Quando nos deparamos com algum conhecido que está passando por um sofrimento agudo, muitas vezes ficamos sem palavras, pior do que isso, na tentativa de ajudar falamos coisas que além de não ajudar, podem trazer confusão para quem está sofrendo.
O pai de um jovem morreu, e sua igreja local, como seria de esperar, deu o apoio e todo consolo de que ele precisava no momento. Depois de poucas semanas, o cuidado generoso começou a desaparecer, também como seria de se esperar. As poucas pessoas que ainda perguntavam ao jovem como ele estava fazendo se tornaram para ele como extraordinariamente solidária.
Um ano depois, no aniversário da morte do pai, um amigo da igreja ligou e deixou um recado: “Lembro-me que seu pai morreu neste dia no ano passado. Eu só queria que você soubesse que eu estava pensando em você e orei por você. Orei para que alguns momentos hoje, quando as memórias que você tem dele te abençõe”.
Esse é o tipo de compaixão e comprometimento que o jovem decidiu seguir, e que fez de fato alguma diferença.
1) Não diga: “Poderia ser pior.”
Acredite ou não, isso é apenas a primeira metade de um comentário hediondo, por exemplo: “Poderia ser pior, imagine se você tivesse quebrado as duas pernas.”
Temos algumas formas estranhas de “animar” uns aos outros. O comentário é verdadeiro, tudo pode ser pior. Nós sofremos e, em seguida, juntamente com o sofrimento, tem um “conforto” que diz que poderia ser pior.
Tal comentário é totalmente impensado. Deus não compara o nosso sofrimento presente para qualquer outra pessoa ou para os piores cenários.
Esse tipo de comparação, pode nos levar a não falar do sofrimento de nossos corações ao Senhor, porque julga que seria lamentar-se, o que certamente não é.
Assim, mesmo que as coisas poderiam ser piores, nunca é uma coisa apropriada a dizer para os outros ou para deixar que os outros dizem sobre a sua situação.
2) Não diga: “O que Deus está lhe ensinando com isso?” Ou: “Deus tem um propósito para isso.”
Existem muitos exemplos bíblicos em que Deus ensina com base no sofrimento, e Ele diz que todas as coisas cooperam para o bem (Rom. 8:28). Estamos de acordo com CS Lewis quando ele escreve que a dor é o megafone de Deus para despertar um mundo surdo.
Considere alguns dos possíveis problemas com este tipo de argumento:
– Tais respostas contornam a compaixão. Você terá compaixão se alguém está recebendo “uma lição”? Não é provável.
– Tais respostas tendem a ser condescendente, como em “Eu quero saber quando você vai finalmente conseguir superar isso.”
– Essas respostas sugerem que o sofrimento é um enigma solucionável. Deus tem algo específico em mente, e nós temos que adivinhar o que é, caso contrário, o sofrimento vai continuar.
– Essas respostas sugerem que fizemos algo para desencadear o sofrimento.
– Tais respostas minam o chamado de Deus a todas as pessoas que sofrem: “Confie em mim.”
– Tais respostas tendem a ser condescendente, como em “Eu quero saber quando você vai finalmente conseguir superar isso.”
– Essas respostas sugerem que o sofrimento é um enigma solucionável. Deus tem algo específico em mente, e nós temos que adivinhar o que é, caso contrário, o sofrimento vai continuar.
– Essas respostas sugerem que fizemos algo para desencadear o sofrimento.
– Tais respostas minam o chamado de Deus a todas as pessoas que sofrem: “Confie em mim.”
Nós procuramos muitas vezes pistas sobre os caminhos de Deus, como se o sofrimento fosse uma caça ao tesouro. Chegar ao fim, com as respostas certas, e Deus vai tirar a dor. Enquanto isso, a busca por respostas é equivocada desde o início e vai acabar mal. O sofrimento não é uma questão intelectual que precisa de respostas; é altamente pessoal: Posso confiar nele? Será que ele ouviu? O sofrimento é uma questão relacional, e é um tempo para falar honestamente ao Senhor e lembre-se que a revelação mais completa Ele dá de si mesmo é através de Jesus Cristo, o servo sofredor. Só quando olhamos para Jesus é que podemos saber que o amor de Deus e nosso sofrimento podem coexistir.
3) Não diga: “Se você precisar de alguma coisa, por favor me ligue, a qualquer hora.”
Este comentário comum ou desse tipo revela que nós realmente não conhecemos a pessoa. Sofredores geralmente não sabem o que querem ou precisam, e eles não vão ligar para você. O comentário é o equivalente a, “eu disse algo de bom, agora te vejo mais tarde.” Ele não dá nenhum pensamento real para as necessidades e circunstâncias do sofredor, e a pessoa que sofre sabe disso.
Em vez disso, poderíamos considerar o que precisa ser feito e fazê-lo.
Sábios amigos podem ir no mercado, fazer uma refeição, tomar conta das crianças, ficar um tempo junto, e assim por diante.
Quaisquer atos de amor e serviço tornam a vida mais fácil para a pessoa que sofre. E uma refeição nunca é apenas uma refeição; o serviço de limpeza não é apenas uma economia de tempo para os servidos. Esses atos dizem para o doente “eu lembro de você”; “Eu penso em você muitas vezes”; “Você não é esquecido”; “Você está em meu coração”; “Eu te amo.”.
A singularidade das nossas tentativas desajeitadas e às vezes dolorosas para ajudar é esta: temos ideias claras do que nos ajudou em nosso sofrimento, mas não adotamos quando se busca a amar os outros.
E você quando está passando por algum sofrimento o que não gostaria de ouvir?
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