33; Fp 4.7; 1Ts 5.23; Hb 13.20).
(4) “Longanimidade” (gr. makrothumia), i.e., perseverança, paciência, ser tardio para irar-se ou para o desespero (Ef 4.2; 2Tm 3.10; Hb 12.1).
(5) “Benignidade” (gr. chrestotes), i.e., não querer magoar ninguém, nem lhe provocar dor (Ef 4.32; Cl 3.12; 1Pe 2.3).
(6) “Bondade” (gr. agathosune), i.e., zelo pela verdade e pela retidão, e repulsa ao mal; pode ser expressa em atos de bondade (Lc 7.37-50) ou na repreensão e na correção do mal (Mt 21.12,13).
(7) “Fé” (gr. pistis), i.e., lealdade constante e inabalável a alguém com quem estamos unidos por promessa, compromisso, fidedignidade e honestidade (Mt 23.23; Rm 3.3; 1Tm 6.12; 2Tm 2.2; 4.7;Tt 2.10).
(8) “Mansidão” (gr. prautes), i.e., moderação, associada à força e à coragem; descreve alguém que pode irar-se com eqüidade quando for necessário, e também humildemente submeter-se quando for preciso (2Tm 2.25; 1Pe 3.15; para a mansidão de Jesus, cf. Mt 11.29 com 23; Mc 3.5; a de Paulo, cf.2Co 10.1 com 10.4-6; Gl 1.9; a de Moisés, cf. Nm 12.3 com Êx 32.19,20).
(9) “Temperança” (gr. egkrateia), i.e., o controle ou domínio sobre nossos próprios desejos e paixões, inclusive a fidelidade aos votos conjugais; também a pureza (1Co 7.9; Tt 1.8; 2.5). O ensino final de Paulo sobre o fruto do Espírito é que não há qualquer restrição quanto ao modo de viver aqui indicado. O crente pode — e realmente deve — praticar essas virtudes continuamente.
Nunca haverá uma lei que lhes impeça de viver segundo os princípios aqui descritos.
CONCLUSÃO
Em breve Jesus virá. Você está preparado para a sua vinda? As consequências de nossas escolhas serão eternas. A salvação é individual. Que o Senhor nos ajude a ter consciência e vivência, dentro do padrão divino para esperarmos a volta de Jesus, conforme os ditames de sua santa Palavra, amando a sua vinda.
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